Momo

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Antes do casamento do Jin e da Jisoo...

— Olá, dona Violeta. Tudo bem? —
Apareci na recepção da clínica e encontrei uma senhora com muitos cabelos brancos, quadris largos e uma postura muito fechada. Tentei sorrir ainda mais, com a intenção de quebrar essa armadura que vestiu.

— Estarei te esperando aqui — um homem
falou e finalmente o encarei. Alto, cabelo curto bem alinhados e barba rala, ele parecia muito mais receptivo que minha paciente.

— Você precisa trabalhar. Deixe que eu
volte de táxi ou...

— Estarei aqui mãe!

Ele levantou, ajudou a mulher a se levantar
e me encarou. O homem era charmoso demais para não corar, por isso desviei meu olhar para quem realmente precisava da minha atenção.

— Vamos lá? — Estendi minha mão
indicando um corredor e a vi caminhar lentamente até a minha sala. Uma música suave tocava ao fundo e um aromatizador de ambiente de erva doce completava o clima de relaxamento.

— Vamos conversar um pouco antes? —
perguntei suave e sentei em uma cadeira, ela fez o mesmo. — Aceita uma água?

— Olha, moça, o que tenho não há cura.
Estou aqui pelo meu filho — ela falou amargurada e tentei não fazer uma careta ao perceber que havia uma resistência. Tentei não me auto programar, nem pensar que essa sessão poderia ser um fracasso, mas estava sendo impossível.

— O que a senhora tem? — Peguei meu
celular, busquei a ficha de paciente da dona Violeta e comecei a digitar.

— Fibromialgia. Tomo remédio controlado, já fiz fisioterapia, homeopatia, cura espiritual... já fiz de tudo o que hoseok pediu, ele só não entende que esse é meu fim, não tem como
mudar.

Anotei tudo o que ela falou e engoli em
seco. O amargor das palavras e o sentimento de impotência estavam flutuando no ar. Seria um desafio fazer com que ela se abrisse, mas nunca desisti tão fácil. Entendia que não adiantava forçar um tratamento em uma pessoa que não queria se curar, mas talvez, quem sabe, depois do que descobrirmos aqui, ela enxergue de outra maneira?

— E a senhora? Já procurou um tratamento por si só? Quis melhorar suas dores?

Ela franziu a testa e me analisou antes de
responder:

— Também já fui em psicólogos e psiquiatras. Isso me parece muito com eles e não,
não funcionou.

— Se não for muito invasivo da minha
parte, poderia me dizer o motivo de você querer continuar a sentir dor ao invés de buscar um tratamento em que você se sinta bem?

Parecia que acertei na veia, porque a vi
engolir em seco, se remexer na cadeira e por fim, bufar.

— Meu filho disse que esse tratamento não
envolvia conversa. Preferia começar de uma vez para poder voltar para minha casa e fazer o bolo de cenoura que Namjoon tanto gosta.

Fiz uma última anotação em sua ficha pelo meu celular, levantei da cadeira sorrindo, mesmo que quisesse revirar os olhos e indiquei a maca.

Seria interessante abrir o jogo com ela, dizer que perderia nosso tempo fazendo algo que não estava aberta a receber, mas segui minha intuição e deixei esse discurso para o final.

— Conversar faz parte do tratamento, mas
vamos lá, deite na maca e enquanto isso, explicarei um pouco sobre o que é a Microfisioterapia.

Os 6 irmãos BangTan Onde histórias criam vida. Descubra agora