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Você é aquilo que ninguém vê.
Uma coleção de histórias, estórias, memórias, dores, delícias, pecados, bondades, estratégias, sucessos, sentimentos e pensamentos.
Se definir é se limitar.
Você é um eterno parênteses em aberto, enquanto sua eternidade durar.
- Machado de Assis

||Biatriz Lacerda||

Quando chegamos no restaurante, entramos em uma conversa aleatória sobre as pessoas da faculdade e em como elas estavam.

– Ela tá estranha, parece que envelheceu vinte anos em dois! - Faço uma careta ao ver como uma antiga amiga nossa havia ficado ao casar.

– Não acredito que começaram as fofocas sem mim- Ouvi a voz inesquecível do rapha atrás de mim e deu uma vontade imensa de chorar, eu realmente sinto muita falta desses meninos. Virei e o abracei forte, logo deixando a Valentina ter o momento dela.

Sempre foi assim, somos todos próximos, mas sempre tive uma proximidade maior com o Mateus assim como a Valentina tem com o Raphael. Isso desde que nos conhecemos.

– Sua puta, você não foi buscar a gente porque tava com mulher!- Reclamei após acabar o momento dos dois.

– Prioridades né- Deu de ombros tomando um tapa da Tina no mesmo momento. -Brincadeira, é só porque já tinha marcado a tempos esse date.

– Vamos na rust hoje, já tá sabendo né?- Tina perguntou

– E desde quando eu perco farra?- Respondeu indignado.

Começamos a conversar sobre as fofocas que aconteceram enquanto estávamos fora e logo chegou nossos pedidos.

– Não acreditei quando me falaram quem estava aqui!- Disse dona Lúcia, a mulher do dono super animada ao nos encontrar.

– Não creio que te encontrei aqui, que saudade dona Lúcia!- A abracei tão empolgada quanto ela.

Frequentamos esse restaurante desde a época da faculdade, foram cinco anos comendo no mesmo lugar, o que nos rendeu uma amizade sincera com os donos.

– Como poderíamos voltar e não virmos aqui? Como você está? - Tina veio logo atrás a abraçando também.

– Vocês quatro me abandonaram aqui com esses filhinhos de papai com o nariz em pé, não vieram mais me visitar. - Nos bateu com um pano de prato que estava pendurado em seu ombro. – As duas aqui eu passo pano, foram morar em outro estado. Mas vocês dois ingratos? Deveria colocar laxante no prato de vocês!

– Era estranho vir aqui sem elas tia Lu, dá um desconto!- O cara de pau do Raphael falou fazendo o drama dele de sempre.

Ficamos horas ali conversando com a dona Lu, ela tinha se tornado quase da família, amávamos ela. Só fomos embora porque precisávamos nos arrumar mesmo, caso contrário ainda estaríamos lá batendo papo.

– Acha que eu passo o bronzeador ou só o iluminador no corpo?- Pergunto quando saio do banheiro. Estávamos nos arrumando juntas, como sempre.

– Passa só iluminador amiga, combina mais com a ocasião, ele mancha bem menos né!-Falou terminando de fazer ondas no cabelo.

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