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O mistério da
existência humana
não está apenas em
permanecer vivo,
mas em encontrar algo
pelo qual viver.
- Fiódor Dostoiévski.

|| Gabriel Donato||

– O que aconteceu?- Bia perguntou quando nos distanciamos da casa.

– Tava dando muita briga lá, pelo que me parece tinha um cara armado.- Falou simples, nos fazendo arregalar os olhos.

– Vamos pro ap? É aqui perto!- Bia falou quando chegamos no meio do resto da galera.

– Casa eu não tenho mais né?- Duda falou rindo.– Ainda bem que moro sozinha, minha mãe já estaria surtando uma hora dessas.

– Minha mãe só não surta porque ela tá em Curitiba.- Fala e eu concordo, já que nossas mães estão juntas. Podem fazer anos que me mudei da casa dos meus pais, mas minha mãe sempre vai contar cada passo meu.

Nos dividimos nos carros novamente e como a Marina tinha vindo de uber, ela voltou comigo e o Thiago.

– Beijou a Bia?- Thiago perguntou e eu neguei.– Pô, ficaram à noite inteira grudados e nem um selinho?

– Enrolada demais, na hora que ia beijar ela o Rapha chegou.- Liguei o carro seguindo o Mateus.– Tô cansando já.

– Tá demorando. Se fosse eu, já tava longe!- Fala dando de ombros.– Tô até te estranhando.

– Minha amiga vale a pena a insistência.- Marina fala também dando de ombros.

– Não sei pra que tanto doce pra se pegar, tá óbvio que ela quer também.- Thiago fala.

– Falando em se pegar, você e a loira também não se desgrudaram hoje né.- Falei me lembrando de mais cedo.– Pegou ela né?

– Com certeza.- Marina falou rindo.– Fico até orgulhosa de ver meus lindinhos pegando mina que presta, da até uma esperança.

Ficamos nessa até chegar no ap das meninas, que não era do lado do lugar, mas bem mais perto que nossas casas.

– Se espalhem aí.- Bia falou jogando as coisas pra dormir na gente.– Meninos, se quiserem tomar banho, tem roupa dos meninos no quarto de hóspedes. Meninas, podem pegar no meu ou no da Valentina. Escovas de dente tem na terceira gaveta do banheiro social.

Ela se deitou no sofá que eu estava sentado e jogou as pernas em cima de mim.

– Muito folgada, sorte sua que eu não ligo.- Falo abraçando suas coxas.

– Eu tô na minha casa.- Fala indignada.

Estávamos nas nossas brincadeiras e conversas de sempre, até todo mundo cansar e se ajeitar pra dormir.

– Como assim tu nunca sofreu uma decepção amorosa?- Marina pergunta horrorizada pra Bia.

– Decepção decepção mesmo, nunca. Sempre fui bem resolvida comigo mesma, o máximo que aconteceu foi uma feridinha no meu ego.- Fala dando de ombros.

Agora eu tava deitado no seu colo enquanto ela mexia no meu cabelo.

– Meu sonho! Coloco expectativa demais em relacionamentos, ficante que seja. Depois só tomo no meu cu.- Duda fala rindo.

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