Martina
- Martina- a Jimena diz pegando a minha mão- O enterro da sua amiga será amanhã... você quer ir?- é involuntário, mas só de lembrar dela meus olhos não me obedecem e as lágrimas caem. Eu amava tanto a Regina e saber que ela morreu por minha culpa é um peso para o resto da vida.
- E-e... eu não sei. Gostaria de ir, porque é a última vez, mas não sei como será a reação da família e...
- Calma, não pense nisso. Se quiser ir te levaremos.
- Vou pensar um pouco mais, pode ser?- ela acena com a cabeça- Gostaria de me desculpar por ter feito aquilo, ainda mais na sua casa e na frente de uma criança.
- Martina, você passou por muitas coisas em pouco tempo, não foi uma decisão inteligente tentar tirar a sua vida- ela fixa os olhos em mim- Agora você tem uma família de verdade, o que precisar é só falar com a gente, ninguém vai te julgar- ela sorri e eu devolvo- Estamos quase chegando, a casa tem mais alguns caras armados, não se assuste.
- Agora eu terei que me acostumar a isso... e com minha nova família.
- Isso mesmo.
A casa esta lotada de caras armados. Muitos. Isso é um pouco assustador e a todo momento eu acho que estou num filme.
- Oi Martina- o Junior corre para me abraçar e tem uma garota ao lado dele- Você me deve um jantar.
- Pode ser um café?- ele acena que sim.
- ¿Quién es usted?- que lindo, não entendo o que essa menina fala (Quem é você?)
- Es nuestra prima, la prima de tu tío. (Ela é nossa prima, prima do seu tio)
- A Carmem não fala português e nem você espanhol, a comunicação entre vocês será difícil- o Valentim deve achar que sou burra, porque eu não me dediquei em um idioma estrangeiro, porque?- Minha irmã fala muito pouco, então terá dificuldade com ela também e a Carmem tem interesse em aprender "a língua engraçada que o tio fala"- ver o Valentim sorrir da uma sensação tão boa.
- Vou ter que aprender outro idioma urgente- o lado bom é que dá pra ensinar a menina o idioma diferente que o tio fala- Eu vou tomar banho e tirar essa roupa.
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Estou parada há uns três minutos sem coragem de entrar, a porta esta fechada. Num súbito eu peguei o primeiro frasco de remédio e tomei todo, eu não faço ideia do que tinha dentro, só sei que aquilo me deu um alivio tremendo e depois eu apaguei.
- Tá tudo bem?- eu sinto uma mão nas minhas costas e dou um pulo pra frente- Calma.
- Que susto Valentim- estou tremendo um pouco.
- Não queria te assustar, calma.
- Mas assustou.
- Você tá parada encarando a porta há um tempo, eu pensei que estava em transe- vontade de esganar esse idiota.
- Você esta me espionando?- ele dá um sorriso de canto. Que filho da puta.
- Estava- ele se aproxima e fica atrás de mim- Não tem nada ai, nenhum vestígio. Eu mesmo me certifiquei que estivesse tudo limpo- eu senti um alivio imenso.
- Obrigada por isso e pelas flores- eu me esqueci de agradecer. Sai do hospital com elas nas mãos e até agora não larguei.
- Que bom que gostou- esse bendito sorriso que me faz sentir borboletas no estômago- Vai tomar seu banho, vou te esperar.
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A PROTEGIDA- UMA HISTÓRIA DE VINGANÇA
FanfictionUma vez eu ouvi essa frase: O melhor modo de vingar-se de um inimigo é não se assemelhar a ele, ainda bem que me chamo Valentim e não fui eu quem disse isso, mas relaxem, não vou me assemelhar a eles... serei mil vezes pior.