CINQUENTA E QUATRO

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Valentim

Acordo com alguém me cutucando e quando abro os olho vejo a Marina sorrindo, eu consegui dormir num banco e foi soneca mais relaxante que tive em meses

- Estão precisando da gente

- Pra que?- ajeito meu corpo e me pergunto como uma coisa tão pequena me faz dormir alguns minutos e relaxar todo meu corpo

- Vamos Valentim- ela chama de pé

Eu odeio com todas as minhas forças esse lugar e hoje mais do que nunca.

No corredor tem uma mulher conversando com a Jimena e nos aproximamos pra ouvir

- O quadro de saúde é estável, mas vamos esperar vinte quatro horas pra ver como corpo reagiu aos minutos de parada- que merda

- Isso quer dizer o que? - questiono

- Esperar pra ver, se algum órgão sofreu danos e ele vai precisar de mais transfusão de sangue, quem for tipo O- pode se encaminhar ao hemocentro. Obrigada

Saio assim que a mulher fecha a boca, o que puder fazer pra salvar a vida do Juan eu vou fazer, arrasto a Maribel porque sei que o sangue dela é o mesmo

- Vamos ao hemocentro- a agarro pelo braço mas ela me parece não querer ir- Lembre- se que é por sua culpa que ele está aqui... Então você vai

- Eu não posso- ela continua relutante e espero que tenha um motivo pra isso- Valentim, tenho hepatite... Hepatite B

- Desde quando?- questiono, porque se for mentira eu vou esganar ela com minhas mãos

- Desde quando me afundei no mundo das drogas- arregalo meus olhos- Por isso eu menti sobre ter perdido meu filho

- Eu não sabia... Me desculpe

- Ninguém sabe a não ser meu pai e os médicos. Eu peguei por uma seringa infectada e quando descobri já era crônica

- Maribel...

- Você usou drogas nos últimos meses?- ela pergunta de repente e aceno que sim- Então não adianta ir no hemocentro, não vão te deixar doar

- Sério isso?- ela balança a cabeça que sim- Que caralho- soco a parede. Eu não vou conseguir o mínimo, o mínimo

- Antes de levarem o Mateo... quero que ele veja o pai

- Maribel- agarro os braços e a obrigo me encarar- O Juan não vai morrer... não vai- minha voz falha miseravelmente, porque não tenho certeza de nada. Solto os braços dela e caminho de volta

Volto pra sala de espera, meus olhos ardem e quando vejo a Martina, me alegro um pouco, mas quando olho pra Jimena voltou a estaca zero. Sinto meu queixo temer ridiculamente e... Minha visão turva pelas lágrimas e pisco algumas vezes

- Como... Como ele está?

- Resistindo- caminho mais pra perto e dou a ela um abraço- Eu sei que o Henrique mereceu o fim que teve... mas meu coração de mãe dói até hoje por ele- É a primeira vez que vejo a Jimena chorar

- Vou esperar em casa- ouço a Martina dizer- O Camilo veio comigo, não se preocupem. Se precisarem me chame

- Não é uma boa ideia ir pra casa querida

- Não me sinto bem aqui...

- Não deixe a Martina sozinha- Jimena diz

- O Camilo esta atento agora- digo e percebo uma preocupação maior

- Sr. Ramirez, preciso que venha até o consultório- alguém diz

- Valentim... a Martina não está bem e com certeza ela esta se culpando pelo que aconteceu com o meu filho- muita coisa pra assimilar ao mesmo tempo e quando me preparo pra sair sou barrado pelo médico

A PROTEGIDA- UMA HISTÓRIA DE VINGANÇAOnde histórias criam vida. Descubra agora