VINTE E CINCO

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Valentim

A noite tá fresca e agradável, o Júnior pediu o sorvete e como está focado em brincar o sorvete derreteu e ele me entregou o que sobrou.

- Tio, não quero mais- não parece nada com aquele garoto arrumadinho que saiu de casa. Por mais que ele jogue bola, a energia parece que nunca acaba- Vou brincar mais.

A Martina está rindo igual uma bobona vendo ele brincar, os dois tem muito em comum, mas o Júnior teve a mãe morta e não negligente como a dela. Ver a Martina sorrindo e sem medo faz meu coração mais feliz, por tudo que ela passou, as mínimas coisas que a fazem feliz eu faço sem pensar.

Provavelmente ela vai querer me matar, mas o casamento não é falso, pode ser egoísmo da minha parte, mas não poderia deixar a oportunidade de ficar com ela para o resto da minha vida e também é uma ressalva de protege- lá. Ninguém em sã consciência mexeria com a Martina sabendo de quem ela é filha, mas fazendo dela minha esposa as chances triplicam, sou filho e neto de homens influentes e aliado de uma mulher importantíssima no país e no continente americano, doido quem se quer pensar em encostar tanto nela quanto no Júnior.

Avisto um rosto familiar que faz meu rosto contorcer em repulsa, Adrian. Esse filho da puta tá com a Martina no radar e ele nem em sonho vai continuar com isso, nem em sonho.

- Valentim, que prazer revê- ló- ele me estende a mão e ignoro.

- Felizmente não posso dizer o mesmo- a cara de autoconfiança dele, me faz ter vontade de quebrar o nariz dele no soco.

- Então essa é a amigona do Quinho?- meu sangue gela quando ele chama o garoto assim. Só o Henrique chamava ele assim, só o pai.

- Quem?- questiono sem paciência

- Quinho, ele disse que prefere ser chamado dessa forma, que na casa dele todos tem um apelido legal e o dele é esse- respiro um pouco mais aliviado, ele realmente disse isso. O Adrian não me olha, mas fica encarando a Martina, esse cara tá louco.

- Adrian- aperto o ombro dele- Se você não quiser apanhar num lugar cheio de pessoas... pare de olhar pra minha esposa- odeio pessoas presunçosas e o Adrian além de ser assim ele me provoca por uma coisa que aconteceu há anos.

- Valentim- ele fica tão perto que dá pra sentir o calor da respiração- É questão de tempo e pego ela de você- ele volta o olhar pra ela- Você sabe que eu consigo.

- Eu conheço a Martina, ela não é como as outras... não vai te dar a mínima bola- o afasto, tá perto demais- A menos que você faça algo contra a vontade dela e ai- aperto o ombro dele com mais força- Você vai cavar sua cova, no calor escaldante do México e lembrar que nunca devia ter saído de lá- eu tentei me segurar o máximo pra não bater nele, mas o deboche na cara dele fez meu sangue ferver.

- É esse o exemplo de bom pai?- ele aperta a mandíbula e o sorrisinho presunçoso continua na cara dele- É questão de tempo Valentim e sua linda esposa vai implorar- ele olha pra Martina que esta um pouco assustada- Pra que eu faça ela gozar em volta de mim.

Meu instinto racional foi pra puta que pariu. Acerto bem no meio do nariz e ele me acerta de volta, estava pronto pra rolar nesse chão com ele, mas sinto uma mão no meu braço.

- Para Valentim, vamos pra casa- os dedos em volta do meu braço estão trêmulos e ela esta assustada.

- Isso não acabou Adrian.

A PROTEGIDA- UMA HISTÓRIA DE VINGANÇAOnde histórias criam vida. Descubra agora