A PROTEGIDA- UMA HISTÓRIA DE VINGANÇA

QUINZE

Valentim

Como esse menino tem tanta energia logo pela manhã? o Junior já tomou banho, tomou café, viu televisão e agora sujou a roupa de terra tentando fazer um boque de flores e eu não faço ideia pra que.

- Pequeno, vem trocar essa roupa, está na hora da aula.

- Tô indo já vó, só vou pegar mais uma- a mão dele não cabe mais nenhuma flor se quer.

- Henrique, vamos!- me parece que hoje ela esta de mau humor.

- Minha vó tá chata hoje- ele vai batendo o pé, isso não é bom. O Junior anda fazendo muita pirraça por pouca coisa.

Depois de um tempo ele aparece na porta com a Martina e ela esta sorrindo feito uma boba e agora eu sei que as flores eram pra ela, o Junior esfregando na minha cara que sabe agradecer melhor que eu.

- Eu pensei que eram pra mim- reclamo com ele.

- Não né tio, a Tina é minha amigona e ela me deixou dormir com ela. Tina, eu mesmo colhi as flores, a minha vó ficou um pouco brava, mas eu expliquei pra ela que era pra você e ela deixou de ficar brava.

- Obriga pequeno, eu amei- ela me encara e dá um sorrisinho de lado- Pequeno, posso dar o tio Tim uma flor? olha a cara de coitado dele- o Junior ri escandalosamente e coloca a mão na boca.

- Não Tina, o certo é ele te dar flores, não ao contrário- isso me deixa surpreso, a vida gosta de que pessoas mais novas me ensine sobre ela.

- Nossa Junior, eu pensei que você gostava de mim.

- Eu gosto tio, mas as flores não são pra você- ele agarra a mão da Martina- Podemos ir? Vou chegar muito atrasado na aula.

Enfrentamos mais uma luta para colocar o Junior no acento, ele não quer de jeito nenhum e peço a Deus paciência.

- Pequeno, é perigoso ficar assim- ele reclama um pouco- Quando mais hora fizer pra sentar, mais atrasado você vai ficar.

- Tá bom Tina- ele faz tanto bico que daqui a pouco esta igual a um pato.

A Martina teve a brilhante ideia de trazer as flores e com toda a certeza tem margaridas, porque meu nariz não para de coçar.

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Martina

Deixamos o Junior na escola e agora vamos marcar a data do casamento e vou olhar um vestido. O Valentim fica extremamente atraente dirigindo, hoje ele decidiu vestir um terno completo, mas sem o blazer e nem gravata e colocou óculos escuros, é agora eu tenho mais um ponto fraco, que raiva.

- Que foi?- ele questiona.

- Nada, estou apenas olhando- tenho certeza do que passou pela cabeça dele, porque eu vi o sorrisinho de canto

- Ah Martina- ele desliza a mão suavemente do volante para minha coxa esquerda- Se você soubesse o tanto que eu penso em você- ele aperta minha coxa um pouco e meu corpo aquece.

- Valentim... Eu não acho uma boa ideia.

- O que? Eu pensar em você?

- É que antes você foi muito bruto e ignorante- eu não consigo esquecer isso- E agora, depois de tudo...