Assim que Lina sobe para tomar banho, os empregados começam a guardar as compras.
Rindou: Eu e o Ran temos uma reunião e prometo voltar antes do jantar.
S/n: Não demora, ok?
Rindou: Eu te amo.
Então ele se aproxima e a beija.
Ran: Eu não volto hoje.
S/n: Porque?
Ran: Depois que uma pequena ser curiosa começou a morar aqui, vai ser arriscado. Ela pode me fazer algumas perguntas.
S/n: Tipo os gritos das suas amigas de madrugada?
Ran: Exatamente. Uma vez ela me perguntou por que eu bati na minha amiga. Fiquei com a cara no chão.
Rindou: Coloca protetor de som no quarto.
Ran: Acho melhor ir pra outro lugar. Ela é muito curiosa.
Assim que eles saem, S/n vai até a sala de jantar, sentindo-se um pouco mal por causa dos medicamentos de desintoxicação.
Yumi: Pensei que fosse capaz de tudo, menos de se envenenar.
S/n: Eu não...
Logo ela se senta.
Yumi: Pra chamar atenção dele, duvido muito.
S/n: Você acha que eu correria esse risco? Eu tenho uma filha de 4 anos que depende de mim. Jamais entenderia qualquer coisa que possa afetar a minha filha em relação a mim. Jamais colocaria em risco.
Yumi: Então alguém realmente envenenou você.
S/n: Foi você, não foi?
Yumi: Não. Eu jamais... Olha, não é porque eu tenho crush nos meus chefes que eu chegaria a esse ponto. Eu adoro a Lina e jamais faria algo assim.
S/n: Bom saber.
Yumi: O que?
S/n: Vamos ser sinceras. Qual dos dois você gosta mais?
Yumi: Do Ran, mas o senhor Rindou é mais fofo.
S/n: Ajudo você a ficar com o Ran, com uma condição.
Yumi: Qualquer coisa.
S/n: Cuida da Lina pra mim. Se você perceber que tem qualquer coisa fora de controle acontecendo, tira ela daqui, tá me ouvindo?
Yumi: O que está acontecendo?
S/n: Só tenho um pressentimento ruim.
Logo ela suspira, cansada.
Yumi: E os seus irmãos da outra área?
S/n: Minha irmã viajou com o marido e o outro está em outro país.
Yumi: Que legal.
S/n: Sim, o Mit foi para Paris e o Baji viajou com a namorada.
As duas conversam.
S/n: E você?
Yumi: Eu cresci em um orfanato. Com 18 anos, vim atrás de emprego, já que estavam dando vagas. Desde então, trabalho e moro aqui.
S/n: Não tem noção de quem sejam seus pais?
Yumi: Em uma fase da minha vida, eu sempre quis saber, mas eu desisti.
S/n: Compreendo.
Yumi: E você?
S/n: Antes do Rindou, eu tinha um namorado. Ele era o meu vice. A gente brigou, e ele foi até a minha casa pedir desculpas, mas eu não quis ouvir ou falar com ele. O último recado que ele me deixou foi que me amava muito e que não gosta de nos ver brigados. Esperava que no dia seguinte eu entendesse os motivos dele de mudar de divisão.
Yumi: O que aconteceu?
S/n: Depois dele me mandar isso, ele foi para casa, mas um pessoal da gangue rival o viu sozinho. Ele lutou, mas mesmo assim, mataram ele. E até hoje, eu me culpo por isso. E se eu tivesse deixado ele entrar e se eu não tivesse brigado com ele...
Yumi: Você não conheceria o Rindou e nem teria a Lina.
S/n: Todo mundo que eu amo sempre morre, Yumi. Meu pai e meu irmão morreram no dia do meu aniversário, minha mãe morreu pouco depois que eu tive a Lina. Estou sozinha. O Rindou não é uma garantia pra mim, entende? Hoje, a gente está junto, mas amanhã, ele pode enjoar de mim.
Yumi: Não pense isso.
S/n: Eu morro de medo de perder a minha filha. Já perdi um filho antes e já sofri demais. Até hoje, eu me culpo. Tanto eu penso o que eu fiz de errado.
Logo ela deixa uma lágrima escapar.
S/n: Não sou tão próxima dos meus irmãos, sempre afasto os meus amigos, meus pais estão mortos, o homem que eu amo está comigo, mas morro de medo de perder ele. A minha filha é a única luz da minha vida. Tenho medo de que ela se apague.
Yumi: Eu não sabia que você tinha passado por tantas coisas.
S/n: Uma noite, fui a uma ponte e comecei a chorar, lembrando do meu namorado, do meu irmão, lembrando de como a minha mãe não me amava. Chorei demais. Eu queria me jogar daquela ponte e morrer. Mas ele apareceu, se intrometendo, pegando o meu telefone e mudando a minha vida completamente. Ele me salvou naquele dia.
Yumi: Acredito que vocês se salvaram.
S/n: Não, ele me salvou. E quando terminei com ele, a Lina me salvou.
Logo a pequena aparece.
Lina: Salvei do que, mamãe?
S/n: De muitas coisas, meu amor.
Lina: Muitas coisas?
S/n: Sim!
Logo ela abre um sorriso, e a S/n começa a chorar.
Lina: Não chora, mamãe. Você é meu amor. Você é linda.
S/n: Você é meu amor.