capítulo 30

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Assim que Lina sobe para tomar banho, os empregados começam a guardar as compras.

Rindou: Eu e o Ran temos uma reunião e prometo voltar antes do jantar.

S/n: Não demora, ok?

Rindou: Eu te amo.

Então ele se aproxima e a beija.

Ran: Eu não volto hoje.

S/n: Porque?

Ran: Depois que uma pequena ser curiosa começou a morar aqui, vai ser arriscado. Ela pode me fazer algumas perguntas.

S/n: Tipo os gritos das suas amigas de madrugada?

Ran: Exatamente. Uma vez ela me perguntou por que eu bati na minha amiga. Fiquei com a cara no chão.

Rindou: Coloca protetor de som no quarto.

Ran: Acho melhor ir pra outro lugar. Ela é muito curiosa.

Assim que eles saem, S/n vai até a sala de jantar, sentindo-se um pouco mal por causa dos medicamentos de desintoxicação.

Yumi: Pensei que fosse capaz de tudo, menos de se envenenar.

S/n: Eu não...

Logo ela se senta.

Yumi: Pra chamar atenção dele, duvido muito.

S/n: Você acha que eu correria esse risco? Eu tenho uma filha de 4 anos que depende de mim. Jamais entenderia qualquer coisa que possa afetar a minha filha em relação a mim. Jamais colocaria em risco.

Yumi: Então alguém realmente envenenou você.

S/n: Foi você, não foi?

Yumi: Não. Eu jamais... Olha, não é porque eu tenho crush nos meus chefes que eu chegaria a esse ponto. Eu adoro a Lina e jamais faria algo assim.

S/n: Bom saber.

Yumi: O que?

S/n: Vamos ser sinceras. Qual dos dois você gosta mais?

Yumi: Do Ran, mas o senhor Rindou é mais fofo.

S/n: Ajudo você a ficar com o Ran, com uma condição.

Yumi: Qualquer coisa.

S/n: Cuida da Lina pra mim. Se você perceber que tem qualquer coisa fora de controle acontecendo, tira ela daqui, tá me ouvindo?

Yumi: O que está acontecendo?

S/n: Só tenho um pressentimento ruim.

Logo ela suspira, cansada.

Yumi: E os seus irmãos da outra área?

S/n: Minha irmã viajou com o marido e o outro está em outro país.

Yumi: Que legal.

S/n: Sim, o Mit foi para Paris e o Baji viajou com a namorada.

As duas conversam.

S/n: E você?

Yumi: Eu cresci em um orfanato. Com 18 anos, vim atrás de emprego, já que estavam dando vagas. Desde então, trabalho e moro aqui.

S/n: Não tem noção de quem sejam seus pais?

Yumi: Em uma fase da minha vida, eu sempre quis saber, mas eu desisti.

S/n: Compreendo.

Yumi: E você?

S/n: Antes do Rindou, eu tinha um namorado. Ele era o meu vice. A gente brigou, e ele foi até a minha casa pedir desculpas, mas eu não quis ouvir ou falar com ele. O último recado que ele me deixou foi que me amava muito e que não gosta de nos ver brigados. Esperava que no dia seguinte eu entendesse os motivos dele de mudar de divisão.

Yumi: O que aconteceu?

S/n: Depois dele me mandar isso, ele foi para casa, mas um pessoal da gangue rival o viu sozinho. Ele lutou, mas mesmo assim, mataram ele. E até hoje, eu me culpo por isso. E se eu tivesse deixado ele entrar e se eu não tivesse brigado com ele...

Yumi: Você não conheceria o Rindou e nem teria a Lina.

S/n: Todo mundo que eu amo sempre morre, Yumi. Meu pai e meu irmão morreram no dia do meu aniversário, minha mãe morreu pouco depois que eu tive a Lina. Estou sozinha. O Rindou não é uma garantia pra mim, entende? Hoje, a gente está junto, mas amanhã, ele pode enjoar de mim.

Yumi: Não pense isso.

S/n: Eu morro de medo de perder a minha filha. Já perdi um filho antes e já sofri demais. Até hoje, eu me culpo. Tanto eu penso o que eu fiz de errado.

Logo ela deixa uma lágrima escapar.

S/n: Não sou tão próxima dos meus irmãos, sempre afasto os meus amigos, meus pais estão mortos, o homem que eu amo está comigo, mas morro de medo de perder ele. A minha filha é a única luz da minha vida. Tenho medo de que ela se apague.

Yumi: Eu não sabia que você tinha passado por tantas coisas.

S/n: Uma noite, fui a uma ponte e comecei a chorar, lembrando do meu namorado, do meu irmão, lembrando de como a minha mãe não me amava. Chorei demais. Eu queria me jogar daquela ponte e morrer. Mas ele apareceu, se intrometendo, pegando o meu telefone e mudando a minha vida completamente. Ele me salvou naquele dia.

Yumi: Acredito que vocês se salvaram.

S/n: Não, ele me salvou. E quando terminei com ele, a Lina me salvou.

Logo a pequena aparece.

Lina: Salvei do que, mamãe?

S/n: De muitas coisas, meu amor.

Lina: Muitas coisas?

S/n: Sim!

Logo ela abre um sorriso, e a S/n começa a chorar.

Lina: Não chora, mamãe. Você é meu amor. Você é linda.

S/n: Você é meu amor.

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