Camilla Hernandez era uma recém formada estudante de jornalismo que buscava seu lugar na indústria do 'papel' e das 'entrevistas'. Ela começa a trabalhar para uma companhia conhecida principalmente por suas matérias sensacionalistas e ataques direto...
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Eu cheguei no Sudoeste da Califórnia às 06:00 da manhã, desci do ônibus enquanto me espreguiçava e respirava profundamente. Pensei comigo mesma: 'Como uma companhia com tanto prestígio e um presidente que esbanjava carros não tem dinheiro para me por pelo menos em um pequeno avião?'
Comecei a me guiar por mapas, eu estava na Califórnia há apenas 1 ano e meio, não sabia exatamente o que esperar quando chegasse lá.
Eram exatas 07:20 quando cheguei no Sheraton Los Angeles International e caramba, o hotel era luxuoso mesmo, fiquei boquiaberta enquanto esfregava a parte de trás da minha cabeça, algo que eu fazia muito quando era exposta a situações de alta pressão. Andei em passos lentos até a recepção, mostrei meu crachá e o que precisava para instalação.
— Senhorita Hernandez? O seu quarto é o quarto 315, no 5° andar. — A recepcionista me deu a chave do quarto e o concierge pegou minhas malas, fiquei nervosa. Nunca tinha estado naquele tipo de situação, mas se queria ser uma jornalista, deveria me acostumar.
Subi de elevador em silêncio, observando tudo com os olhos brilhantes. Quando entrei no quinto andar balançando a chave entre os dedos, vi a porta 315, era no final do corredor depois do elevador. O corredor era feito de mármore, ornamentado com capitéis segurando quadros rústico, pinturas que provavelmente custavam mais que minha casa. Arrastei minha mala até o fim do corredor e enfiei a chave na porta, quando entrei no quarto, fiquei maravilhada com o cenário. Soltei as malas na cama e fui até a varanda, a vista era linda.
— Louis gastou o dinheiro da viagem com o quarto do hotel. — Murmurei para mim mesma enquanto ria baixo, o quarto era o mais luxuoso que já estive em minha vida, parecia até...Bom demais para ser verdade.
[...]
Eram 10:15 quando eu cheguei no quarto onde seriam as entrevistas, não era bem um quarto, mas uma sala, uma sala bem grande. Tinha um pequeno frigobar com bebidas, algumas mesas, comidas e etc. Havia jornalistas em monte ao meu redor, todos desejando um pedaço dele. Para minha felicidade, a primeira banda que eu teria prazer de entrevistar seria o Megadeth, mas, principalmente, o Dave Mustaine. Não vou negar, estava tremendo.
Vesti uma calça jeans pantalona com um azul desbotado, botas e uma regata de crochê preta. Certamente, não era a maneira que uma jornalista deveria estar vestida, de qualquer maneira, estava satisfeita.
A banda ainda não havia chegado, então fiquei em um canto e abri novamente as anotações e sugestões de perguntas que Louis havia me dado, quando comecei a ler. Arregalei os olhos. Eram perguntas invasivas e nada respeitosas, coisas que Ruby me mandou evitar perguntar, coisas como: "Quando foi que você saiu da última reabilitação?" "Como parou de usar heroína e drogas desse calibre?"
Eram coisas que eu jamais perguntaria a alguém, não a alguém que eu realmente desejasse que aproveitasse a minha entrevista. Então, sorrateiramente, amassei o papel e o joguei na lixeira mais próxima, me sentando em uma das cadeiras na frente da mesa onde a banda ficaria.
