Save an enemy, fake a romance.

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Meu sangue estava fervendo, aquele maldito tinha me ameaçado e nem sequer piscou ao fazê-lo

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Meu sangue estava fervendo, aquele maldito tinha me ameaçado e nem sequer piscou ao fazê-lo. Eu não podia deixar isso barato, ele ia sofrer as consequências. Agora era guerra.

Felizmente, depois que ele saiu da minha cola, consegui fazer algumas entrevistas com músicos e bandas que me atenderam de maneira doce e gentil, não podia estar mais satisfeita. Contudo, não conseguia tirar uma forma de vingança da minha cabeça, Deus, eu estava sendo tão infantil, mas não conseguia evitar. Ontem de manhã, eu faria tudo por uma foto abraçando Dave Mustaine, e agora, estava planejando uma forma de arruiná-lo. Não esperava que o jornalismo fosse tão 8 ou 80.

De fato, conhecer seus ídolos é terrível, principalmente quando tem uma visão panorâmica do que eles são. Só a presença dele era o suficiente para me deixar nervosa e tirar a minha paz, eu já não conseguia ver a beleza que via antes dele, a personalidade egocêntrica e canalha dele arrancou meus olhos nesse quesito.

O Megadeth ia ser uma das últimas bandas a tocar, sinceramente, a maioria das pessoas naquele festival estavam ali por eles, inclusive, eu também estava. Andei um pouco pelo festival e finalmente consegui entrar no backstage, Deus, uma fila enorme com groupies, jornalistas os sanguinários paparazzis. Eu tinha um plano em mente, não sabia ao certo se funcionaria, mas queria tentar.

Eu sabia que o que eu queria fazer era um pouco extremo, mas foda-se, ele estava disposto a cruzar linhas e eu também.

Fui até um dos guardas na frente do camarim escrito 'MEGADETH' bem grande, parei na frente dele e com meu discurso decorado comecei.

— Boa noite, senhor, sou Camilla Hernandez da Louie's Magazine, infelizmente não consegui falar com o senhor Mustaine e o restante da banda durante a sessão de entrevistas hoje cedo, então marcamos para agora, um pouco antes do show dele. Tem algum problema se eu entrar? — Eu disse, recuperando o fôlego assim que terminei de falar e levantar meu crachá, ele apenas ergueu uma sobrancelha e deu espaço para que eu entrasse no camarim.

Tenho certeza que ele já estava esperando mulheres lá, de qualquer maneira, ele teria me deixado entrar.

Apenas dei de ombros e entrei, fechando a porta atrás de mim. O camarim deles era lindo, grande e com muitas coisas, mas eles não estavam lá, para minha sorte. Comecei a mexer ao redor do camarim, tirei um pouco do meu perfume da minha bolsa e espirrei pelo camarim, bebi de uma garrafa de vinho na mesa e me sentei na frente da penteadeira. Peguei um papel do meu bloco de notas e comecei a escrever.

“Senti que não fizemos o que realmente queríamos no seu quarto... Por que não vem me encontrar depois do seu show, estarei na barraca 4 ao lado do palco, traga seus brinquedos.”

Eu sorri ao deixar o bilhete colado no espelho, na barraca 4 estavam os paparazzi. Não sabia realmente se ele iria, mas de qualquer maneira, precisava tentar. Seria engraçado.

Hotel Room 315 • Dave Mustaine.Onde histórias criam vida. Descubra agora