Sexta-feira, 10:20. Sheraton Los Angeles International.
Eram exatas 10:10 quando cheguei no hotel Sheraton, eu estava sinceramente e completamente, nem aí para está junção de jornalistas sanguinários que fariam perguntas propositalmente desconfortáveis sobre a minha vida, apenas para ter algo em suas colunas desinteresses para pessoas mais desinteressantes ainda terem algum tipo de passatempo.
Tudo parecia frustrante e obsoleto, não havia nada realmente que poderia me fazer sentir vontade o suficiente para me sentar e responder perguntas por prazer.
Por isso, quando entrei no quarto onde seriam as entrevistas, poupei o contato visual com todos os jornalistas e dei respostas curtas, quase insatisfatórias.
Em algum momento daquela entrevista que parecia durar por muito tempo, meus olhos encontraram uma figura engraçada. Obviamente, havia uma bela mulher na cadeira da frente que com certeza era do meu interesse, mas havia algo que me fez querer rir.
Uma mulher, aparentemente, uma jornalista. Ela estava sentada bem ao fundo, do lado de um homem loiro que tinha um sorriso irritante nos lábios. A jornalista que não estava vestida como a maioria dos demais ali presentes, mordia a caneta de maneira bastante ansiosa, seus olhos grandes observando o que provavelmente era o caderno de anotações em seu colo, os fios enrolados sendo desmanchados pelo ventilador da parte de trás do quarto.
O rosto dela foi um daqueles pontos fixos que você acha e sua visão embaça por alguns segundos, até que a moça ergueu os olhos e eu desviei para o jornalista ao lado dela, que fez a pergunta mais idiota da sessão.
— A Tout Le Monde, o single do seu mais novo álbum Youthanasia, é frequentemente alvo de críticas porque a maioria das pessoas acredita que é um tipo de carta de suicídio, qual sua opinião, Mustaine? — Quando o cara loiro disse no sotaque mais irritante que já havia escutado na vida, rolei os olhos, ajeitando o microfone.
— Eu já respondi essa pergunta inúmeras vezes, vocês da imprensa estão cada vez piores. — Falei no tom mais desinteressado e debochado que pude encontrar.
— Já podemos ir? Estou realmente entediado com essas entrevistas de merda.Foi nesse exato momento que a jornalista ao lado dele, que fazia uma expressão de constrangimento se levantou e ergueu o bloco de notas dela, com um sorriso idiota nos lábios.
— Louie's Magazine, Camilla Hernandez. — A voz dela disse de maneira animada, olhei para a jornalista com uma sobrancelha erguida. Seria cômico.
— A coletiva acabou, sem mais jornalistas de merda por hoje.
— Mas, eu-
— A coletiva acabou. — Eu disse de maneira fria, dando um último olhar na direção dela e me levantando para ir embora, com um sorriso maroto e ladino nos lábios.
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Hotel Room 315 • Dave Mustaine.
FanficCamilla Hernandez era uma recém formada estudante de jornalismo que buscava seu lugar na indústria do 'papel' e das 'entrevistas'. Ela começa a trabalhar para uma companhia conhecida principalmente por suas matérias sensacionalistas e ataques direto...