A V that flies.

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Um pouco depois dos ensaios começarem, eu estava parado com as costas encostadas perto da entrada do camarim, trocando olhares com uma loirona muito gata

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Um pouco depois dos ensaios começarem, eu estava parado com as costas encostadas perto da entrada do camarim, trocando olhares com uma loirona muito gata. Ela se aproximou lentamente, enrolando o cabelo na ponta do dedo. Dei a ela um sorriso ladino e ergui a sobrancelha.

— Eaí- — Antes que eu pudesse começar com meu flerte, senti alguém me agarrar e me puxar. Levantei a sobrancelha e olhei para o lado, vendo a jornalista ofegando. — Mas que merda!?

— Preciso da sua ajuda. — Ela me empurrou para dentro do camarim e fechou a porta, rangi os dentes ao me virar para ela.

— O que foi porra!? Não viu que eu estava no meio de um negócio!?

— Você pode voltar para o seu negócio depois, preciso que me ajude em uma coisa. — Cruzei os braços, esperando que ela falasse. — Você conhece os caras do Pantera, não conhece?

Rolei os olhos, ela continuou me encarando com aqueles olhos grandes, igual um cachorrinho sem dono em busca de casa e alimento.

— Sim, por quê?

— Me consegue uma ent-

— Não.

— Por quê!? — Ela disse de uma maneira tão ofendida que até dei uma risada irônica.

— Porque eu não quero. — Dei de ombros indo até uma cestinha de frutas no camarim e comendo uma uva de lá.
— Simples assim.

— Mustaine...

— Você acabou de me atrapalhar, eu estava prestes a conseguir uma foda antes do show, agora viva sabendo que sua carreira foi jogada no lixo porque você atrapalhou a transa de Dave Mustaine. Tem feito isso desde que eu conheço você, já devia ter aprendido.
— Ela rolou os olhos.

— Morre, Mustaine.

— Me mata, Hernandez. — Ela se virou para ir na direção da porta, mas naquele dia em específico, eu estava me sentindo atrevido. — Você vivia com seu irmão porque seus pais morreram de tédio com sua voz irritante, né?

Eu era um idiota, sabia que era. As vezes eu dizia coisas porque sabia que manteriam pessoas longe.

Ela não vacilou, mesmo parecendo abalada com o que eu disse, se virou e se aproximou.

— Foi isso que o James e O Lars disseram para você quando te chutaram da banda? ‘Estamos morrendo de tédio com a sua voz irritante, e ah, o cheiro do álcool.’ — Camilla disse sem regredir ou gaguejar, sua voz firme e seus braços cruzados, um sorriso nada simpático nascendo em seus lábios. Segurei uma risada amarga.

— Você não sabe nada, Camilla.

— Não tente me atingir com o que acha que vai, eu aprendi a lidar com você.
— Ela apontou o dedo na minha cara da maneira mais ameaçadora que já vi alguém fazer desde a minha irmã. — Eu sei o que você está fazendo e acredite, não vai funcionar comigo. Se continuar enchendo a minha paciência com seus joguinhos mentais...

Hotel Room 315 • Dave Mustaine.Onde histórias criam vida. Descubra agora