Camilla Hernandez era uma recém formada estudante de jornalismo que buscava seu lugar na indústria do 'papel' e das 'entrevistas'. Ela começa a trabalhar para uma companhia conhecida principalmente por suas matérias sensacionalistas e ataques direto...
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Foi como se todo o ar ambiente tivesse sido arrancado, eu estava praticamente de joelhos no chão ao ficar sozinha no camarim. Soltei todo o ar que estava preso no meu pulmão desde que entrei naquele lugar e escondi meu rosto com as mãos, tinha realmente deixado aquilo acontecer e pior, eu gostei.
Apoiei as costas na parede, tentando ficar calma e respirar profundamente, mas foi quase impossível. Ainda podia sentir suas mãos grandes e calejadas passeando pelo meu corpo como nunca havia sido feito antes.
— Jesus... — Disse para ninguém em particular antes de sair do camarim, andando em passos tortos pelo backstage, não conseguia de fato acreditar no que havia deixado acontecer e no que tinha me metido.
Eu soltei um longo suspiro, passando o dedo indicador por toda a extensão de seu lábio inferior e depois superior, incrédula com o que tinha acabado de acontecer. Havia tido um dos momentos mais quentes da própria vida com o homem que jurei odiar na noite anterior. Meus olhos passearam pelo local de maneira curiosa enquanto escutava a platéia gritando do lado de fora e a voz dele. Saí do camarim e começou a caminhar na direção do backstage, onde ela teria uma visão boa da banda por trás das cortinas.
Encostei as costas em um apoio de ferro, observando a banda performar algumas músicas do tão adorado ‘Peace Sells...’, quase que alguns segundos depois, os meus olhos se encontraram com os dele. Meu coração acelerou quando ele deu um sorrisinho e então piscou.
Eu assisti o show com uma euforia transparecendo em meu rosto e sorrisos bobos.
— A música que vamos tocar a seguir, é uma música que a maioria de vocês deve conhecer. Essa música existe por muitos motivos, mas essa noite, eu dedico ela a uma pessoa especial. — Ele olhou na minha direção, ergui uma sobrancelha fazendo mímica com os lábios. Dave voltou a olhar para a platéia. — Dedico ela ao homem que deu a vida para que você estivesse aqui está noite, morena. Eu sou grato a ele por isso.
Eu senti como se o coração tivesse parado de bater por alguns segundos, tentei respirar, mas não havia ar. Então, a linha de guitarra começou e pude apenas soluçar baixo, mordendo o lábio inferior com força.
Me afastei um pouco do palco, mas ainda conseguia escutar com clareza a música e pela primeira vez em muito, muito tempo, foi aliviador.
— Milla, o que aconteceu!? Te procurei por todo lado o dia inteiro! — Eu me virei, um pouco atordoada e vi Louis, ele pôs as mãos ao lado dos meus braços enquanto parecia tetar me trazer de volta a realidade..
— Eu... Fiquei um pouco ocupada, me desculpe. Do que precisa? — Eu perguntei tentando focar no rosto do homem, mas sempre acabava olhando de canto na direção do palco.
— Eu ia ter perguntar se você, é... — Louis parecia nervoso enquanto procurava palavras para explicar o que tinha em mente. — Quer voltar comigo de jatinho hoje a noite?
