Um Caminho Para O Destino (VALU)

Baby

E lá no hospital..

Quem disse que seria fácil ter um filho? Quem disse que a pior parte seria o parto? Quem contou que a amamentação nunca seria dolorosa? Quem disse que você conseguiria dormir na maca, enquanto seu filho
berra de fome do outro lado? Quem disse que é fácil usar o banheiro depois do repouso passar? Quem disse que é fácil ficar deitada depois de uma
cesariana?

Luiza havia acordado a pouquíssimo tempo, seus olhos castanhos ainda estavam embargados pelas lágrimas secas que ficaram por ali, sua boca seca
desejando um copo de água o mais urgente possivel,seu corpo deitado em lençóis confortáveis, mas o cansaço era evidente. Dentro de si, parecia-se que os órgãos estavam todos soltos, parecia que Victor ainda estava dentro dela, se mexendo sem nenhuma intenção de parar.

Soltou um grunhido ao espreguiçar lentamente, tomando cuidado ao se lembrar que tudo ainda era recente, sentiu uma dorzinha abaixo do ventre, mas continuou na tarefa de olhar ao redor do quarto.

Seus olhos encontraram o corpo da amada deitada na poltrona de amamentação no canto esquerdo do
quarto. A morena estava cansada, isso poderia ser evidente. Dormia serenamente enquanto uma mão
segurava um aparelho telefônico, e a outra descansava perto do gancho aonde ficava o telefone fixo do quarto.

Luiza sorriu ao ver que a namorada zelava por ela naquele momento, e se sentiu completa e realizada ao saber que seu pequeno anjo estava no mundo.

Luiza ainda não havia pego Lorenzo no colo, o parto foi intenso e o garoto ainda estava sobre os cuidados da UTI do hospital, ela mal podia esperar para poder ver seu menino, contar todos os seus pequenos dedinhos, acariciar cada célula de seu corpinho, só de pensar nisso, seu coração se enchia de um amor absurdo, incapaz de se decifrar.

- Filha? - logo uma voz tomou conta do quarto, os olhos castanhos varreramo ambiente, até encontrar os da mãe, que estava atrás da porta.

- Oi mãe. - anunciou Luiza que estava acordada, a mais velha abriu a porta devagar e entrou, suspirou ao ver a filha tão cansadinha. Se aproximou
acariciando os cabelos castanhos ondulados, deu um beijo na testa da mulher e sorriu.

- Como está?

- Um pouco dolorida, e cansada.- respondeu. - Queria poder sentar.

- Ainda não. - acariciou as bochechas rosadas. - Quer água?

- Por favor. - assentiu e logo passou as mãos no rosto.

-A senhora já viu ele?

- Não. - sorriu ao se aproximar da filha, a ajudando tomar a água dentro do copo. - Valentina o viu, Priscilla e
Gabriella. - jogou o copo no lixinho e ajeitou o travesseiro da filha. - Elas disseram que ele é sua cara, mas não
deixaram ninguém ainda o ver, querem que seja tecnicamente a primeira. - Luiza riu mordendo o lábio, seu interior vibrava em espectativa. - Eu vou mandar Valentin descansar um pouco em casa. - disse ao ver a nora toda torta na cadeira.

- Ela não vai sair dai.

- Ela está aqui desde que você chegou.

- Ela deve estar acabada. - Luiza concluiu suspirando. - Mãe, quero ver meu filho.

- Ah sim, é mesmo. - a mais velha riu batendo na testa,nestava esquecendo. - Vim te ajudar a tomar banho, depois você precisa ir na Neo Natal dar de mamar pra ele.

- Tudo bem, me ajuda a levantar.

Dulce se aproximou da filha, lentamente ajudou Luiza sair da maca, a latina mais nova sentia dores mas não eram insuportáveis, com a ajuda da mãe, Conseguiu tomar o banho, mesmo constrangida com tudo aquilo, soube que seria pior caso Valentina a ajudasse, não sabia dizer o por que.