O PRÓLOGO DAS QUATRO PROVÍNCIAS

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Pela primeira vez, nesta sala fortemente iluminada, as dores encontram motivos para existir. Elas acusam um lar, uma casa.

Numa espécie de autoterapia emocional, permanecem os quatro sentados de cabeça baixa, na tentativa de conter a intensidade das fortes lembranças.

O turrão do Norte é o primeiro a erguer o rosto cheio de lágrimas. Bill (o velho Bill, título que logo arrancará risadas dele. O nome não me faz imaginar um garoto) cerra os olhos com força enquanto lágrimas encontram qualquer abertura entre as pálpebras — uma luta entre passado e futuro encontra um campo de guerra despedaçado no coração de pedra.

Niara cobre a boca para conter a emoção. Um coração guerreiro e selvagem (meu queixo vai sentir de perto tal poder) como a savana no Sul, embelezada pelos que correm sobre ela ao amanhecer.

Dagurasu é a surpresa. Ele chora, sim, mas faz uma careta engraçada (ainda vou vê-lo assim algum dia). Um samurai em pele frágil. Vindo do Leste, sempre se ergue diante daquilo que não pode controlar.

Alex se pega rindo com o rosto inundado. Memórias de riso; lembranças de choro; Tarzan boy (basta citar para fazê-lo chorar). Um rio escuro e solitário iluminado pela chama no horizonte do Oeste.

Todos ganham extraordinária força, a julgar pelo levantar firme e simultâneo. As quatro cabines magnéticas os aguardam na plataforma metálica.

Milhões se espremem em todos os espaços possíveis diante das telas holográficas oficiais espalhadas pelas ruas das quatro províncias em chamas violentas. O caos..."De mãos dadas, seus olhares transmitem a mesma mensagem: juntos vamos vencer essa parada; vamos fazer história, vamos mudar nosso mundo."   

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