CAPÍTULO 17

20 3 18
                                    

Alex, Alex!

Todos em correria enquanto Denis tenta me acordar desesperadamente.

— O que aconteceu? — pergunto atordoado.

— A VGP nos encontrou.

— Deu bronca! Para onde vamos agora? — pergunta Bill.

— O Maps abrirá seu portal em minutos — responde Denis. — Chegou a hora para vocês.

— Cara, essa não é uma frase muito legal de se dizer.

— Não poderemos entrar — diz Niara, já vestindo um casaco comprido. — As eliminatórias já escolheram os vencedores das quatro Províncias. Apenas eles poderão entrar.

— Você ainda não nos conhece — diz Denis misteriosamente.

Um estrondo do lado de fora é o suficiente para fazer o lugar tremer.

— Vamos, agora! — grita Denis.

Enquanto aceleramos corredor adentro, o barulho do caos fica mais audível.

— Eles estão tentando derrubar o lugar? — pergunta Dagurasu com expressão de angústia.

— E vão conseguir — responde Denis. — É uma caverna gigante. Se cair, ficaremos presos.

Chegamos a uma larga garagem com teto mais baixo do que o restante da base.

Alana olha para mim com preocupação. As veias em seu pescoço estão prestes a sair. A tensão está evidente em seus músculos rígidos. Enquanto pego um capacete escuro, aceno com a cabeça para ela. Alana entende a mensagem e corre até mim.

— Quando foi a última vez que corri na sua garupa? — pergunta ela.

— Você adorava os passeios pela estrada.

— Cala boca e vai, não temos muito tempo.

Alana se acomoda atrás de mim rapidamente, enquanto aciono a ignição da moto provinciana escura com detalhes em um vivo verde-claro. São os jaguares. A coloração não homenageia o felino de verdade; mas a velocidade, com certeza.

Os garotos são rápidos ao ouvirem as instruções de outros guerrilheiros.

Dagurasu parece perdido. Ele não vai chegar a um metro em cima de uma dessas motos. Denis o puxa para sua garupa e acelera, com um grito de guerra respondido pelos membros da resistência. Eles passam ferozmente pela boca da caverna, rumo à mata densa.

Bill para em frente a Kulina.

— Uma carona, garota-pássaro?

— Não me chame assim — responde ela, olhando para o lado.

— O próximo vai demorar a passar. Acho que...

— Vamos logo com isso — exclama Kulina.

A selva parece gigantesca para o grupo, que se espalha pela área em direção à outra base da resistência.

Ouve-se um grito.

— VAGA-LUMES!

O que um guerrilheiro chama de vaga-lumes tratam-se de incontáveis drones da VGP. Foram fabricados com uma impressionante estrutura, a fim de se locomoverem em áreas de mata fechada. Não terão dificuldade alguma em nos alcançar. Disparam artefatos venenosos a longas distâncias.

— O pequeno morro ali — grita Alana. — Deixe o resto comigo.

Sem hesitar, viro o jaguar na direção indicada. Acelero ao máximo, sem medo de testar cada recurso dessa belezinha. Com o impulso do morro e a velocidade, voamos a uma considerável altura. Alana, rápida e certeira, atinge com uma arma esférica um drone, que se desfaz no solo.

MAPSOnde histórias criam vida. Descubra agora