Provocações

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   O domingo se passou como o Flash pra acabar. Kugisaki disse que iria me mostrar sua escola, claramente eu aceitei só pra ter noção de onde ela estuda. Eram já 05:58 da manhã, agora eu já tinha tudo arrumado só que eu iria com uma roupa nova, era um dos conjuntos Cute. Sukuna saiu do quarto escrevendo no celular, aparentemente, ele parecia estar sorrindo leve. Achei a oportunidade perfeita pra zoar ele.
          -Tá fazendo o quê pra estar sorrindo assim, Sukuna?
Ele quase derrubou o celular quando eu perguntei isso. Na mesma hora, Sukuna desligou o celular e guardou no bolso da blusa.
          -Não é nada demais...
          -"Demais", não! Milagre! Porquê você sorrir é uma raridade igual a ver uma estrela cadente!
Sukuna resmungou e voltou pro quarto, logo, eu agarrei a maçaneta e fui pra escola. Quando eu entrei pelo portão, senti um cutuque no ombro. Imaginei que fosse alguém tentando me zoar, então me virei emburrado. Quando vi, era o Gojo sorrindo e logo fazendo cara de cansaço quando viu eu emburrado achando ser algum aluno idiota querendo me zoar.
          -Ehh, oi Yuuji! Parece estar meio irritado... Aconteceu alguma coisa?
          -Não. Eu achei que era algum aluno vindo pra encher o meu saco.
Gojo riu cansativo de novo.
          -Ah, pensei que tivesse brigado com seu irmão!
          -O quê? Você acha que eu sou louco de brigar com o Sukuna? Se eu tentar falar algo, eu levo uma raquetada bonita na minha cara!
Falei simulando a suposta raquete atingindo meu rosto. Quando fiz isso, ri junto ao Gojo.
          -Okay, okay... Depois de amanhã é aniversário do "delicado" Sukuna, não é mesmo?
          -É mesmo! - Coloquei o indicador encostado no lábio inferior. - O quê será que eu dou pra ele?
          -Bom, eu já tenho algo em mente...
Eu olhei pra ele com a sobrancelha erguida e o rosto inchado. Como as bochechas do Quico do Chaves, só que bem menores.
          -E até agora não me falou nada, não é sr. Gojo?
          -Não me ouviu da última vez? Seria uma surpresa pro Sukuna e pra você também. Mas acontece que só o Sukuna vai ver o presente, só saberá quando ele dizer pra você...
Fiquei o encarando curioso e irritado ao mesmo tempo por não dizer, logo, fomos em direções diferentes. Entrei na sala, vi as mesmas pessoas fazendo as mesmas brincadeiras sem graça alguma e se agredindo ou brigando por motivos bobos... Olhei a sala com decepção, então, fui pra minha carteira. Um pouco mais pra frente de mim, vi umas três meninas maquiadas na mesa do Fushiguro, aparentemente, tentando o seduzir. Quando vi aquilo, senti a vontade de tirar elas a força de perto dele e o mais estranho disso é que eu sabia que as garotas faziam isso com ele, nunca me importei, mas parece que eu tô começando a me importar. Porque tanta importância e irritação da minha parte por ver elas tentando o conquistar? Enfim, o professor  bateu a porta como sempre faz com aquela força exagerada do habitual. Qualquer dia eu fico surdo por conta desse barulho estrondoso. O professor lançou um olhar penetrante e assustador para as três garotas na mesa do Fushiguro, assim, elas saíram de lá e claramente eu fiquei calmo.
  
   Aquela aula durou uns 15 minutos de alunos como ouvintes da história de como o professor decidiu trabalhar na educação. Dessa vez, eu também estava cansado de ouvir aquilo, mas a porta abriu com um chute e com um som mais alto e forte que o do professor presente. Todos olharam pra porta quando ela se escancarou daquela maneira.
          -Aí professor! Superaram você!
Falou de uma forma audível pra todos um garoto do fundo, assim, a sala toda começou a rir. O professor resmungou.
          -Quem é que está aí?! - Disse o professor irritado.
Na mesma hora, uma garota entrou. Dou a chance de vocês tentarem adivinhar quem é com a seguinte frase que irá ser escrita.
          -Eu sou a nova aluna da sala!
Se você disse Kugisaki, meus parabéns, acertou! A Kugisaki fez uma pose debochada e determinada. Todos ficaram calados e olharam admirados, as garotas saíram correndo pra ela e gritando.
          -Ai meu deus! Você é a Nobara! Meu deus do céu!
          -Eu sou muito a sua fã! Pode tirar uma selfie comigo?
          -Não posso acreditar!
          -Me dá um autógrafo, por favor!
E por aí vai... Comentários desse tipo continuaram, a Kugisaki ria sem jeito para aquilo.
          -Calma, garotas! Calma!
Ela riu. Logo em seguida, ela me olhou por cima das cabeças das garotas que a cercavam. Vi um brilho nos seus olhos, Kugisaki saiu de lá e foi ao meu encontro, rindo e sorrindo.
          -Você estuda aqui?!
          -Não! Só tô aqui pra ver se o trabalho escolar daqui é bom!
Ela ficou emburrada, me deu um tapinha leve na nuca e eu ri.
          -Ah, sempre muito engraçadinho! Não mudou quase nada do que era antes de eu vazar daqui!
Rimos, logo, ela foi até as garotas que olhavam com cara de indignação máxima pra minha carteira.
          -Olha, em outro momento, a gente se fala e eu dou o que querem, tá?
Kugisaki sorriu e se sentou na carteira fronteira da minha. O professor estava paralisado, mas voltou, mandando as garotas se sentarem novamente irritado.

   Era, agora, a hora de sair da escola. Saía da sala e guardei os livros no meu armário, na mesma hora que fechei, vi um armário ao lado do meu com vários adesivos. Já era bem óbvio que aquele era o armário novo da Kugisaki. Quando eu estava na metade do caminho, senti alguém tocar no meu ombro e me virei. Era o Fushiguro que parecia um pouco triste, dava pra ver que seu sorriso era meio forçado.
          -Oi... - Disse Fushiguro tirando a mão do meu ombro e andando ao meu lado.
          -Oi.
          -Hoje você nem olhou pra mim, não é?... - Quando falou isso, olhei meio surpreso pra ele. Da forma que falou aquilo dava a impressão de que ele se importava bastante com isso.
          -Ahn? Ah! Bom, é que a Kugisaki já era minha amiga desde pequeno, acontece que ela viajou e só voltou recentemente... Mas não precisa ficar assim! Eu não te esqueci, ciumento!
Eu ri, ele abaixou o rosto como uma forma de tentar rejeitar a verdade.
          -Não sou ciumento...
          -"Ciumento"? Imagina! Quem sou eu pra dizer isso?
Ri novamente e ele tentou não rir mas não conseguiu. Assim eu saí da escola com o Gojo como sempre, vi o Fushiguro ir pro lado oposto que eu ia. Enfim, dessa vez, o Gojo foi comigo até a porta sendo que ele nunca foi.
          -Tem alguma coisa especial pra ter me acompanhado até a porta?
          -Não, só vou falar uma coisinha pro seu irmão.
Gojo riu e nem tentei perguntar porque eu acho que já sabia a resposta que ele daria. Sukuna abriu a porta sério, eu entrei e quando estava na frente da porta do meu quarto, ouvi um pouco da conversa.
          -E então sr. Ciúmes... Tudo bem com você?
          -Achei que tinha acabado essa coisa de me chamar de "sr. Ciúmes"... Mas pelo visto não...
          -É só pra te provocar, Sukuna. Não fica assim comigo só por que eu estava na casa de uma colega pra fazer um Trabalho! - Disse Gojo rindo e dando destaque na palavra "Trabalho". Sukuna resmungou.
          -Tá, tá, tá! Eu já falei que acredito! Era só isso? Me "provocar" com essa conversa?!
          -Na verdade... - Olhei pela brecha da porta do meu quarto que o Gojo levantou a cabeça do Sukuna com o indicador e sorriu. -... Era só pra ver você com ciúmes de mim, mesmo que você diga não é isso...
Sukuna corou na mesma hora que ele disse isso, logo, fez feição de irritação para ele.
          -Idiota... Agora vai!
Gojo riu de novo e saiu, quando Sukuna iria fechar a porta, ele se virou e disse sorridente.
          -Ah! Gostei do moletom, ficou fofo em você! Tchau!
Ele se foi. Vi o Sukuna fechar a porta, assim, colocou o capuz e se virou indo direto pro quarto seu. Mesmo com o capuz, pude ver que o rosto dele ficou completamente vermelho. Ri por ver aquela cena deles dois. Desde aquele momento, eu fiquei conversando com a Nobara no whatsapp, depois comecei a usar a cama de palco pra cantar minhas músicas, desenhei no caderno e escrevi no celular. Na hora da janta, o Sukuna nem comeu e só tomou água, em seguida, entrando no seu quarto de novo e se trancando lá dentro. Bom, comi e fui me deitar. Fiquei meio sem sono e então fui jogar um joguinho do celular, logo, enquanto jogava acabei capotando.

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