A volta de Itadori

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   Eu tinha ficado alguns dias na casa do Fushiguro, num desses dias vi aquele cara, que era meu "irmão", andando pela frente da cerca branca da casa dele usando uma máscara preta no rosto. Fushiguro tentou justificar porque eu estava aqui, mas não convenceu ao seu pai, então fomos obrigados a contar o que realmente aconteceu. Preocupada com o que ouviu, a mãe de Fushiguro aceitou e o pai a mesma coisa. Enfim, fiquei lá desde do dia 15 ao 23, no caso, hoje. Peguei minha mochila e sai de dentro da casa deles, me virei pra eles três novamente.
          -Bom, tchau!
          -Ah, tchau querido! - Disse a mãe dele vindo até mim e me abraçando e sorrindo depois que o pai dele veio ao meu encontro também.
          -Espero que já tenha se resolvido as coisas na sua casa. - O homem sorriu e mostrou sua mão pra eu apertar e fiz isso.
          -Também espero. - O pai dele só sorriu de novo e saiu, então quem veio até mim foi Fushiguro. Como sempre me mostrando um sorriso fofo e gentil.
           -Então eu acho que vou me despedir do meu colega de quarto. - Ele sorriu. -Pelo menos agora vou conseguir meu recorde de novo no jogo, né?
Eu ri como resposta. Mais ou menos o que aconteceu é que eu jogava com Fushiguro um videogame e eu sempre ganhava, isso o frustou porque, segundo ele, sempre quem era o vencedor era ele, mas eu o superei. Fushiguro riu depois de mim e fez só um carinho rápido na minha cabeça.
          -Tchau, pequeno.
          -Tchau!
Eu fui até a portinha da cerca, abri e sai pro lado de fora acenando para os três, assim, eles fizeram o mesmo. Segui meu caminho até em casa.

   Mais 20 minutos gastei do meu dia pra chegar em casa, parecia até que eu nem reconhecia tanto ela como antes depois de ficar por mais de 5 dias fora. Fiquei com medo de que talvez o tal Choso ainda estivesse lá, que meu irmão ou Gojo estivessem machucados gravemente ou coisa até mesmo pior. Credo! Melhor eu não pensar nem nisso! Eu fui até a janela do meu quarto, vi se tinha alguém e não, até achei meio estranho porque o quarto estava do jeito que estava quando sai. Entrei de fininho lá dentro e fui ao encontro da minha porta, assim eu ouvi alguém chorando. Me aproximei da porta mais um pouco pra ouvir se conversavam, na mesma hora, notei de quem pertencia o choro.
          -Fica calmo... Ele vai voltar, ele não sumiu pra sempre... Bom, eu acho... - Falou a voz de Gojo calma.
          -Você disse isso nesses 8 dias que ele sumiu! - Disse agora a voz chorosa e meio nervosa do Sukuna. -Eu só quero que ele volte...
O choro voltou. Tá, realmente eu nunca pensei que ele ficaria preocupado a esse ponto comigo. Me senti meio culpado disso agora. Continuei tentando ouvir.
          -Olha, eu tenho certeza que ele vai voltar em algum momento, o Yuuji não é desse jeito.
          -Eu sei que ele não é assim... Maldita hora em que aquele infeliz veio pra cá!! - Falou ele irritado, tentei abrir uma brecha de forma cautelosa e consegui, assim eu estava vendo eles dois. Sukuna realmente chorava, Gojo o abraçava, meu irmão nem estava reagindo ao seu ato, eu acredito que é porque ele está triste com eu ter saído. -Eu só quero que ele volte... Só isso e mais nada...
Gojo, agora eu tinha notado, estava com cicatrizes nas mãos, pescoço e rosto, ele começou fazer carinho na cabeça de Sukuna. Eu agora estava 100% me sentindo culpado pela situação a qual o meu irmão estava passando, então eu saí pela janela de novo e fui até a porta da minha casa. Suspirei e toquei a campainha, ouvi alguns passos se aproximarem da porta. O som da porta destrancando surgiu, Gojo abriu a porta.
          -Qu... - Ele olhou e se calou surpreso, eu sorri sem jeito. Agora ele começou a cochichar. - Yuuji?! Mas o que...?!?
          -Oi...
Gojo permaneceu-se imóvel, então fez sinal de que eu fizesse silêncio. Ele deu espaço pra que eu entrasse e foi o que eu fiz, vi Sukuna sentado e, aparentemente, limpando as lágrimas. Gojo foi até em frente a Sukuna se agachando até ele ter sua atenção completa.
          -Quem era? - Perguntou Sukuna um pouco mais calmo, eu acho. Quando ouviu o que perguntou, Gojo deixou um sorriso escapar pelo seu rosto. Ele olhou pra mim tentando me dizer pelo olhar pra que eu falasse alguma coisa.
          -Ehh... Oi?
Falei meio sem jeito, na mesma hora em que eu disse isso, Sukuna levantou a cabeça e se virando rapidamente pra trás mostrando uma cicatriz de corte um pouco mais abaixo do olho. Quando me viu olhou pra Gojo de novo e pediu o tocando para que se levantasse. Gojo fez isso, assim meu irmão se levantou e foi até mim colocando as mãos no meu rosto.
          -Itadori?...
          -Surpresa! - Eu disse ainda sem jeito e sorri pra ver se melhorava ele, Sukuna deu um sorriso e voltou a chorar, em seguida, ele me abraçou forte ainda chorando.
           -Nunca mais faça ou pense em fazer isso de novo! - Exclamou no mesmo tom de antes que eu ouvi, choroso e nervoso.
           -Tá bom! Nunca mais!
Sukuna ainda me abraçava, Gojo ria vendo a cena atrás dele. Quando ele parou de me abraçar, me olhou já sem chorar mais (só tinha o rosto molhado mesmo) e me olhou seriamente.
          -Onde ficou todo esse tempo?
          -Hum?? - Fiquei vermelho depois dele fazer essa pergunta, Gojo e ele ergueram a sobrancelha sem entender. -Ah! Então, eu...
No momento em que eu iria falar mais alguma coisa, a porta se abriu fortemente, nós três olhamos pra lá e adivinha quem estava ali toda toda vestida, hein? É, pois é, a Kugisaki é quem estava lá.
          -SUKUNA!!! - Gritou ela. -EU JÁ SEI ONDE AQUELE SER HUMANO PODE ESTAR!!
           -Kugisaki, eu tô aqui.
           -Provavelmente ele está... - Kugisaki se calou ao ouvir minha voz e se virou de maneira automática e engraçada pra direção onde eu estava. Só faltou cair o queixo dela. -YUUJI?!?!
            -Oi!
            -SEU SONSO!! - Kugisaki começou a me balançar freneticamente. -O SUKUNA FICOU PREOCUPADO COM VOCÊ PRA CARAMBA E EU NEM SABIA QUE ELE TINHA ESSE SENTIMENTO!!! FIQUEI MÓ TEMPÃO TENTANDO SABER ONDE É QUE CÊ TAVA!!! AGORA TU APARECE AQUI DO NADA?!?!?!?
          -Eu também tô aqui se não percebeu.
Disse Sukuna pra Kugisaki por ela dizer aquilo dele, ela parou de me balançar e olhou pra trás, vendo meu irmão ali e assim rindo sem graça.
           -Ah, Sukuninha... Eu não falei por mal... Eu tava brincando, tá? - Kugisaki abraçou Sukuna de maneira desengonçada e que eu e Gojo rimos ao ver ela fazer isso.
            -Uhum, sei.
            -Enfim, que tal a gente fazer alguma coisa já que o Yuuji voltou? - Agora quem disse foi Gojo, abraçando Sukuna pela cintura por trás e rindo depois dele resmungar.
            -Pode ser...
            -Vamos fazer o almoço! Eu vou fazer o arroz! - Ela se candidatou a cozinhar, ri da forma que se ajeitou depois de dizer isso.
             -Então tá bom! Você faz o arroz, Nobara!
Kugisaki comemorou quando Gojo concordou com a ideia de ela fazer a parte do arroz. Se eu tivesse sorte, talvez o meu não tivesse veneno no meio.

   Fomos fazer a comida, eu fiquei supervisando Kugisaki usando os meus óculos como se eu fosse um profissional (isso causou um riso dela debochado), então ela bateu com a colher na minha mão quando fui pegar o copo da pia que ficava ao lado do fogão que ela usava. Tirei a mão rapidamente do copo depois dela me bater.
          -Ai! Porque me bateu?
          -Abre a mão! - Disse pra mim. Eu não entendi o porquê, mas fiz isso. Kugisaki pegou um tanto pequeno de arroz da panela que cozinhava e colocou na minha mão aberta, ainda eu não entendia. -Experimenta!
Mandou ela sorridente. Eu fiz isso e experimentei, fiquei meio surpreso ao fazer isso, ela me olhava animada esperando minha opinião.
         -E então? O que você achou?
         -Hum... É. Até que ficou bom.
         -Ah! Sabia! - Falou ela quase queimando a mão tocando na panela. Eu ri disso que quase aconteceu.
          -Pensei que você não soubesse nem fazer um chá. - Falei provocante.
          -Como é que é? - Ela se indignou de forma engraçada comigo e eu ri. -O senhor está subestimando as minhas habilidades na cozinha?
          -Eu? De maneira nenhuma!
          -Hunf... Sei...
Ela resmungou brincalhona, fazendo novamente eu rir dela. Sukuna estava fazendo a mistura com Gojo, ele pôs no forno e, ao mesmo momento, Gojo beijou o rosto dele. Vi que tinha ficado com o rosto meio vermelho. Que fofo isso!

   Kugisaki fez questão de ser como uma garçonete que serviu a carne que estava no forno (quase derrubando mas eu ajudei a salvar) e o arroz que fez. Sukuna fez a mesma cara de quando eu experimentei o arroz dela, foi engraçada a cena. Comemos ficamos nos divertindo, isso só porque eu voltei! Novamente eu e Kugisaki usamos o sofá de palco, os microfones os mesmos de antes e assim cantávamos juntos e fazendo Gojo rir altamente e Sukuna somente rir pra si mesmo. A noite caiu, Kugisaki se foi e Gojo também, Sukuna e eu fomos dormir diretamente. Mesmo acontecendo o que aconteceu, foi um dia legal. Um dia que obviamente será inesquecível para mim...

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