O Princípio

34 - NOÉ, O JUSTO (GÊNESIS 6:8-11).

Já avaliamos em outros versos que em momento algum Jeová arrependeu-se de ter criado o ser humano e buscou exterminá-lo em dilúvio, sendo que tais tipos de compreensão divorciada da verdade decorrem de conhecimento distante da verdade contida na Palavra de Deus.

No entanto, para evitar-se distorções dos versos bíblicos, por interpretações simplistas ou distorcidas, é necessário que o leitor o faça uma abordagem cuidadosa e consideração do contexto cultural, histórico e literário, sem esquecer dos princípios bíblicos.

Não se pode afirmar açodadamente que Deus arrependeu-se da criação, sob conotação sentimental humana de haver "cometido um erro" ou haver "mudança de opinião". Deus é espírito e não homem para ter emoções humanas e arrepender-se (Números 23:19). É importante antes entender o contexto cultural, histórico e literatura bíblica relendo o capítulo preambular do livro de Gênesis e ver que Deus amou toda a criação.

Antes de seguir tal pensamento, ideal é refletir sobre os livros de Salmos, em especial os versos contidos no capítulo de Salmos 100, Salmos 106, Salmos 118, Salmos 136, e buscar compreender os motivos que levaram o salmista exaltar a bondade do Senhor Jeová e repetindo que por amor ao justo, livrá-lo-á dos males e cobri-lo-á com as bênçãos da longevidade (Salmos 41). Estes versos de louvor e agradecimento por conta da misericórdia recebida, revelam a relação de Jeová com os servos diligentes, que cultivam uma proximidade do Senhor com quem é fiel.

Ouvir ou ler interpretações simplistas e equivocadas, não ajuda a fazer a fé brotar pelo entendimento, e dificulta a compreensão do verdadeiro Deus amoroso, ao apresentar situações contraditórias ao contexto histórico e literário no qual os versos registrados nas escrituras sagradas tentam repassar.

Diante da série de interpretações contrária a hermenêutica bíblica, criam um Deus vingativo, um Deus irado, Deus com prazer em punir, imagem contrária ao Deus amoroso e misericordioso que concede o perdão com o simples ato de arrependimento, qualidades destacadas nos livros do antigo testamento, como os escritos nos livros de Salmos e Gênesis. Deus e o mesmo do passado, do presente e eternamente no futuro (Hebreus 13:8).

Muitas dessas diversas confusões de interpretação, são ocasionadas por estado emocional de quem a interpreta, que em alguns casos, sem a devida inspiração divina, usam a hipocrisia ou tradições dogmáticas para obter vantagens, misturando-a a verdade contida na palavra de Deus. A respeito disso Jesus nos alerta sobre o "fermento ensinado pelos sacerdotes fariseus" (Mateus 16:6; Marcos 8:15; Lucas 12:1).

O contexto desses versículos mostra que a terra estava dominada pela maldade e Deus estava próximo a julgar a "criação", mas, pela justiça e misericórdia, ao avaliar Noé, proporcionou um meio de salvação para ele e a sua família, e um novo recomeço para a humanidade.

8 Noé, homem temente a Deus, teve as ações justificadas diante do Senhor Jeová, recebendo as bênçãos. (GÊNESIS 6:8)

Não creia que Deus tenha arrependido de ter criado o homem, pois em versos que antecedem o dilúvio, afirma que, viu em Noé um homem justo, e foi a Justiça que o levou a salvação.

Os versos bíblicos retratam de forma bem cristalina, diferente do contido em dogmas doutrinários tortuosos, que Jeová, antes do dilúvio observou as pessoas e, conhecendo os pensamentos e avaliando as índoles, encontrou integridade de comportamento em Noé, homem justo, honesto e cumpridor das orientações de Deus.