Doors | Ran Haitani

7

RAN

Voltei para casa, torcendo para Zoe ter tido o bom senso de não sair com Izana.

— Onde ela está? — É a primeira coisa que digo ao entrar.

— Saiu com ele.

— Não brinca com isso, Rindou.

— Estou falando sério, ela acabou de sair — Fechei a mão, tentando contar a raiva que começou a ferver dentro de mim.

— Vocês realmente fizeram a cabeça dela? Deixaram ela ir? Por puro egoísmo?!

— Foi ela quem escolheu ir.

— Ah, faça-me o favor Sanzu! Se vocês não tivessem pensando no próprio rabo, ela nem teria cogitado ir! — Sanzu se levanta.

— Não vem com essa Ran. Você sabe muito bem o que Izana faria se ela recusasse!

— É exatamente o que eu estou falando, caralho! Vocês pensaram em vocês mesmos, no que o Izana faria com a gente!

— Cara, ela não considera isso nem como encontro, sossega.

— Pensei que pelo menos você pensaria nela e não na própria cabeça, Rindou — Ele revira os olhos e se levanta para sair, mas o impeço — Se acontecer alguma coisa com ela, eu juro que são vocês que vão pagar!

O ódio já tomou conta de mim, então resolvi sair para não explodir dentro de casa. Como eles puderam ser tão egoístas nesse ponto? E por que ela aceitou? Ela aceitou sair com ele, ela foi em um encontro com outro cara, eu não aceito isso. Que inferno! Por que ela foi? O que ele tem de especial? Ela não gostava dele, então por que foi? Minha cabeça está quase explodindo de tanta raiva. Não vejo quase nada na minha frente, além de estar de noite minha visão não foca em absolutamente nada.

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Eu estou ofegante. Por que estou ofegante? O que aconteceu? Minha cabeça lateja de dor. Esperei que minha visão voltasse ao normal e após me acostumar com o escuro envolvendo todo o lugar, olho ao meu redor, vendo vários caras caídos em poças de seus sangues, não sei dizer se estão vivos ou mortos. Embaixo de mim tem outro, mas esse está completamente morto, o rosto detonado e minhas mãos molhadas de sangue, assim como minhas roupas e até mesmo eu. Mas que porra eu fiz?

Me levantei passando a mão no cabelo, encarando elas, andando de um lado para o outro tentando entender como eu matei vinte e cinco caras e não me lembro de nada, nada, nada. Já aconteceu de eu ter acessos de raiva, mas, nesse nível? Até mesmo para mim é loucura!

— Que merda Ran! — Como eu vou limpar essa cagada toda? Como que eu vou me livrar sozinho de todos esses corpos? Como?

Mais minutos se foram e a única coisa que me veio na mente é ligar para o Kakucho, não posso nem pensar em ligar pro Izana porque um, eu vou perder a linha, e dois, vou ter que ouvir e ouvir sem parar ele me dando lição de moral sendo que faz muito pior. Peguei meu telefone o disquei o número do Kakucho, que atendeu depois de cinco toques, disse que precisava de ajuda mas não disse o motivo, mandei minha localização e ele chegou quase quarenta minutos depois. Aparentemente eu além de apagar vim parar no cu do mundo.

— Puta que pariu! — Ele exclamou olhando o galpão com os corpos espalhados e depois voltou o olhar de choque para mim — Que caralhos deu em você?