— Zoe. Ran — E e Ran acordamos com batidas na porta. Sem coragem para ir abrir, eu ignorei, mas ele foi abrir a porta.
— O quê?
— Mochi, Kisaki e o Hajime já foram embora. Kakucho está carregando Izana para fora, mas o Shion e o Mucho não estão em condições de ir.
— Puta que pariu — Resmungo sonolenta.
— Foi mal, a gente não imaginou que eles fossem ficar tão loprados.
— Eu não vou fazer sala para ninguém amanhã, vocês que se virem — Ran rateou e fechou a porta na cara do irmão — Porra, vem atrapalhar meu sono.
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Desci para a cozinha, grogue de sono. A mesa está cheia.
— Bom dia, amor — Ran sorri ao me ver. Me aproximo dele, dou um beijo em seu rosto e sento ao seu lado, entre ele e Shion.
— Nunca vou me acostumar com você namorando de novo — Mucho comenta. Dou minha atenção para ele.
— Até porque o seu último relacionamento não foi dos mais agradáveis — Ran repreende Madarame com o olhar.
— Você disse que ia me contar em casa!
— Sozinhos! E vocês, calem essas bocas!
— Você ainda não falou para ela? — Sanzu o encara acusatório.
— Para que eu vou querer lembrar daquela desgraçada?
— Porque eu sou sua namorada?
— E é por isso que eu não quero falar sobre — Viro o rosto — Começou — Ele suspira, impaciente.
— Eita... — Hanma beberica o que tem em sua caneca. A mesa cai em um silêncio constrangedor.
Comi em silêncio e subi para meu quarto, arrumei a cama, abri a janela e fui tomar um banho. Ele me fez contar tudo da minha vida, todos os meus dois ex, e aí, ele se nega a contar da ex dele? É palhaçada! Acabei de ensaboar o cabelo e peguei a esponja, ensaboando agora meu corpo.
— Foi um relacionamento conturbado — Tomo um susto com a voz de Ran. Ele está parado em pé, de braços cruzados e encostado na porta fechada — Foi extremamente tóxico, tanto da minha parte quanto da dela — Suspira. Jogo água no corpo e desligo o chuveiro, saio do box e enrolo a toalha no meu corpo, prestando atenção em cada palavra dele — Namoramos por dois anos, eu tinha dezessete e ela dezoito. No começo era só um namorinho de colegial, nada demais. Naquela época, eu não era exatamente como sou hoje, já havia cometido crimes, e matado pessoas, mas em termo de personalidade, eu era mais 'calmo', por assim dizer — Ran abriu a porta e saímos, andando até meu quarto. Ele sentou na beirada da cama e eu também — Enquanto eu era mais na minha, ela era extrovertida e animada, ela vivia rodeada de homens, mas sempre me dizia para não ter ciúme, porque ela "só tinha olhos para mim" — Faz aspas — E isso, foi apenas dois meses de namoro, depois só decaiu. Como eu via ela rodeada por eles, comecei a fazer amizade com outras garotas, ela não gostou e teve um ataque de ciúmes, ela chorou, esperneou e me bateu, e como ela era minha primeira namorada, eu me senti culpado e me desculpei. Me afastei das garotas também.
— Estou com raiva já — Ele ri fraco.
— Depois disso, ela começou a pegar mais pesado comigo, usava minha culpa contra mim, me fez transar com ela, mesmo quando eu não queria, me afastou dos meus amigos, me excluia quando estava com os dela e flertava com outros na minha frente. E eu, invés abaixar a cabeça, fiz um inferno ainda maior na vida dela, eu estava descontando minha raiva em outras pessoas, batendo, ou matando; mas começou a ficar sem graça, e eu comecei a descontar nela. E aí ficaram ambos agindo assim, ela me usava e eu usava ela, ela me traia, eu traia ela, ela me batia, eu batia nela, e não, eu não me orgulho disso. Não gosto da ideia de bater em uma mulher.

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Doors | Ran Haitani
Fiksi PenggemarMorar junto de quatro caras, com cada um deles tendo uma personalidade difícil, por assim dizer, é o desafio diário que Zoe enfrenta. Como não surtar? É tudo o que se passa na cabeça da garota. Mas dentre todas as desavenças dentro e fora de casa, Z...