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Duas semanas se foram, e desde o que Ran fez eu nem me dou ao trabalho de sequer olhar para ele, ele está pensando o quê? Que eu sou um objeto que ele pode fazer o que bem entender? Eu só quero saber porque ele se irritou tanto, eu sai com o Izana mas aquilo para mim não foi literalmente nada, então por que esse ciúme obsessivo? Não consigo entender.

Teve uma batida na porta e a cabeça de Hanma em seguida.

— Vamos em uma reunião, ok?

— Só não saiam do planeta, e é opcional — Ele ri.

— Hoje a gente vai voltar um pouco mais cedo então mão se preocupa.

— E por que eu me preocuparia?

— Porque ama a gente — Ele abre um sorriso largo, que me faz rir.

— Sinceramente, vocês andam me infernizando tanto que não me importaria se passassem um ano fora.

— Quanto exagero linda — Hanma se endireita e me manda um beijo — Até mais tarde Zoo.

— Tentem não se meter em confusão.

— Tentaremos... — Ele se afasta. Poucos minutos depois ouço a porta se fechar e as motos darem partida.

— Paz, finalmente paz! — Deito na cama e permaneço ali por um bom tempo.

𓆩ᥫ᭡𓆪

— Não tem um nada pra fazer aqui! — Me reviro na cama igual a uma criança. Por mais que aqueles quatro testem minha paciência diariamente, eu não imagino meus dias sem eles, e outra que eu nunca fico entediada com eles em casa. Eu queria sair mas está de noite... talvez, um cinema? É, é uma boa ideia!

Me espreguiço e levanto, indo direto para o banheiro. Depois do banho, passo um hidratante corporal, seco meu cabelo e passo um babyliss, visto um vestido manga longa de lã bege, na altura dos joelhos, coloco uma sandália de tira da mesma cor, de acessórios um colar com pingente de coração, brincos de argola pequenos, aneis simples nas mãos e a pulseira que Haruchiyo me deu, todos eles prata. Faço uma maquiagem leve, passo perfume, me olho no espelho para ver minha aparência, pego minha bolsa e saio. Como não quero dirigir eu chamo um táxi.

— Obrigada, tenha uma boa noite! — Digo ao motorista quando desço do carro.

— Igualmente!

Fecho a porta e vou na direção do cinema mas paro antes de entrar. É solitário e me sinto patética, mas é bom fazer coisas sozinha de vez em quando, é também libertador, de certa forma. Balanço a cabeça deixando o pensamento de lado e entro no estabelecimento, vou até o balcão de ingressos e compro um para um filme de romance clichê aleatório, compro pipoca e um copo de suco. Entro na sala e ocupo meu assento, bom, acho que vai me fazer bem esse tempo sozinha.

𓆩ᥫ᭡𓆪

Duas horas e meia depois o filme acaba e eu que não dava nada para ele saio da sala de cinema chorando. Que filme mais lindo! Ainda não acredito que ele fez o que fez por ela! Meu Deus, que coisa triste! Vivo reclamando de romances clichês mas daria tudo para viver um, sei lá, ter alguém que me ame assim... deve ser uma sensação boa.

— Com licença — Senti uma mão no meu ombro e me virei. É uma moça, muito bonita. É menor que eu – bem menor –, tem um cabelo rosa curtinho, olhos verdes e parece ser mais nova.

— Sim?

— É... desculpe incomodar, mas o seu nome por acaso é Zoe? — Ergo uma das sobrancelhas e a olho com desconfiança. Ela me conhece? De onde? Mas, na verdade... eu até acho ela parecida com alguém...

Doors | Ran HaitaniOnde histórias criam vida. Descubra agora