- Chegamos ao nosso destino, e segundo o meu marido, Belzebu está ali - disse Lilith parando o seu carro perto de um edifício estava visivelmente abandonado. Nós estávamos praticamente no meio do nada e já eram 3 da tarde, mas o sol não dava as caras devido às nuvens espessas que indicavam uma chuva em breve - Ainda não me contaste o plano...
Ela deslizou o carro olhando para mim e se assustando por eu estar com o rosto bem perto olhando fixamente para ela.
- Ainda não entendi o porquê você é linda pra caralho, apesar não seres um anjo - Às vezes, eu não consigo evitar momentos como esse para dizer o que eu quero. Passei a mão na cara dela sentindo a sua pele perfeitamente lisa e macia - Como você não envelheceu e morreu igual Adão e Eva, e continua do mesmo jeito que a 7 mil anos atrás?
- Acho que você esqueceu de um detalhe - respondeu ela tirando a minha mão de sua cara - A fruta que Lúcifer fez eles comerem abriu seus olhos, mas como consequência, deu início ao ciclo de vida para os seres humanos, e eu não faço parte dele. Tens mais alguma inquietação, ou podemos ir?
- Sim, eu tenho mais uma... - disse checando primeiro a minha arma - Porque a Naomi?; com tanto ser humano menos desprezível por aí.
- Eu compreendo que você não gosta dela, mas ela me completa e... - Ela olha pra minha cara de alguém pouco convencido - Óbvio que você não vai engolir essa..., é o sexo..., ela é uma das pessoas que encontrei nesses milênios que faz gostosinho, satisfeita?; podemos ir agora?
- Valeu pela sinceridade, agora vamos lá salvar ela - entreguei a pistola nela e abro a porta do carro - Vigia a minha retaguarda porque não sabemos o que iremos encontrar lá.
O edifício em questão era uma antiga estação policial dos anos 60, que foi transferida para o centro da cidade por motivos visivelmente óbvios. Entramos lentamente e estava deserta.
- Será que eles foram embora? - perguntou Lilith batendo no computador antigo na recepção - Nem eletricidade tem aqui.
- Não acho, senão Lúcifer nem iria mandar a gente aqui - respondi apontando para um corredor extenso - Vamos continuar a procurar, mas não baixa a guarda.
Andamos por aquele corredor que havia sido abandonado há anos, mas olhando para aquele chão cheio de poeira, haviam pegadas que davam até a última porta, e indo até lá encontramos várias celas e Belzebu estava sentado em uma delas, inconsciente e com as mãos acorrentadas nas grades.
- Lá está ele - disse Lilith correndo até a porta da cela, mas um cadeado novinho em folha impediu que ela abrisse - Me ajuda aqui.
- Acho que é meio óbvio que sem a combinação isso não abre, mas deixa eu tentar a minha chave mestra - apontei a pistola para o cadeado, mas eu não contava que antes de eu disparar, uma granada rolaria até o meu pé - Porra!
Empurrei Lilith, e apenas tive tempo de dar dois passos para trás antes da explosão me jogar contra a parede. Mal tive tempo de recuperar os sentidos que um cano de rifle é encostado na minha cabeça.
- Parada aí, nem vale a pena tentar nenhuma gracinha - quando olhei era uma mulher de máscara e cabelos ruivos. Tentei agarrar na arma, mas recebo uma coronhada no meio da testa me fazendo desmaiar - Ei, acorda!
Abro rapidamente os olhos e estava sentada em uma espécie de sala de interrogatórios, mas a quantidade de sujidade e poeira por todo lado me dizia que ainda estava na delegacia.
As minhas mãos estavam presas a uma mesa velha por algemas enferrujadas, e na minha frente estava uma garotinha de cabelos azuis sentada e fumava calmamente um cigarro olhando pra mim.
E ao seu lado estava em pé, a mulher ruiva que tirou a sua máscara, revelando seu rosto bonito com uma cicatriz na sua bochecha, e os seus olhos estavam vazios como se um trauma tivesse levado a sua alma pra longe.
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Soul Hunter
AcciónPopular e Arrogante, eram as duas palavras que me definiam antes de uma tragédia deixar cair o meu destino diretamente nas mãos da morte em pessoa. Sabendo que a minha ida ao Inferno é inevitável, eu faço um acordo para tentar redimir os meus pecado...
