Capítulo 31 - O Julgamento de Dumbledore

453 49 6
                                    

O dia do julgamento amanheceu cinzento e excepcionalmente frio e Harry tomou isso como um sinal de deferência pelo evento sombrio que estava para acontecer.

Ele se vestiu com muito cuidado, escolhendo vestes de qualidade impecável, escolhidas por Lucius, e que lhe deram um ar de importância que não teria sido facilmente esquecido, mesmo que todos os presentes não soubessem de sua herança de criatura. Do jeito que estavam, as linhas limpas e o rico brocado preto serviam apenas para enfatizar suas escamas atualmente verdes. Harry olhou no espelho e sabia que seria um oponente formidável para Dumbledore, e um líder adequado do Mundo Mágico.

Harry passou uma hora com James, Severus e Lucius durante o café da manhã, aproveitando o pedaço de normalidade. Às vezes, ele ainda tinha dificuldade em reconciliar a família amorosa que eles haviam se tornado. Quando ele era estudante, Harry pensava que Lucius e Severus eram vilões atrás apenas do próprio Voldemort.

É claro que ele também acreditava que Dumbledore só pensava nos seus melhores interesses.

- Venha dar um beijo no seu pai, homenzinho. - Harry murmurou enquanto roubava seu filho dos braços de Severus.

Severus olhou para ele, mas não disse nada enquanto se levantava e brandia discretamente a varinha sobre suas roupas, dissipando cuidadosamente qualquer evidência de café da manhã que James havia depositado tão alegremente em suas vestes. Lucius se ocupou em chamar os gêmeos para assumirem os cuidados do bebê, que já não era tão pequeno.

- Tenho que cuidar do homem malvado, mas volto para jantar. - Disse Harry ao filho, que prontamente segurou o nariz e riu. - Vou precisar levar isso comigo também. Seja bom para George e Fred. Lembre-se, eu te amo, e sua mamãe também te ama, onde quer que ela esteja agora.

Fred, que atendeu ao chamado de Lucius, levou James para o berçário e Harry olhou para seus companheiros, permitindo que o nervosismo que sentia aparecesse por apenas um momento.

- Você vai ficar bem. - Severus disse a ele. - Você sabe o que precisa ser feito e nunca deixou de cumprir seu dever.

- Você está fazendo a coisa certa, dando um julgamento ao velho idiota. - Lucius assegurou. - O mundo verá que você está tentando ser justo e justo. As massas ficarão tranquilizadas e a justiça será feita de uma só vez.

- Espero que você esteja certo. - Harry suspirou. - Ainda não estou convencido de que não deveríamos simplesmente ter feito o bastardo desaparecer. Deixe o mundo pensar o que quiser.

- Agora você está sendo obstinado. - Severus repreendeu. - Já passamos por tudo isso. Não derrotamos dois males apenas para que os órgãos governamentais internacionais decidissem que você é o próximo Lorde das Trevas e tentassem livrar o mundo de nós.

- Eles podem não concordar com nossos métodos, mas não serão capazes de contestar nossas intenções. - Disse Lucius enquanto se dirigia ao espelho para dar uma última olhada em sua aparência impecável. - Os acontecimentos de hoje contribuirão muito para estabelecer o nosso lugar de direito na preocupação global.

Harry suspirou novamente, mas assentiu.

Não que ele discordasse, só que ele realmente odiava ter que ir na frente de todas aquelas pessoas e fazer grandes discursos. Ele era um homem de ação, não de palavras. Isso era mais coisa de Lucius. Ou Remos. Mas ele foi o recém-nomeado Chefe de Estado das Ilhas Britânicas, tendo abolido completamente o sistema ministerial. Seu novo governo pegou elementos de vários governos, trouxas e bruxos, mas estava mais próximo de uma soberania do que de uma sociedade democrática, embora muitos estrangeiros já o tivessem acusado de ser um ditador.

Contudo, não havia nada que pudessem fazer para isso, além do que estavam fazendo. A revolução sempre pareceu diferente do lado de fora do que era quando você estava nas trincheiras lutando pela sua sobrevivência.

ApocalipseOnde histórias criam vida. Descubra agora