Banho de água fria

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Preciso virar esse jogo, o jeito que estou sendo tratada vai contra todos  os meus ideais. Em algum momento eles me descobriram, decerto devo ter sido dedurada por um jornalista local. Mas não posso desistir de tudo agora.

Junto meus dedos na palma da mão, as unhas perfurando a carne para manter estável a minha mente. A dor me puxando de volta ao presente, em todo caso o futuro é imprevisível, nada nessa merda segue um roteiro.

— Se for pra continuar presa na própria cabeça, vou ter que antecipar o processo e entrar aí dentro com você. Mas vou te avisar, você não vai poder sair depois. — Damon chega mais perto com suas ameaças psicopatas.

— Eu não entendo metade das coisas que você quer dizer, tão pouco vou tentar, seu maluco dos internos. Sua cabeça deve ser cheia de imundície. Sinto muito se não recebeu amor o suficiente dos seus pais, mas não tenho nada a ver com isso. — Movo-me no colo do Kai, aumentando o espaço entre eu e Damon o máximo que eu posso.

Mais uma vez meu maxilar é agarrado, não é Damon porém. Os dedos apertam minha bochecha e sinto Kai se endireitar às minhas costas, ele trás seu rosto até o meu e diminui o tom de voz de forma intimidante.

— Eu te falei pra tomar cuidado com essa língua, porra. Age como se não quisesse atenção uma hora, mas está constantemente provocando ou procurando um jeito de perturbar.

— Eu só estava me defendendo, as garotas daqui não sabem fazer isso? — Cruzo meus braços em protesto.

Não entendo o porquê de ter ficado irritado e também não questiono. Minha boca se aperta em uma linha fina. Sei que fui maldosa com minhas palavras, mas Damon vem fazendo pior desde que me viu. Ele mereceu.

Olho para o lado, Damon está calado, entretanto vejo em seus olhos negros que sua cabeça não está. O corpo inquieto é o sinal perfeito de que extrapolei algum limite, quase me dá pena imaginar o que Gabriel Torrance pode ter feito todos esses anos. Quase.

Penso em me desculpar, por mais que não esteja arrependida, para evitar transtornos, porém as luzes do galpão diminuem de novo. Algumas lâmpadas apagadas e poucas acesas. Não tenho tempo de escapar quando sou puxada hostilmente do colo de Kai para o lado, o lado oposto de Damon.

É o Michael, percebo que pulou no sofá pelas costas. Ele cheira a vodka pura.

— Estou ouvindo que está sendo uma vadia de novo? — Ele bate na minha bunda com força, nem mesmo o jeans da minha calça ameniza a dor do impacto, a barba mal feita roçando a pele do meu pescoço agora que está sem máscara.

O cabelo castanho claro está bagunçado, e uma marca de batom vermelho mancha o canto de seu maxilar. Ele aperta meu quadril no seu colo com uma mão, a outra subitamente vai subindo por dentro da minha blusa.

— Para, para com isso. — Tento me debater, mas suas mãos me seguram sem precisar de muito esforço — Eu vou ficar quieta, porra . Só pare com isso.

— Eu não acredito em você. — O timbre dele se torna grave e sinistro, espasmos em meus nervos ao passo que as mãos grandes caminham direto até meus peitos e ele aperta.

— Michael, isso dói.

— Eu sei. — Ele simplesmente responde, e então rasga as alças do meu sutiã, o barulho do tecido arrebentando me faz arregalar os olhos, não posso sequer gritar, a mão dele é mais rápida do que meus pensamentos e tapa minha boca.

O desgraçado ainda tira meu sutiã por debaixo da blusa e atira nos pés de Damon. A temperatura do meu corpo sobe instantaneamente, meus mamilos ficam rígidos sob o tecido fino da blusa branca 3x4.

Lilith's nightOnde histórias criam vida. Descubra agora