11. O que é certo? O que é errado?

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VANESSA DUNNE, 17 DE JULHO DE 1987.

Eu odeio elevadores e odeio quando sinto borboletas em minha barriga quando Izzy me toca ou beija minha pele. Quando começou a tocar Autumn Leaves não consegui evitar mexer meu corpo. Jazz sempre será uma paixão intensa para mim. Izzy me acompanhou e levamos a dança para o nosso corredor.

Eu sabia que iriamos nos beijar, mas graças a deus a porta do elevador se abriu nos fazendo se separar, enquanto ela passava por nós, nós tentamos disfarçar o que estávamos prestes a fazer, rindo nervosamente como se fosse apenas uma brincadeira inocente. Em seguida, com uma troca de olhares, cada um de nós seguiu para seu quarto.

Fechei os olhos e, lentamente, deslizei minhas costas pela porta até me encontrar sentada no chão, como se a gravidade da situação tivesse drenado minha energia. Passei a mão pelo rosto, tentando desesperadamente voltar à realidade, como se cada gesto pudesse afastar o turbilhão de pensamentos que me dominavam. Me levantei depois de longos minutos e fui me arrumar para acompanhar o ensaio.

***

Abri a porta do elevador com a câmera firmemente em minha mão, e, coincidentemente, no mesmo instante, Izzy emergiu do seu quarto. Nossos olhares se encontraram, um sorriso genuíno se formou em nossos lábios. No entanto, aquele sorriso se desfez instantaneamente quando Axl apareceu de repente atrás de mim, como um espectro inesperado.

Axl pediu que o elevador parasse, jogando a bituca do cigarro descuidadamente em uma planta próxima antes de entrar. Eu me vi no meio deles, presa em um silêncio tenso, e, naquele momento, prendi minha respiração enquanto sentia meu coração acelerar descontroladamente, como se estivesse no epicentro de uma tempestade iminente.

— Por que think about you tá na setlist? – Axl perguntou olhando para Izzy.

Olhei para meu all star desgastado.

— Porque essa música é boa. – Izzy defendeu e pude ver suas mãos se juntando.

— Pode tirar.

— É a minha favorita... – fiz biquinho para Axl que sorrio.

— Não precisa tirar, então.

A porta do elevador finalmente se abriu e eu respirei fundo antes de sair, evitando olhar para trás. Entrei na van com eles, ciente de que, desta vez, não conservaríamos nem trocaríamos olhares. Sempre que Axl estava por perto, eu me obrigava a não encarar aqueles olhos que pareciam sussurrar meu nome, como se fossem uma tentação irresistível.

Assim que chegamos fomos direcionados para o palco. Eu achava que seria maior, mas está de bom grado. Os meninos se posicionaram no palco e começaram a ensaiar enquanto eu tirava algumas fotos. Izzy sempre sorria, coisa que ele não fazia muito em fotos.

Desci do palco e quando começou a tocar think about you meu coração acelerou e olhei para Izzy com um sorriso grande. Cantei alto para Axl não se arrepender e continuar com ela.

Quando terminou, guardei minha câmera e fui puxada para um abraço coletivo. Eu dei risada enquanto abraçava eles ainda mais. Axl sorria como uma criança, eu sei que os meninos são como uma família para ele, isso me deixa feliz e deixa meu coração quente... até olhar para Izzy que tinha um sorriso nos lábios por minha causa.

— Depois do show quem topa uma festa? – Slash perguntou guardando sua guitarra.

— Ah, eu topo. – Steven sorrio.

Todos concordaram e eu fiquei em silêncio, não sei se vou aguentar uma festa depois do show. Guardei minha câmera e voltamos para a van.

— Você vai? – izzy perguntou se sentava do meu lado.

— Não sei. E você?

— Só se você for.

— Estou pensando, te aviso se eu for.

Sorrimos juntos e Izzy segurou minha mão escondendo em sua jaqueta. O que é certo? O que é errado? Eu não sei. 

𝐘𝐎𝐔 𝐂𝐎𝐔𝐋𝐃 𝐁𝐄 𝐌𝐈𝐍𝐄,  𝗜𝘇𝘇𝘆 𝗦𝘁𝗿𝗮𝗱𝗹𝗶𝗻Onde histórias criam vida. Descubra agora