𝐘𝐎𝐔 𝐂𝐎𝐔𝐋𝐃 𝐁𝐄 𝐌𝐈𝐍𝐄, 𝗜𝘇𝘇𝘆 𝗦𝘁𝗿𝗮𝗱𝗹𝗶𝗻

09. Entre dois olhares.

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VANESSA DUNNE, 17 DE JULHO DE 1987.

Subi as escadas evitando o contato visual com Izzy; não desejava encarar a tristeza estampada em seu rosto por minha causa. Ao chegar em meu apartamento, delicadamente tirei meus sapatos e coloquei a bolsa sobre a mesa. A escuridão do ambiente me fez levar um tempo para localizar o interruptor. Quando finalmente o encontrei, deparei-me com Axl no sofá, observando-me com um olhar inabalável. Diferentemente de Izzy, sua expressão era mais transparente para mim.

— Como você entrou? – questionei, aproximando-me dele.

Axl envolveu minhas pernas com um abraço e repousou a cabeça em minha barriga.

— Me perdoe, Vanessa. Eu te amo.

Em vez de responder, acariciei seu cabelo perdendo-me no silêncio enquanto olhava pela janela.

— Não vamos retomar esse assunto, por favor.

Ele me encarou e se levantou me beijando. Segurei seu rosto e imaginei como seria beijar Izzy, será que é tão bom quanto Axl?

— Vou tomar um banho, ta?

Axl fez que sim com a cabeça.

— Já arrumou a mala?

— Pra que?

— Vamos sair em tour amanhã.

Bati a mão na cabeça, tinha me esquecido totalmente.

— Estou terminando. – o beijei de novo e fui para o banheiro e tomei banho tentando esquecer o que tinha acontecido hoje mais cedo.

***

Acordei com beijos pelo meu rosto, abri os olhos apenas para ver Axl sorrindo. Bom, deve ser 7 horas e a van já deve estar chegando para pegar a gente.

— Bom dia, amor. – Axl me beijou.

— Bom dia. – sorri e o beijei de volta.

Levantei-me sem nenhuma animação, tomei um rápido banho e saboreei uma xícara de café. Depois, ajudei Axl a carregar nossas malas para a van. Ao entrar no veículo, percebi que Izzy estava com a cabeça baixa. Suspirei e me sentei ao seu lado, já que era o único lugar vago. Axl também se acomodou ao meu lado e se aconchegou em meu ombro.

— Oi. – mordi meu lábio com medo de ser ignorada por ele.

– Oi. – respondeu olhando para mim pela primeira vez.

Izzy olhou para Axl, que dormia em meus braços, e depois voltou o olhar para mim. Pelo seu olhar, percebi que ele ainda desejava discutir o que aconteceu ontem, mas, sinceramente, eu não estava disposto. Estendi a palma da minha mão para cima, e Izzy entendeu, segurando minha mão e entrelaçando nossos dedos. O trajeto até o aeroporto foi longo e silencioso, eu temia que Axl acordasse e visse nossas mãos juntas.

Assim que chegamos, Izzy soltou minha mão. Acordei Axl, e saímos de mãos dadas, com ele me protegendo dos paparazzis, enquanto Izzy me observava de longe com seus olhos indecifráveis. Entramos no jatinho rapidamente, Axl se sentou e me puxou para seu colo.

— Ansiosa? – beijou meu pescoço.

— Uhum. – fingi um sorriso para ele. Eu nunca precisei fingir para Izzy.

— Por favor, cada um em seus devidos lugares.

Me acomodei na poltrona em frente a Axl, tomei café enquanto folheava o jornal do dia. Nada de extraordinário, apenas notícias políticas sem grande interesse. Quando o avião já estava no ar, levantei-me e fui até o bar do avião, onde pedi uma dose de vodka pura com uma cereja. Izzy, que já devia ter tomado algumas bebidas, se sentou ao meu lado com um sorriso. Ele afastou meus cabelos e beijou minha bochecha

— Cuidado, Axl está aqui. – sussurrei.

— Desculpa.

Ele sorriu e sentou do meu lado. Olhei para trás e todos estavam dormindo, então sei que agora não preciso me preocupar.