𝐘𝐎𝐔 𝐂𝐎𝐔𝐋𝐃 𝐁𝐄 𝐌𝐈𝐍𝐄, 𝗜𝘇𝘇𝘆 𝗦𝘁𝗿𝗮𝗱𝗹𝗶𝗻

18. Ela é problema.

❦

IZZY STRADLIN, 25 DE JULHO DE 1987.

Sete intermináveis dias transcorreram desde aquela conversa que compartilhei com Vanessa. Desde então, nossas trocas de palavras cessaram, mas a ausência do seu sorriso e das nossas conversas intensas durante as noites em que Axl não estava presente tem deixado um vazio em mim.

Consciente de que um simples beijo entre nós poderia desencadear uma reviravolta em nossas vidas, hesitei. Agora, ao observar Vanessa e Axl, percebo que eles irradiam uma felicidade aparentemente mais sólida do que nunca, e sei que ela espera por aquele pedido de casamento cada vez mais. Talvez, eu jamais devesse ter me aproximado dela.

Saí do hotel para fumar um cigarro, contemplando a rua silenciosa e sombria. Ao expirar profundamente, a fumaça serpenteou pelo ar. Ao longe, captou minha atenção uma discussão entre Vanessa e Axl.

— Vi você quase beijando aquela mulher, Axl Rose? – Vanessa, com as mãos na cintura, confrontou.

— Apenas estávamos conversando. Você está exagerando, neurótica.

Um riso desprovido de humor escapou dela.

— Me poupe. Não tem vergonha na cara. Canalha! – empurrou Axl para trás, passando por mim, furiosa.

Sem notar minha presença, seguiu seu caminho desorientada. Observei seus passos decididos e raivosos se distanciando, mas algo em meu coração insistiu que a seguisse.

Vanessa adentrou um bar repleto de homens suspeitos e desagradáveis. Dirigi-me ao fundo enquanto ela ocupava um banquinho, solicitando bebidas robustas. Seus pés inquietos denotavam nervosismo e ansiedade. A cada gole, seus olhos caíam, revelando que a embriaguez começava a envolvê-la. A situação intensificou-se quando um homem se aproximou, passando suas mãos por seu corpo, deixando Vanessa visivelmente desconfortável.

Ao avançar para beijá-la à força, corri até ela, interpondo-me.

— O que você quer com ela? – perguntei sério. Vanessa me olhou perplexa enquanto o homem se afastava. — Deixa ela em paz, porra!

O agressor saiu do caminho, proferindo xingamentos.

— Izzy? O que você tá fazendo? – Vanessa coçou os olhos.

— Aquele cara não iria fazer algo legal com você. Vamos para o hotel, Vanessa.

Segurei sua mão, conduzindo-a de volta ao hotel. No meu quarto, dei-lhe um banho gelado. Assentei-a na cama e penteei os seus cabelos.

— Obrigado por isso. – ela sorriu.

Agora, parecia sóbria.

— De nada.

Sorri e ela depositou um beijo em minha bochecha, fazendo-me corar. Ela riu.

— Você é fofo corado!

Ri junto com ela.

— Quer voltar para seu quarto?

— Eu briguei com o Axl...

Ela olhou para o chão.

— Foi muito feia a briga?

— Ele estava bêbado. Eu não deveria ter puxado aquela briga...

Suspirei e delicadamente a ajudei a se deitar na cama.

— Fique aí. Eu durmo aqui no chão.

Vanessa se sentou, segurando meus braços.

— Não, fique aqui comigo. Não vai ser nossa primeira vez dividindo uma cama.

Sorri e me deitei com ela. Vanessa se ajeitou em meus braços, depositando beijos em minha bochecha que desceram para meu pescoço.

— Me desculpa por aquele dia? Eu estava de cabeça quente, você não merecia ouvir aquelas palavras.

A cada palavra de Vanessa, seu corpo se unia ao meu, deixando beijos pela minha mandíbula. Abracei seu corpo para sentir o suave perfume de lavanda.

— Tudo bem, Vanessa. Eu que não deveria ter me intrometido.

Ela me olhou, seus lábios carnudos próximos aos meus. Eu ansiava por beijá-la mais do que tudo, mas ela não estava sóbria; não queria tirar proveito da situação.

— Por favor, Izzy. Eu preciso de você de novo.

— Não posso, Vanessa.

Ela encostou a testa no meu queixo e fechou os olhos. Afaguei suas costas e a abracei firmemente, desejando oferecer conforto naquele momento difícil.

— Eu sei que estou errada também, mas você, Izzy... você é tudo o que eu sempre quis.

Senti suas lágrimas molharem minha blusa; não sabia exatamente o que fazer. Vanessa olhou para mim, seu nariz vermelho e as lágrimas quentes escorrendo por suas bochechas rosadas. Ela deixou um selinho longo em meus lábios.

— Não faz isso comigo, Vanessa.

Ela suspirou profundamente, tentando controlar as emoções.

— Eu sei que estraguei tudo, Izzy. Mas não quero perder você.

Segurei seu rosto entre as mãos e olhei nos seus olhos.

— Vanessa, precisamos conversar com calma quando estivermos mais tranquilos.

Ela assentiu, limpando as lágrimas.

— Eu entendo. Só não quero te perder.

— Eu te quero mais que tudo...

Envolvemos-nos num abraço reconfortante. Fechei meus olhos e dormi sentindo o cheiro de seu cabelo que me fazia sorrir como um idiota. Isso ainda vai dar muito problema.

---

Desculpa a demora, galerinha. Feliz Natal atrasado. Amo vocês 💋💋