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IZZY STRADLIN 17 DE JULHO DE 1987
Após retornar ao hotel tirei um longo cochilo para me preparar para o show, porém, Vanessa ainda ocupava meus pensamentos. Sua música e seus movimentos de dança continuavam a ecoar em minha mente. Vesti minha melhor roupa, dei uma última olhada no espelho e saí do quarto. Fiquei parado, esperando que ela abrisse a porta, mas nada aconteceu. Decidi descer sozinho no grande elevador, onde a música agora se tornava irritante.
Quando cheguei à van, Vanessa já estava lá com um sorriso em seu rosto enquanto ajustava a lente da câmera. Ela usava uma roupa da nossa banda com calças jeans de boca de sino, botas de cowboy e seus cabelos soltos, brilhantes como se tivessem acabado de ser lavados, exalando o suave perfume de lavanda até onde eu estava.
Quando chegamos, ela saiu da van, pulando com a ajuda de Slash, os dois caminhando animadamente pelos corredores em direção ao camarim. Vanessa ajudava Axl, ajustando sua bandana e ajeitando seu cabelo com carinho. Eram gestos simples, mas demonstravam um cuidado que tornava a conexão entre eles ainda mais profunda. Enquanto observava, senti meu maxilar se contrair involuntariamente, uma onda de raiva contra Axl percorrendo meu peito.
— Suas argolas são realmente lindas. – Ela balançou a minha argola enquanto se acomodava ao meu lado. — Igual às minhas. – Ela afastou o cabelo para revelar a sua própria argola.
— As suas também são lindas. – Eu quis tocar em suas argolas penduradas em suas orelhas, mas minha mão tremia de nervosismo.
Vanessa percebeu e segurou minhas mãos com cuidado, acariciando delicadamente minhas veias que pareciam palpitar mais intensamente agora.
— Vai dar tudo certo. – Ela beijou minha têmpora e abraçou o meu corpo trêmulo. – Estarei lá por vocês.
Sinto gratidão por tê-la ao meu lado, mas desejo que sua presença seja exclusivamente para mim. No final, anseio que ela corra para meus braços e me beije como se eu fosse o único homem em seu coração.
— Vamos! – Axl gritou afastando ela de mim.
Fomos para o palco e começamos o show. Axl girava e dançava por todo palco, o que fazia ela rir alto. Olhei para o lado e mandei um beijo para sua câmera e a vi sorrir largamente. Quando acabou, voltamos para o camarim.
— Quem vai? – Slash perguntou depois de virar uma garrafa inteira de vodka.
— Não vou, tá? – Ela sorrio e saiu antes que os meninos implorassem para ela ir.
Se ela não vai eu também não vou. Não vai ter graça sem ela.
— Posso te acompanhar? – perguntei ficando ao seu lado.
Peguei sua bolsa e chamei um táxi para a gente.
— Gostou do show?
Ela sorriu segurando sua jaqueta.
— Sim! Foi incrível.
Sorrimos juntos e ficamos em silêncio até o carro chegar e entrarmos. A música na rádio é algum rock que eu não conheço.
— Porque não quis ir com eles?
— Estou cansado. – menti enquanto a observava encarar as ruas de Chicago.
— Vai poder descansar a noite toda agora sem drogas ou bebidas. – ela deu batidinhas de leve em minha mão e saiu do táxi quando chegou.
Com os últimos trocados no bolso, paguei o táxi às pressas e desci para alcançar seus passos largos. Mantive-me ao seu lado, segurando firmemente sua bolsa. Quando entramos no elevador, a música que antes embalava o ambiente havia desaparecido, criando um desconfortável silêncio que perdurou desde a recepção até o oitavo andar
— Bom, estarei sozinha a noite toda. – ela disse quando a porta do elevador abriu em nosso andar..
— Não se preocupe, estarei aqui.
Vanessa sorriu e pegou sua bolsa de meu ombro. Caminhou até sua porta e a destrancou.
— izzy. – me chamou quando coloquei os pés dentro do meu quarto. – Quer passar esse tempo comigo?
Virei-me, mantendo um sorriso no rosto, e Vanessa abriu a porta, convidando-me a entrar primeiro. Ao entrar no quarto, uma mistura suave de lavanda e um perfume masculino preencheu o ar. O chão estava repleto de roupas espalhadas e a cama estava desarrumada.
— Vinho? – ela caminhou até o frigobar descalça.
— Sim, por favor.
Vanessa colocou o líquido nas taças e veio sorrindo até mim.
— Gostei da blusa. – apontei para o grande símbolo da banda em sua blusa.
— ah, obrigada. Conhece essa banda?
— Hm, acho que não. O som deles é bom? – sorri entrando na brincadeira.
— Totalmente!
Nós compartilhamos risadas e tomamos assento lado a lado nas cadeiras da varanda. As estrelas brilhavam intensamente, e a lua parecia iluminar apenas Vanessa, como se tivesse se esquecido de mim e do resto de Chicago
— Gosta de Jazz e rock? – perguntei depois de tomar um gole de vinho.
— Bom, eu gosto de tudo, mas meu favorito é rock, acho que por causa do meu pai, ele é obcecado por rock. – ela sorriu contra a taça enquanto falava de seu pai. E voce? Só rock?
— De vez em quando eu escuto algumas coisas diferentes, mas rock é o meu principal.
— Eu sei tocar guitarra. – ela me olhou sorrindo. – Mas faz tempo que não toco em uma, devo ter desaprendido.
— Acho que guitarra é igual bicicleta, não desaprende.
Ela sorriu e voltou a tomar vinho, seus olhos fixos nas estrelas. Mesmo estando a apenas um braço de distância, desejo que possamos nos aproximar ainda mais, até que nossas peles se tornem uma só. Não tenho certeza se ela compartilha desse mesmo desejo, mas torço para que sim.
— Izzy... – ela sussurrou meu nome. — Você já esteve apaixonado?
Sua pergunta fez com que eu inclinasse a cabeça, mergulhando em pensamentos.
— Já tive afeições por algumas garotas, mas não sei se já me apaixonei. Apaixonar-se é algo profundo, e nunca experimentei isso antes.
Vanessa cruzou as pernas, seus pés inquietos, um hábito que notei estar presente apenas quando estamos juntos, e isso me deixa agoniado.
— Eu costumava ser tão intensa, sabia? A paixão que eu sentia por ele era como um incêndio que queimava sem parar, consumindo tudo em seu caminho. Eu pensava nele o tempo todo, o simples som da voz dele me fazia tremer. Eu estava completamente apaixonada. Mas agora... bem, agora as coisas são diferentes. — ele deixou os lábios em linha reta olhando a lua pela taça.
— Talvez agora seja amor, Vanessa. A intensidade da paixão se foi, e você teve a chance de conhecer quem ele realmente é, entender seus defeitos.
Ela fez que não com a cabeça enquanto tomava mais um gole de seu vinho.
— Seis anos, izzy. Seis anos que se foram para sempre.
Estendi minha mão para segurar a dela, sentindo-a apertar com força. Seus olhos se encheram de lágrimas, mas após um longo suspiro, vi as lágrimas desaparecerem e serem substituídas por um olhar sereno. Seu cabelo está puxado para trás revelando seu rosto por completo, com seu nariz empinado e lábios grandes e macios. Vanessa é llinda.
— Está tarde. – ela soltou minha mão e se levantou bocejando.
— Muito tarde. – me levantei.
Vanessa se aproximou da cama e prendeu o cabelo. Ela se esticou e deitou-se, lançando-me um sorriso caloroso. Caminhei até ela, delicadamente a cobri com o lençol e deixei um beijo m sua testa.
— Boa noite, Vanessa.
— Boa noite, Izzy.
Vanessa sorriu e fechou os olhos. Fui para o meu quarto e me deitei com um sorriso bobo, o suave aroma de lavanda impregnado em minhas roupas e a imagem dela preenchendo minha mente.
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𝐘𝐎𝐔 𝐂𝐎𝐔𝐋𝐃 𝐁𝐄 𝐌𝐈𝐍𝐄, 𝗜𝘇𝘇𝘆 𝗦𝘁𝗿𝗮𝗱𝗹𝗶𝗻
FanfictionVanessa é fotógrafa do Guns N Roses e namorada de Axl Rose. Porém, ela se vê envolvida em uma atração intensa com Izzy, um novo membro da banda e melhor amigo de Axl.