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VANESSA DUNNE, 23 DE AGOSTO DE 1987.
Alguns dias se passaram desde que fugi do meu casamento. Não tenho notícias de ninguém, e prefiro que continue assim. Não consigo parar de pensar nisso; minha mente fica presa em um loop infinito da cena de Axl beijando aquela mulher e depois eu correndo para Izzy. Falando nele, sinto-me tão bem ao seu lado.
Enquanto ele sai para fazer algumas compras no mercado, estou arrumando nossa cama. Sorrio ao sentir seu cheiro no travesseiro. Nunca me senti tão apaixonada, e isso chega a ser idiota. Izzy tem sido meu porto seguro, a calmaria no meio da tempestade. E por ele, enfrentaria qualquer tormenta novamente.
Ouvi batidas na porta, espiei da janela e, ao ver um cabelo ruivo, meu coração acelerou. Encostei-me na parede e olhei novamente para ter certeza de que não era uma ilusão, mas era ele mesmo, batendo tão forte quanto meu coração
── Vanessa, abra essa porta! - sua voz era alta e falha.
Meus pés descalços encontraram a escada veludada, e mesmo andando devagar, eu tropeçava. Um nó se formou na minha garganta, e dei um sobressalto quando Axl bateu na porta novamente. Sem nenhuma escolha, abri a porta e arregalei os olhos ao vê-lo segurar uma arma apontada para a própria cabeça. Eu sempre soube que ele era capaz de fazer muitas coisas, menos isso.
── Céus, o que é isso? - coloquei a mão na boca totalemnte aterrorizada.
── Por que ele? Me diga um motivo! Só um, Vanessa.
Axl chorava e isso me deixava tão desconfortavel e perdida. Olhei em seus olhos azuis e respirei fundo.
── Por favor, Axl... não faça isso, vamos conversar. Não precisa disso. - tentei pegar a arma de sua mão, mas ele recuou bruscamente.
── Apenas me diga, porra!
── Eu me apaixonei por ele, Axl. Eu não pude evitar. Izzy foi tão presente e tão prestativo comigo. Ele me conhece, exerga como sou. Eu agradeço por tudo o que voce já faz por mim, mas eu realmente não quero ter mais nada com voce.
── Não tem isso! Ou voce volta para mim ou eu me mato.
Deus, ele pareçe uma crianca mimada com uma bomba explosiva em mãos. Respirei fundo e me aproximei dele.
── Não fala algo que vá se arrepender!
── Porra, eu te amo! - gritou agarrando meus braços enquanto me dava um olhar assustador.
──Então me deixa ir! - gritei de volta, fazendo-o me empurrar para o chão dentro de casa
── Não... - ele sussurrou, passando a ponta da arma pelo meu rosto devagar. Meus olhos atentos acompanhavam cada movimento; tudo estava tão silencioso que eu pude ouvir meu suor frio caindo no chão
Quando seu dedo acariciou o gatilho perto de meu peito, Izzy chegou correndo e empurrou Axl para longe de mim. Levantei-me quase num pulo e corri para os braços dele, que me agarraram com força. Ouvi a risada sem humor de Axl.
── Então é isso? Você vai proteger essa vadia... - Izzy me soltou e caminhou furioso até Axl.
── Você vem até minha casa, quase mata minha mulher e ainda quer fazer esse showzinho? Pare de ser infantil, seu idiota. - Izzy o empurrou.
── Ela vai fazer a mesma coisa que fez comigo. Quando cansar de você, vai correr para procurar outro brinquedo.
Me aproximei dos dois.
── Axl, pare com isso. Apenas vá embora e viva a sua vida. Me deixe em paz.
Os dois não me ouviram. Axl estava bêbado, e a arma em sua mão deixava Izzy com medo de lutar. Em algum momento, ele apontou a arma para nós dois. Nunca tinha visto esse lado de Axl, o que me deixava ainda mais assustada. Ao meu lado, eu ouvia a respiração e o suor de nervosismo de Izzy. Minhas pernas tremiam, e meus olhos se enxegaram de lagrimas.
──Se eu não posso ter voce, Vanessa, ninguém mais terá! - Axl disparou a arma, mas errou.
── Porra! - Izzy xingou alto e segurou minha mão, atrapalhado em encontrar a chave de seu carro, enquanto Axl recarregava sua arma
Corremos para porta e Axl correu atrás tropeçando em seus propios pés. Quando conseguiu abrir a porta de seu carro entramos rapidamente.
── Voltem aqui! - me agachei quando ouvi outro tiro ser disparado.
Quando Izzy me olhou com seus olhos escuros e seu cabelo bagunçado, foi então que percebi a gravidade da situação e deixei as lágrimas caírem dos meus olhos. Ele acelerou e, com dificuldade, Axl saiu de nossa vista. Minhas mãos tremiam e eu chorava ainda mais. Izzy deitou minha cabeça em seu peito, e foi então que percebi que sua mão estava sangrando. O tiro pegou de raspão nele. Izzy não merece esse inferno.
Minha respiração alcamou aos poucos enquanto Losing My Religion tocava bem baixo no radio.
Izzy beijou minha cabeça, e eu abracei seu corpo, sentindo-me segura em seus braços fortes. A adrenalina ainda pulsava em minhas veias, o medo do que poderia ter sido não me abandonava. Naquela tarde de domingo, decidimos fugir para bem longe, onde pudéssemos recomeçar, apenas eu e ele, longe do perigo que nos assombrava.
FIM.
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𝐘𝐎𝐔 𝐂𝐎𝐔𝐋𝐃 𝐁𝐄 𝐌𝐈𝐍𝐄, 𝗜𝘇𝘇𝘆 𝗦𝘁𝗿𝗮𝗱𝗹𝗶𝗻
FanfictionVanessa é fotógrafa do Guns N Roses e namorada de Axl Rose. Porém, ela se vê envolvida em uma atração intensa com Izzy, um novo membro da banda e melhor amigo de Axl.