Capítulo 16

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Quando acordou, ainda estava escuro. Olhou pela janela e viu o céu bem estrelado naquela noite. No outro lado da cama nenhum sinal de Steve. Se não fossem as marcas levemente roxas que ele deixou no interior de suas coxas, pensaria que havia sonhado com aquilo. Soltou um leve suspiro ao se lembrar do ocorrido.
Nunca havia se sentido assim, tão leve.
Puxou o lençol para cima, cobrindo o seu corpo nu. Virou de bruços e apoiou a cabeça no travesseiro que agora havia o cheiro dele. Nunca imaginou que aquilo pudesse acontecer, não se olharam com segundas intenções na época de ultron, nem quando moraram pela primeira vez juntos na mesma casa. Mas dessa vez as coisas eram diferentes entre os dois.
Não tinha mais olhares inocentes e pura admiração. Era desejo, sem dúvida.
Sentiu seus olhos começarem a pesar e se permitiu adormecer novamente.
Algumas horas depois, com o dia já amanhecendo, escutou batidas na porta e ela logo foi aberta. Ainda com os olhos entreabertos viu uma mão colocar uma caneca de café em cima da mesinha e sentiu o lado da cama afundar.

- Bom dia! - Steve se inclinou e lhe despejou um beijo carinhoso em seu ombro, o que a fez arrepiar ao sentir a barba dele pra fazer, roçar em sua pele.

Wanda se virou ficando de barriga pra cima e sorriu pra ele, se sentando na cama.

- Bom dia, Steve. Como dormiu?

- Muito bem, e você?- ele pegou a caneca e entregou para ela.

- Muito bem. - disse dando um pequeno gole no líquido.

Steve então levou os dedos até o rosto dela, colocando para trás de sua orelha, uma mecha de cabelo. Aproximou-se e lhe deu um beijo na testa.

- Você está linda. Sempre está!- se corrigiu. - Natasha já está te esperando lá em baixo.

- Eu vou me vestir e descer. - disse devolvendo a caneca para a mesinha.

- Vou ter que ficar uns dias fora.

- Estaria fugindo de mim?- ela se faz de ofendida. - Não esperava que fosse assim.

- Não é isso. Natasha ouviu um boato sobre estarem recriando o soro do soldado. Tenho que ver isso de perto.

- Não acha que Tony já deva estar sabendo?

- Acho que não. Tenho que verificar isso de perto. Sam vai comigo.

- Bucky já sabe?

- Sim, mas ainda não temos certeza se eles está bem pra ir em missão.

Wanda parecia preocupada.

- Não é perigoso sair por aí? Podem te reconhecer, Steve.

Ele sorri e acaricia com o polegar a bochecha dela.

- Estamos há 6 meses escondidos e nunca tiveram nenhum sinal da gente. Vou ter cuidado. - ele desceu a mão até encontrar a dela e a segurou, acariciando os nós dos dedos dela. - Não precisa ficar preocupada.

- Ainda acho que está tentando fugir de mim!- ela implica.

Steve aproxima seu rosto do dela e lhe dá um beijo rápido.

- Não tenho motivos pra isso. - sussurra contra seus lábios antes de tomá-los mais uma vez pra si, em um beijo intenso.
As mãos dela forma de encontro ao rosto dele, o trazendo para mais perto. Depois de um pouco mais de um minuto ele se afastou e se levantou.

- Nath tá te esperando, desce logo!

- Claro, Capitão.

Ela sorri e o observa sair pela porta.

{...}

- Bom é o seguinte, Natasha conseguiu conversas sobre uma venda de soro do super soldado no Chile. Sam e eu vamos verificar isso. Enquanto vocês estiverem aqui continuem escondidos, nada de saírem por aí.

Steve disse enquanto todos haviam acabado o almoço e se reuniram na sala.

- Vamos usar celulares sem rastreamento, vão levar o quinjet então não vamos ter pra onde ir. - Natasha completou.- Se fizermos tudo como treinamos, resolveremos o problema e nunca vão saber que estávamos envolvidos!

- É isso, temos que agir como fantasmas. Longe de qualquer suspeita!- Steve alertou.- Vamos hoje a noite.

Wanda percebeu Bucky inquieto. Assim que Steve acabou de falar, ele se levantou e saiu, sendo seguido por ela.

- Bucky, o que foi? - perguntou ao alcançá-lo no meio da trilha para o lago.

Quando se virou ela conseguia ver a Fúria nos olhos dele e seus punhos cerrados ao lado do corpo.

- Eles fizeram de novo! A Hidra continua existindo não importa o que a gente faça! E eu não posso fazer nada pra ajudar! Tenho que ficar aqui com a Natasha de babá e você.

- Isso não é verdade! Não podemos ir todos por motivos de segurança, não por terem medo de você!

Ela deu um passo pra frente.

- Me deixa sozinho! Eu não quero...

-Saudade, Enferrujado, Dezessete... - ela começou a falar indo em direção à ele.

- O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?- ele gritou se afastando dela.

- Aurora, Forno, Nove, Benigno, Volta para casa...- sua voz era firme.

- Para com isso!- ele implorou.

-Um e Vagão de carga.

Bucky derramava lágrimas pesadas ainda com a mão estendida tentando mantê-la longe. Sua respiração estava ofegante e ele parecia estar com medo de machucá-la.

- Fica longe, Wanda. Eu não quero...

- Não vai me machucar. Acabou, Bucky!

Ela deu mais dois passos e alcançou sua mão, a segurando. Ele olhou para ela e então em meio às lágrimas, surgiu um sorriso aliviado.
Wanda o puxou pelo braço e o abraçou apertado, tentando acalmá-lo.

- Você está livre. - ela sussurrou para ele, que então correspondeu ao abraço, afundando seu rosto no pescoço dela.

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