12 - I
Isso é realmente justo? pensou Amity.
Não deveria ser, apesar de tudo, ela não conseguia sentir raiva da adulta, se passou há três dias, quarta-feira foi tocada de forma não consentida por sua professora; mesmo que se tenha passado longos dias, não consegue fazer nada – a angústia perseguia cada momento da sua vida, lembrava da Lucia enquanto tomava banho, quando se deitava, se sentia observada pela mulher. Ela queria chorar.
Odiava todos os sentimentos que a dominicana começou a causar nela, nunca teve a experiencia de outra pessoa com os olhos nela, nunca pensou que seria atraente para nenhuma mulher mais velha, apesar de ter beijado Boscha, não foi a mesma coisa do que receber um beijo forçado da Lucia. Era um sentimento estranho, sentia como se tivesse conquistado pela primeira vez alguém na vida.
Mas, não, ela não deve se sentir assim.
Ela não deveria achar isso tão atraente, uma mulher morta de ciúmes por causa dela, cometendo loucuras, pondo em jogo seu emprego e até mesmo risco de ser presa, Amity se sentiu suja e merecedora da dor por admirar esse ato, apesar de ter sido ruim.
Se deitou na cama, queria tirar Lucia dos seus pensamentos, queria agora conhecer outra garota; apenas para tirar sua professora da sua cabeça. É mau os sentimentos que espalham pela sua cabeça, a esverdeada começou a se odiar profundamente por isto.
Deveria sentir apenas nojo daquelas mãos a tocando por todos os lugares, ter a usado como uma boneca, porém, ela nem tentou realmente fugir, se culpou internamente de não ter feito nada de verdade para escapar daquela situação; e se no fundo ela for ruim e estava querendo isso? Assim como Lucia disse.
Começaram a surgir novas lágrimas em seus olhos, sua respiração travando, odiava o fato de mesmo estando longe da mulher, ela não saía da sua mente, estava a consumindo o desejo de ver ela de novo e apenas perguntar: "você fez aquilo por me amar de verdade?" e ela podia perguntar isso hoje, Lucia a havia mandado mensagem mais cedo, perguntando se ela queria ir em uma festa legal.
Era tão ingênuo da parte dela.
Disse sim para a castanha, não conseguiu negar olhando aquela mensagem, não conseguiu resistir a ideia de perguntar para a dominicana: "o que você sente por mim?"
E talvez ouvir como resposta: "Eu te amo, você é uma das garotas mais lindas que eu já conheci."
Se derreteu, odiou o fato de querer ouvir isso da boca dela, ela sente que se Lucia dizer isso, toda a dor que ela sentiu, todas as lagrimas desses últimos 3 dias irá valer a pena, então toma animo e se levanta da cama, determinada a ir, mas há diversos problemas, será escondido da sua mãe, se for pega vai estar morta, o segundo problema é o pior; e se a Lucia for apenas cruel de novo com ela? E se a mulher falar que não a ama? Do que adianta fazer tudo isso?
— Vamos, não pense tanto nisso. Amity disse para si mesma.
Ansiosamente, começou a escolher as roupas em seu armário, ela estava apenas indo encontrar a dominicana por um motivo, para ouvir que alguém a ama, para sentir que sua dor de agora vale a pena, a causa disso foi o seguinte pensamento de Amity: se eu estiver na dor, mas Lucia me amar, será reconfortante, agora se eu estiver na dor, e estiver na dor sozinha sem ninguém me amar, será mais doloroso.
Suas mãos estavam ligeiramente tremendo, sua respiração ficou pesada pela ansiedade, pegou uma roupa que iria a proteger do frio.
E se a Lucia não gostar dessa roupa? pensou.
E se a Lucia não gostar de mim por causa da roupa? Pensava enquanto a paranoia aumentava, junto com a ansiedade.
Iria ver seu agressor, não sabia se estava pronta mentalmente para isso, estava com medo de quando ver a castanha simplesmente começar a chorar e a soluçar, parecer infantil demais para a adulta, ela quer parecer mais velha, ela quer ser madura igual a Lucia. Então ela pegou outra roupa, desta vez era uma blusa transparente e um sutiã preto, junto com um short curto e meias calças, se vestiu e começou a se olhar no espelho.
Se sentia uma puta, insegura com algumas partes do seu corpo, sobre suas coxas serem magras e ela não ter quase nada de peito, como ela poderia agradar um adulto com esse corpo tão infantil e magro?
Ela quis chorar quando se viu no espelho, pegou uma blusa de frio, tampando seus braços e peitoral, queria desistir de encontrar a mulher, mas seria tanta grosseria desmarcar em cima da hora, a dominicana poderia ficar brava de novo e segunda-feira bater nela, ou até mesmo ignorar a garota. Ela não quer ser ignorada, ela pode provar que pode fazer mais, que pode merecer este carinho da Lucia, na verdade. Amity está desesperada e sem opções aqui, resta para ela aguentar o abuso calada, ficar na dor sozinha, ou ficar na dor com alguém.
Ela olha a hora pelo seu telefone, decidindo o deixar em seu quarto caso seus pais descobrissem e começarem a ligar para ela, queria se livrar da sua inconveniente mãe por algumas horas. Afinal, hoje já teve um discursão feia com a sua mãe, precisava está com alguém.
...
Estava definitivamente frio, não era uma festa grande como imaginou, aquela noite não prometia ser uma das melhores, sentia olhares de homens por toda parte, talvez não deveria ter vindo com uma roupa nada apropriada.
A mulher já tinha começado a beber a pouco tempo, mas já aparentava estar sobre efeito, não parece ser forte para a bebida, a mulher descaradamente passava as mãos sobre a cintura e quadril da menor, a maior fazia isso sem se importar, mas havia alguns olhares desconfiados daquela situação, Amity parecia realmente uma criança, estava odiando tudo aquilo, se sentir de fato como uma criança, por alguns segundos desejou ser uma mulher adulta.
Quer parecer suficiente para aquele lugar, quer se livrar do peso de ser uma garota no início da adolescência com inseguranças, queria ser como Lucia, quer ser confiante consigo mesma, aquele ambiente desencadeou um vazio enorme no peito da esverdeada, começou a brotar pequenas lagrimas – foi cortada ao escutar a voz da adulta.
— Sabia que eu tocava aos 17 anos? — Lucia solta, rindo com uma bebida na mão, onde Amity estava atentamente presa no que a adulta falava, sobre sua vida.
— Você ainda toca? — perguntou curiosa.
— Não, mas por você eu posso tocar outra coisa mais tarde. — Sorriu maliciosamente, os olhos inocentes da menor começaram a brilhar, imaginando uma mulher tão bonita tocar para ela.
Estavam sentadas juntas, Lucia estava ao seu lado e não conseguia deixar de olhar descaradamente para a pequena, até ter um pensamento ousado.
— Não está fazendo tanto frio pra usar essa blusa, você deve também ficar mais linda sem ela. — Afirma trazendo-a para perto, Amity podia sentir o quão quente é o corpo da dominicana, era confortável de alguma forma todo aquele calor naquela área aberta com ventos e aquele tanto de pessoas.
— Mas está tão frio...
— Então vamos para meu carro.
A ideia deixou a castanha empolgada, se levantou puxando a garota pelo pulso, que não protestou, seguiu em silencio.
Olá, roupas curtas vão ser realmente significativo para a trama, espero que todos gostem dos grandes 5 capítulos (pode ter mudanças).
-bel
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Teacher's Pet
FanfictionEla parecia um anjo, irresistível; seus traços angelicais, boca rosada, olhos de mel, seu corpo magro e pequeno. Era um pecado para a professora. Lucia é a nova professora de Hexside, uma escola particular.