32- Eu Serei Sua Amiga.

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Caleb era o amigo grande e forte amigo da Luz, entre a antepenúltima e penúltima aula foi capaz de sair da escola graças ao loiro, que a ajudaram.

A castanha falou que o loiro anda devendo favores para ela, logo se aproveitou da oportunidade.

— Tem certeza que Skara vai conseguir encobrir nós? — olhou com dúvida, era a primeira vez que fazia este tipo de coisa, sentia-se como um dos adolescentes de filme, afinal estava oficialmente se tornando uma.

— Claro que sim, pode não tentar se preocupar com isso? Temos que pensar em um pedido de desculpas até encontrar eles — gesticulou olhando nos fundos dos olhos de Amity. — Não podemos apenas chegar, pelo menos, você não pode apenas chegar.

A pequena parou de caminhar por alguns segundos, vendo Luz olhar para trás confusa. Amity estava prestes a desistir na metade do caminho, pensou que era loucura.

Iria ser uma perda de tempo e que iria esta correndo risco indo para o lugar onde sua agressora estava, apenas não sabia que Lucia não estava na área.

— Eu sei, essa parte é difícil, confie em mim, você vai conseguir Amity, eu sei que você vai conseguir falar com todos eles. — Olhava a menor a alguns passos distantes para trás.

— E se eles não me perdoarem? — o medo era evidente em sua voz quebrada.

Luz franziu os lábios, olhando com pena, tentava ser positiva o máximo possível, quer ajudar, faria de tudo para ajudá-la.

Estava fazendo isso por ela, deixou de ser pelas outras pessoas quando se sentia insegura ao não conseguir, precisava fazer isso por ela mesma.

— Se eles não te perdoarem — iniciou com receio. — Eu serei sua amiga.

Escolhendo as palavras certas fez o rosto da Amity ficar menos tristonho e sua insegurança rompeu em seu coração.

Seria rude continuar atrapalhando a outra garota, resolveu tentar, enxergou que valia a pena tentar, conseguiu passar por coisas mais difíceis, conseguiria enfrentar seu medo de rever seus amigos.

Afinal, ela tem alguém que anda dando o apoio de moral e confiança necessária para realizá-lo.

— Obrigado — caminhou até Luz sem jeito —, vou dizer para eles que eu estava em um momento difícil e sentia que não merecia eles, vou dizer que eu sentia muito por ter desaparecido e que minha mãe mudou de escola.

Sua voz soava confiante e a dominicana sentiu seu coração inflar, não quis aparentar.

Luz é a que sente mais medo das coisas darem errado, estava disfarçando todo seu nervosismo com um sorriso caloroso e bonitinho para Amity.

Ela estava mentindo.

Tenta esconder o peso de mentir sobre seus sentimentos para ajudar os outros, fingir que estava com vergonha de conhecer pessoas novas, medo de ver Amity ser rejeitada, afinal.

Por culpa dela que ela estava indo, que ótima mentirosa você é, Noceda! pensou Luz.

Não podia transparecer seu nervosismo, que se encontrava assustada igual Amity, afinal de contas.

Azura iria incentivá-la e continuar seguindo forte, mesmo que isso fizesse ela mentir e esconder seus verdadeiros sentimentos.

...

O caminho foi cansativo, deixou tons rosados no rosto de Amity enquanto o suor descia, Luz tinha costume de andar bastante.

Era a aluna que morava longe e chegava bem cedo para fofocar com seus amigos na entrada, no intervalo criou um costume de passar com a menor nos últimos dias, na saída; ficava de conversa fiada com Caleb até o caminho de casa, é realmente divertido seus dias escolares.

Percebeu que Amity sempre está sozinha, na entrada na saída observou que ela ia embora com dois adolescentes mais velhos.

Cogitou que seria os dois irmãos da pequena, já que havia comentado mais cedo sobre.

Chegaram 10 minutos antes de abrir o portão, torceu para que todos tivessem vindo hoje, para acabar com tudo isso de uma vez, notou que sentia falta deles.

Dos doces abraços de Willow e Boscha xingando, suas piadas e fofocas, conhecia a escola inteira, sente falta do bom coração de Gus e brincadeiras, quando faltava assunto ele sempre tinha ideia do que fazer.

— Está nervosa? — perguntou enquanto observa Amity brincar com os dedos e se sentar na calçada, ainda há dor na sua intimidade.

— Eu não sei — olhou para Luz com vergonha. — Apenas estou com medo.

Se agarrou nas lembranças do seu momento com Lucia no banheiro, lembrou como sua roupa ficou suja de sangue da própria menstruação e pela penetração.

— Estou aqui, vai dar tudo certo.

Passavam poucos minutos brincando com as mãos, uma espécie de jogo infantil para ambas se distraírem, principalmente Luz precisava acalmar os nervos de Amity, até o sinal da escola em sua frente bater.

Ambas caminham na multidão, buscando por sinal de Boscha, Willow ou Gus em meio a tantos adolescentes.

Amity está tensa, seus ombros pesados e a cada passo que dava sentia suas mãos trêmulas, olhando para Luz o tempo inteiro, até por fim, ser cutucada por alguém.

— Amity? O que faz aqui? — a voz era em um tom familiar, olhou para trás encontrando Willow Park, que abriu um largo sorriso após vê-la.

— Ah Willow, que bom te ver — sua voz foi suave, pela primeira vez no dia se afastou de Luz, mas era para ficar próxima de sua amiga.

Amity não tinha tanto costume de querer contato físico, mas nunca sabia negar quando era sua doce amiga Willow.

— Onde estão os outros? Eu tenho que contar algumas coisas para vocês — olhou para os lados, em busca de Gus e Boscha. — Eu tive alguns problemas, está com raiva de mim?

Willow a olhou de forma doce e disse:

— Claro que não! Mas você deu um susto na gente, não faça mais — terminou com um olhar irritado. — Quem está com um pouco de raiva é Boscha, ela agora fica depois do horário para treinar para o futebol, Gus faltou, pegou uma gripe forte.

Luz resolveu se aproximar timidamente, toda a conversa pacífica de uma das amigas de Amity acalmou seu coração que estava repleto de ansiedade.

Logo Willow repara na castanha, pele escura e um sorriso vibrante, comprimentando com muita graça e simpatia.

— Essa é Luz, Willow — apresentou. — Nos conhecemos na minha nova escola, minha mãe tinha me trocado de escola por eu fazer uma coisa meio errada. — confessou com vergonha.

Willow vagou o olhar e abriu um sorriso inseguro, a voz da Luz soava confusa quando disse:

— Não tem como entrar para falar com a outra garota? — Olhou com dúvida para a Park.

— Eu não acho que seria uma boa ideia Boscha ver Amity agora, estava furiosa com o seu desaparecimento. — confessa e arranca um olhar triste de Amity.

Por que você pensou que ela voltaria a falar com você? Você é tão nojenta, insensível e egoísta. Boscha está certa de não querer falar comigo! pensou.

Levantou o olhar para os prédios da escola, vendo o andar que fica o banheiro, sentiu calafrios ao lembrar e olhou ao redor, em busca de algum sinal de Lucia, apenas encontrou o rosto angustiado de Luz.

— Bem, melhor a gente resolver isso com calma, você já fez um grande avanço, vamos falar com todos, e se não der certo eu vou ser sua amiga, entende?

Amity assentiu e sentiu as mãos da castanha tocarem a sua enquanto Willow sumia da sua visão.

-bel

Teacher's PetOnde histórias criam vida. Descubra agora