31
Sua manhã esta gelada, nevou pouco durante a madrugada, foi uma noite dolorosa, ainda lida com a violação violenta que sofreu nas mãos da adulta.
O dia está frio, como ela, seu corpo gelado e tentando se aquecer, lembrou-se que na noite fria que saiu com Lucia com as roupas chamativas era esquentada pelas mãos da castanha.
Não apenas pelas mãos, pelos beijos, carícias e palavras lindas, se perguntou como tudo aquilo foi uma grande mentira, apenas foi usada? Não pode ser verdade.
Agora, sentiu as mãos quentes de Luz tocarem suas mãos, estava trancada na biblioteca já faz um tempo, a castanha viu suas bochechas molhadas e sorriu, tentando acalmá-la.
— Mity, você sabe que está tudo bem aqui, não é? — reparou nos ombros caídos da pequena, tentando não olhá-la nos olhos.
Amity foi pega com lágrimas em seu rosto enquanto localizava-se sentada na biblioteca com o livro que havia lido com Luz antes de ser atacada.
Queria não fazer nenhuma cena na escola, se encontrava em silêncio todo seu horário e Skara e Luz conversaram a aula inteira, desta vez não participou.
— Eu sei! Mesmo assim, eu sinto que algo ruim vai acontecer! Vão me pegar! — Luz olhou com dor para Amity Blight.
A dominicana se perguntou quem iria pegá-la, mas resolveu não perguntar, tem medo de falar alguma coisa errada neste momento.
A Blight teve alucinações durante a noite e está manhã, acredita que está sendo observada por Lucia, que estaria esperando no portão da escola para agarrá-la.
Suas paranoias iriam deixá-la louca.
— Ninguém vai te pegar, está segura aqui comigo, vai embora sozinha? — delicadamente apertou as mãos da pequena, parecia em pânico, o terror dos seus olhos desapareceu.
— Não, vou com meus irmãos — Confessa sentindo o calor das mãos da castanha, fazendo-a se recordar de Lucia — , eu apenas estava com medo, me desculpe.
Fechou seus olhos cansados e limpou suas bochechas com uma certa brutalidade, abriu um sorriso triste.
Era tão patética, apesar que Luz a ajudou a se sentir mais seguro, mas ainda existe a ideia que Lucia Noceda iria pegá-la novamente, sentiu falta quando não sentia tanto medo, apenas sentir dor, mas nunca pavor.
Sentia falta da adulta, falta de ser amada e desejada, sentiu falta do desejo violento da adulta, todavia sabia que era mentira, a culpa de se entregar e deixar ser tocada com tanta ultraviolencia, fez de tudo para ser amada, e não era.
Não era amada por sua mãe, por seu pai, por seus amigos, por Amélia, por ninguém, nem mesmo Lucia.
Ela sabe que os gêmeos um dia vão se afastar como Amélia fez quando saiu de casa, no seu último ano em casa se tornou tão fria, após sair nunca mais retornou para visitá-los, Amity tem medo de acontecer o mesmo com os gêmeos.
— E seus amigos? Me disse que iria falar com eles da última vez. — Falou olhando Amity se afastar.
— Não fiz. — confirmou com dor na voz.
— Por que?
— Eu não consegui.
— Vai por mim, eles querem falar com você, são seus amigos!
— Não, eu deixei eles com raiva, sou uma péssima amiga, você não entende! — sua irritabilidade era notável tanto quanto suas olheiras.
Luz riu em tristeza, olhando para Amity com um olhar caído e inseguro, seu rosto se contorcia de constrangimento.
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Teacher's Pet
FanfictionEla parecia um anjo, irresistível; seus traços angelicais, boca rosada, olhos de mel, seu corpo magro e pequeno. Era um pecado para a professora. Lucia é a nova professora de Hexside, uma escola particular.