22- Seja Ruim Comigo.

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Os olhos vagaram pelo rosto atraente da adulta, o cheiro do cigarro era evidente, resolveu não ligar, sorria ao ser tocada, desta vez não era tão doloroso, apenas desconfortável - mas se acostumou.

"Você também sofre?"

Teve coragem de perguntar, olhando no fundo dos olhos da Lucia.

"Eu também te deixo com dor?"

Os olhos café se chocaram com o mel.

"Amar é assim, Lucia?"

Parou brevemente, percebeu um olhar confuso da maior.

"Eu te faço sofrer? Te vi triste no dia que brigou com aquele homem."

...

— Estúpida você não sabe de nada! — A grosseria era notável, é uma bruta.

— Me desculpe! Eu não vou perguntar mais essas coisas... — Prometeu com lágrimas nos olhos, a adulta não havia ficado nada feliz com os questionamentos.

Amity está deitada no chão da cozinha do apartamento da Lucia, está nua e com alguns machucados em seu corpo, principalmente em suas pernas.

Se sentiu humilhada, inútil, como um grande nada. Sua existia servia de algo de verdade? Ela apenas queria respostas! Se questionou com dor na sua intimidade o porquê Lucia parecia tão infeliz quando escutou.

— Vou arrancar sua língua pra fora, vadia! — Se agachou na altura de Amity, pegando seu rosto com força.

— Não! — Amity gritou assustada — Por favor, você esta me assustando. — Sua boca foi tampada pelas mãos grandes da Lucia.

— Se você gritar igual uma putinha mais uma vez eu juro que vou arrancar. — Chocou o corpo da Amity contra a parede, era a primeira vez que foi tão violento.

Pensou em gritar e pedir ajuda, o medo foi maior, seu corpo tremia e ela não parava de chorar - suas partes íntimas tinha sangue e queimaduras de cigarro nas suas pernas, durante o sexo Lucia queria queimá-la, não se viu com escolhas e permitiu.

Ardia como o fogo do inferno.

Olhou com os olhos cheios de tristeza com lágrimas descendo. Uma punição tão grave porque Amity lembrou Lucia sobre seu irmão; a castanha não sabia controlar sua raiva, descontando tudo o quê sentia na pequena.

— Você viu agora? Viu como é uma criança machucada de verdade? — Perguntou desdenha, não esperava uma resposta para essa pergunta.

Os olhos chorosos e tristes da menor causaram um sentimento esquisito na Lucia, lembrou-se que toda vez que apanhava daquela forma sentia raiva, lembra da sensação de chorar de dor e raiva, Amity parecia esta mais triste, não querendo vingança ou esfaqueiar a dominicana nesse exato momento.

— Por favor... para, eu não aguento mais Lucia. — Ela implorou chorando, não conseguia se sustentar em pé, o sexo foi brutal e os tapas, queimaduras, seu corpo estava no limite.

A culpa dançou em seu peito, olhou para o rosto da pequena e a pegou no colo, vendo que ela podia quebrar de tão fraca que estava, mas, Lucia quer quebrá-la.

Por que sentiu pena agora?

Por que você não terminou de espancar ate sua morte?

Começou a se remoer e trouxe Amity para seu peito, queria sorrir e mostrar que estava bem agora, que não iria fazer mais nada, mas nem isso essa desgraçada conseguiu fazer.

Olhou com desgosto e confusão para a menor, se sentiu como uma pessoa horrível, logo pensou como era o diabo em pessoa, deixou a pequena no sofá, era mais confortável e quentinho comparado ao chão, onde estava e pegou as roupas da Amity que estavam espalhadas pelo chão.

...

Sua cama tinha seu cheiro, era de frutas cítricas, os lençóis pareciam estar limpos e seu corpo ainda estava pesado, algo esta errado.

Lucia cuidou dela como um bebê, ela gostou disso, apesar de querer odiá-la pelo ocorrido, sua garganta doía de tanto que foi apertada quando seu membro entrava dentro dela, e empurrava sem pena diversas vezes.

A castanha esta ao seu lado, sorrindo, não parece se arrepender do que fez de verdade, deslizava sua mão no cabelo da pequena, fazendo ela se sentir sonolenta, mas não quer ficar tão vulnerável dessa forma, apesar de não comer bem nesses últimos dias, se sente fraca.

Depois de ter sido espancada por dentro e sofrer queimaduras por fora, estava a ponto de desmaiar se tentar fazer esforço físico.

Ambas não haviam falado sobre, Amity teve medo de tocar no assunto e receber mais golpes, queria esquecer, ela quer esquecer isso, fingir que o seu medo de ser tocada, medo de apanhar.

Sua comparação com a sua mãe cada vez ficava mais forte, Lucia também bateu nela como sua mãe bate, também a xingava de nomes sujos e maldosos, se aproveitava da sua ingenuidade e inseguranças.

Lucia era como sua mãe.

Ela não gostou do sentimento, queria morrer ali mesmo, nos braços da castanha, mas as duas haviam um diferencial. A adulta a tratava bem depois, dizendo coisas bonitas como:

"Você é linda."

"Eu adoro seu corpo."

"Você fica tão linda quando é amável."

"Minha princesa."

Se sentiu culpada, sentiu-se que merecia apanhar mais para deixar aquela culpa em seu peito, de gostar de ouvir a adulta e de ter perguntado sobre a dor dela, Amity chegou a uma conclusão; eu também faço Lucia sofrer, por minha culpa ela perdeu seu irmão, correu risco do seu emprego ser perdido e faço ela ter raiva.

Enfregou seu rosto na blusa verde musgo de Lucia, queria falar que sentia muito, que sentia muito por gritar, de chorar, de ser tão infantil para a dominicana.

E também, queria se livrar da culpa em seu peito de gostar de quando Lucia a elogiava, mesmo a abusando, tocando por todas as partes e dizendo coisas sujas, quer dizer.

"Se você quiser ser ruim, seja ruim comigo."

Vou tentar deixar que está história tenha uma carga emocional forte a partir de agora.

-bel

Teacher's PetOnde histórias criam vida. Descubra agora