16- Roupas Curtas V

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16 - V

O carro era gelado, as janelas estavam abertas - não era uma manhã quente, acordou no quarto da Lucia umas nove horas, foi tarde para Amity, ela tem costume de acordar entre sete e oito da manhã - sua mão é acostumada com seu horário, muito provavelmente que ela já tenha invadido o quarto da esverdeada em busca dela, o motivo dela está demorando tanto para aparecer a mesa.

Há apenas uma coisa que faz o coração da menor se acalmar, a porta do seu quarto estava fechada – tem muitas chances que a Odalia pensou que Amity ainda esteja dormindo, são quase dez da manhã, e seu dia já foi muito conturbado, graças a Lucia, olhou pela janela aberta sentindo o vento do carro em movimento bater em seu rosto.

Sentiu um peso na sua coxa, era a mão da dominicana, a assustou e pensou se a mulher iria atrasar sua volta para a casa querendo sexo; a Blight não duvida que isso pode acontecer, seria tão revoltante. 

— Você está sempre tão calada.— A dominicana iniciou, — Por que não me conta um pouco sobre sua infância?— A olhou de lado enquanto dirigia.

Não é como se ela não fosse uma criança ainda. Pensou Lucia.

— Não é um assunto interessante. — Amity riu enquanto encolheu seus ombros.

— Claro que é, quero saber mais sobre você.— Afirmou enquanto dirigia, enquanto deslizava o volante pensou como não conhecia nada da garota até agora, se ela quer a pequena perto, teria que descobrir seus gostos, desejos, passado - afinal, Lucia quer fazer o futuro, ao menos fazer seu futuro diferente.

A castanha não se via com alguém da sua idade, não se dá tão bem com adultos; nem coisas semelhantes, nunca ninguém havia chamado sua atenção como Amity, era perfeito; atendia aos seus fetiches e era linda, extremamente sexy.

— Bem, eu sempre estudei bastante, minha mãe me colocava em diversos cursos e atividades, hoje em dia não é a mesma coisa, faço poucas coisas, so tenho a escola.— Começou a dizer, falou baixo e continuou.

— Minha mãe parou de me colocar em outras atividades porque pra ela eu sou um fracasso, não deveria tentar fazer tantas coisas pelo simples motivo de não dá em nada.— Seus olhos lacrimejam enquanto olhou para a paisagem.

Lucia não disse nada - não estava preparada para responder o desabafo da pequena, ela tirou algumas conclusões, a esverdeada tem uma relação péssima com a sua mãe.

Não esperou que a Blight tinha conexões saudáveis com a sua própria familia, imaginou ja que aceitou tão pouco da dominicana e ainda a chamou de mãe quando estava sendo violada.

— Você quer mesmo voltar para casa?

— Não.

— Então, por quê me pediu para voltar?

— Não tenho escolhas, eu queria ficar com você, queria fugir daquela casa.

Aconteceu um breve silêncio, Amity notou o que disse e sentiu vergonha, se sentiu como uma puta desesperada - não quer de verdade sair da casa, mas é uma fantasia bonita viver em outra, longe dos seus problemas - apesar de estar saindo de um abuso para outro.

Isso não irá ser importante se for amada de verdade, amada por uma mulher madura.

— Você gosta de mim?— Amity quebrou o silêncio, olhou para a mulher, com medo, medo de ser rejeitada, medo de está parecendo uma ridícula na frente dela.

— Eu gosto, eu gosto de você princesa.— Lucia respondeu enquanto fez pressão no volante.

— Então, acho que eu te amo. — respondeu com uma voz chorona, se sentiu tão inferior e humilhada, como nunca foi antes.

Deu uma última olhada na pequena, notou como ela havia se vestido para ela, vestido com roupas que a deixava vulnerável e em situações constrangedoras, usou roupas curtas para agradar Lucia.

(...)

Se jogou em sua cama macia, estava desconfortável, ainda se lembrava das palavras de Amity, da pergunta e de como ela a olhou, parecia uma criança pequena após acabar de sofrer bully.

Havia entregado em sua casa, espera que ninguém tenha visto, foi imprudente, está cheia de problemas agora; se sentiu aliviada se agir certo e ter conseguido a pequena de volta, ela não pensou de verdade, apenas fez - como sempre.

Lucia nunca pensa, é uma chuva de ignorância, faz besteira uma atras da outra, é levada pela pura emoção e vícios - é terrível conviver com ela, a castanha tem uma completa noção disto, odiava esse lado, tinha um pouco de inveja do seu irmão, muitas vezes racional e carismático, mas sentia inveja principalmente da sua irmã, ao ponto de não conseguir gostar tanto dela.

Luz Noceda, era tão gentil e cativa a todos, não cresceu tanto com Manny, afinal ele ja estava morto quando ela começou a se desenvolver de verdade - não viu o pior lado da família, Lucia tinha raiva também da sua mãe, raiva de nunca ter feito algo de fato para salvá-la daquele lar violento e sempre repletos de briga, com cheiro de bebida.

Todas as vezes que a mulher colocou álcool na sua boca, se sentia suja, sentia suja por não ser diferente do seu pai e não ter sido sortuda igual Luz, enquanto seu estômago sempre queimava por conta do álcool, apenas aumentava a culpa e a sensação se sujeira, o sentimento que nada iria mudar de verdade.

Mas, agora poderia mudar, seus dias infelizes e cheios de amargura, rancor e magoas poderiam ser divertidos e sexuais, tudo o que ela quis, a castanha pensou que se envolver com diversas mulheres iria mudar em algo, mas nunca de verdade solucionou alguma coisa.

Seu coração conturbado se esquentou, ouvindo as palavras da Amity, dizendo que a amava, foi um tapa tão forte no rosto da mulher; ela deveria pegar esse amor e sugar o máximo que conseguir, e ja está começando, amanhã ela irá trabalhar, se sentiu na puberdade novamente, se sentiu na adolescencia, sentiu-se empolgada e ansiosa para ver uma garota na escola.

Ela espera novamente sair com Amity, e novamente tirar sua blusa e saias curtas.

Eu tenho ideia que todos vocês esperam a chegada da Luz na história, nos próximas 3 capítulos ou menos vocês iram ter uma grande surpresa.

-bel

Teacher's PetOnde histórias criam vida. Descubra agora