POV JENNA
Apesar de já ser muito tarde quando voltamos à Pitt. Apesar de estar completamente exausta. Apesar de meus tornozelos doerem por causa das duas horas patinando sem parar.
Ainda não estou pronta para me despedir.
Então, em vez de deixar s/n na porta vermelha do prédio dela, estaciono no outro lado do campus, bem na frente da Catedral, onde costuma ser bem tranquilo, distante dos bares e das festas.
- Boa ideia. Fazer o encontro durar mais - diz s/n, olhando para mim ao soltar o cinto de segurança.
- Isso. Pois é - respondo, tentando fingir que é definitivamente o que fiz.
Saímos e começamos a caminhar pela calçada silenciosa, esbarrando os ombros de vez em quando.
s/n está estranhamente quieta desde que voltei com o gelo na pista de patinação.
- Tudo bem? - pergunto, preocupada.
- Tudo bem, sim - responde ela, com um suspiro profundo.
Não parece estar, mas, depois de mais uns minutos de silêncio, eu a ouço rir e, quando me viro, vejo que ela está sacudindo a cabeça.
- Pensando na dança da cordinha? - pergunto, sorrindo.
- Em tudo - responde, e caímos as duas na gargalhada por causa de tudo que aconteceu hoje.
- Acho que é a primeira vez que me sinto um pouco em casa aqui - continua s/n, recuperando o fôlego do ataque de riso.
- Entendo bem - respondo.
Tem alguma coisa nessa noite…
É tudo que eu esperava da faculdade, mas não acreditava que seria mesmo depois de entrar no meu quarto individual no primeiro dia.
É tudo que eu queria, mas, de alguma forma, ainda mais.
Definitivamente me lembrarei dessa noite. s/n, também, se ficar uma cicatriz da pancada na cabeça.
- Acho que nunca me senti tão em casa em lugar nenhum - continua - É gostoso.
Um nó se forma na minha garganta quando penso que ela nunca se sentiu em casa em casa.
- Fico feliz - respondo, esbarrando nela de leve.
O ar fresco arrepia minha pele, então solto a camisa de flanela da cintura e a visto, sem abotoar.
s/n vira para a esquerda, nos afastando mais do apartamento e indo em direção ao parque Schenley, o departamento de artes da Pitt reluzindo, iluminado por uma fonte de pedra enorme na frente.
- Vem aqui - diz ela, a voz um pouco rouca por causa das horas que passamos gritando e rindo.
Ela pega minha mão e me puxa pelos degraus de concreto da Biblioteca Carnegie.
Nem pergunto por que vamos à biblioteca em um domingo, tão perto da hora de fechar.
Só deixo ela me puxar pelo resto do caminho, porque tenho aprendido que coisas boas podem acontecer se eu relaxar um pouco.
Ela me solta quando passamos pelas portas de vidro, entrando no saguão.
Chega a ser estranho não estar de mãos dadas, depois de passar tanto tempo a puxando pela pista.
Eu a acompanho pelo primeiro piso, passando pelo café onde ela furou a fila, e escada acima, ofegando e bufando atrás dela enquanto subimos correndo os dois lances, chegando ao último andar, onde nunca estive.
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Ela fica com a garota (Jenna/you)
Teen Fictions/n e Jenna não parecem fazer parte do mesmo planeta, que dirá do mesmo campus da faculdade. Mas quando s/n, depois de um término péssimo (mas com sorte não permanente), descobre a paixão escondida de Jenna, elas percebem que têm um interesse em com...