Song of the Pack - Book 2 (Jikook)

O Primeiro Ano

No primeiro ano, fomos para o norte. 

A trilha estava fria, mas não estava congelada.

Houve dias em que eu queria estrangular os três lobos Jeon, de tanto ouvir Jin e Taehyung se rosnarem em sua dor. 

Eles eram insensíveis e mesquinhos, e em mais de uma ocasião suas garras apareceram e sangue era derramado.

Às vezes dormíamos no SUV, estacionados em um campo, perto de equipamentos enferrujados agrícolas, ao lado de vinhedos enormes, parecendo monólitos enormes.

Os lobos se moviam naquelas noites e corriam, queimando a energia quase maníaca de ficar preso dentro de um carro o dia todo.

Eu apenas sentava no campo, com as pernas cruzadas, olhos fechados e respirava para dentro e para fora, entrando e saindo.

Se estivéssemos longe o suficiente de uma cidade, eles uivavam. 

Não era como se estivéssemos em Green Creek. 

Estas eram canções de tristeza e mágoa, de raiva e dor. 

Às vezes eles eram azuis.

Mas na maioria das vezes, eles queimavam em fúria. 

OUTRAS VEZES apenas parávamos em um hotel de má qualidade fora do caminho comum, dividindo camas muito pequenas. 

Jin roncava. 

Tae chutava em seu sono.

Hobi muitas vezes apenas sentava de costas contra a cabeceira da cama, olhando para o telefone.

Uma noite, algumas semanas depois de sairmos, eu não consegui dormir. 

Era o meio da noite e eu estava exausto, mas minha mente estava acelerada, minha cabeça latejando. 

Eu dava suspiros e me virava muito. 

Tae estava ao meu lado na cama, enrolado e de costas, abraçando um travesseiro.

— Eu não achei que seria assim.

Eu ouvi o som no quarto. 

Na outra cama, Jin bufou durante o sono. 

Os olhos de Hobi brilhavam no escuro quando ele olhou para mim.

Suspirei novamente quando olhei de volta para o teto. 

— O que?

— Isso, — disse Hobi. — Aqui. Nós. Eu não achei que seria assim.

— Eu não sei do que você está falando.

— Você acha que…

— Cuspa isso, Hobi.

Cristo, ele era tão jovem. 

— Eu fiz isso porque era a coisa certa a fazer.

— Claro garoto. 

— Eu sou o Alfa.

— Sim!

— Ele precisa aceitar. 

— Quem você está tentando convencer aqui? Você ou eu?

— Eu fiz o que tinha que fazer. Eles não entendem.

— Você entende?

Ele não gostou muito disso. 

Houve um grunhido baixo em sua voz quando ele disse: 

— Ele matou o meu pai.

Eu sentia pena dele.