O Terceiro Ano

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ALGUMAS NOITES eu sonhava com a lua e sangue e JungKook arrastando seu corpo partido para mim.

Outras noites eu sonhava que o beijava em uma tarde quente de verão.

— Você diz o nome dele às vezes, — Jin me disse uma vez.

— Quem?

— JungKook. 

— Eu não tenho idéia do que você está falando.

Ele revirou os olhos. 

— Sim, tudo bem, Jimin. Claro que você não sabe. 

— Eu fodidamente vou transformar sua língua em prata se você não calar a boca, Jin. Eu juro por Deus.

Ele sorriu para mim, balançando as sobrancelhas. 

— É esse tipo de sonhos? Você sabe... Aqueles sonhos em que você e JungKook estão se esfregando… Sabe o que, eu acabei de perceber que é do meu tio que estamos falando e vou parar de falar isso agora. 

Tae começou a rir. 

Hobi olhava pela janela.

Maldito Seojoon por me deixar com esses idiotas.

Havia dias e semanas que apenas dirigíamos. 

Comemos uma comida de merda em Bonners Ferry, Idaho.

Dormimos em um motel em ruínas nos arredores de Bow Island, Alberta.

Os lobos deixaram pegadas enormes nas dunas dos Grandes Sandhills.

Nós dirigimos ao longo de trechos solitários da estrada em Nowhere, Montana.

Em alguns dias nós não nos falávamos por horas e horas.

Depois houve os outros dias.

— O que você acha que eles estão fazendo agora? — Tae perguntou, com os pés no painel. 

Sua cabeça estava contra o encosto de cabeça, o rosto voltado para o irmão.

Jin ficou em silêncio por um longo tempo. Então: 

— É domingo.

— Eu sei.

— Há tradição.

— Sim! Sim, Jin.

Ele disse: 

— Mamãe provavelmente está na cozinha. Há música tocando no fundo. Um vinil em seu antigo toca-discos. Ela está dançando. Lento. E ela está cantando junto.

— Que música?

— Eu não sei talvez Peggy Lee. Isso... Parece certo.

— Sim! Verdade. Peggy Lee cantando, e Johnny Guitar.

Eu não me mexi quando a voz de Tae se quebrou. 

Seu irmão o consolou. 

Ele alcançou o console e pegou Tae pela mão. 

Os pneus rolaram contra o pavimento rachado. 

Eu não desviei o olhar. 

Fiquei extasiado com a visão na minha frente. 

Em algum lugar à minha direita, Hobi respirou, mas não falou.

— Johnny Guitar, — Jin concordou. — Eu sempre gostei dessa música. E Peggy Lee.

— Eu também, — disse Tae, fungando baixinho. — Ela é muito bonita. Mas a canção é triste, no entanto.

— Você sabe como a mãe é. Ela gosta desse tipo de música.

Song of the Pack - Book 2 (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora