O Segundo Ano

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HOSEOK COMEÇOU a falar cada vez menos enquanto o segundo ano se arrastava.

Não importava, no entanto. 

Todos nós ouvíamos sua voz em nossas cabeças.

Dissemos a nós mesmos que a trilha não havia desaparecido. 

Que Richard Collins ainda estava lá fora, em movimento. 

Planejamento. 

Mantivemos nossos ouvidos no chão, para o caso de algo surgir.

Uma noite perto de Ottawa, Jin desapareceu por horas. 

Ele voltou cheirando a perfume espesso, batom no pescoço e em sua mandíbula.

Tae estava com raiva dele, perguntando como ele poderia ser tão egoísta. 

Como ele conseguia pensar em foder uma mulher quando estavam todos tão longe de casa.

Hobi não disse nada. 

Pelo menos em voz alta.

Acendi um cigarro perto da máquina de gelo. 

A fumaça se enrolou em volta da minha cabeça em uma névoa azul.

— Você vai dizer nada também? — Jin me perguntou depois que ele bateu a porta do motel atrás dele.

Eu bufei. 

— Não é da minha conta.

— Você tem certeza sobre isso?

Dei de ombros.

Ele se inclinou contra o revestimento do motel, de olhos fechados. 

— Era algo que eu precisava fazer.

— Eu não perguntei.

— Você é um idiota, você sabe disso?

Eu soprei a fumaça do meu nariz. 

— O que você quer que eu diga? Que você está certo e Tae está errado? Que você é seu próprio homem e pode fazer o que quiser? Ou que Tae tem um ponto e que você deveria estar pensando com sua cabeça e não com seu pau? Diga-me, por favor. Diga-me o que você quer que eu diga.

Ele abriu os olhos. 

Eles me lembravam tanto da mãe dele que tive que desviar o olhar. 

— Eu quero que você diga alguma coisa Jesus Cristo! Hobi mal está falando. Tae está em um dos seus humores malditos. E você está aí parado como se não desse a mínima para qualquer um de nós.

Tudo o que eu queria fazer era fumar um cigarro em silêncio. 

Isso era tudo o que eu queria. 

— Eu não sou o seu pai.

Isso não ficou bem com ele. 

Um rugido baixo rolou de seu peito. 

— Não, você não é. Ele realmente se importava com a gente.

— Bem, ele não está aqui. Eu estou. 

— Por escolha? Ou porque você se sente culpado?

Eu estreitei meus olhos para ele. 

— E por que diabos eu teria que me sentir culpado?

Ele se empurrou da parede. 

— Eu não lembro, sabe? O que aconteceu quando os caçadores vieram. Eu era muito pequeno. Mas meu pai me disse. Porque era a minha história. Ele me contou o que você fez. Como você tentou salvar...

Song of the Pack - Book 2 (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora