Survival ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳ

16

AMÉRICA

Não pude deixar de ficar nervosa depois que o Vinnie me pediu para ficar no quarto com a Maddy. O que Jordan e ele viram do outro lado da janela? Seria algo perigoso? A ideia disso me deixou agitada e por instinto eu comecei a caminhar de um lado a outro do quarto.

— Desse jeito você vai fazer um buraco no chão. — Maddy disse.

— O que? — levantei um dos meus pés e olhei para o piso.

— Não literalmente. — segurou o riso. — Deve estar tudo bem.

— E se não estiver? — mordi o lábio inferior.

— Se não estiver a gente dá um jeito, seja lá qual for o problema. — deu de ombros.

— Maddie. — ouvimos Jordan chamar.

Maddy e eu saímos do quarto e fomos até a sala onde os dois homens nos esperavam com um olhar de seriedade cada um.

— O que aconteceu? — perguntei olhando para o Vinnie.

— Era aquela van branca que você viu no supermercado. — explicou.

— A van de onde eu fugi! — exclamei arregalando os olhos.

— Viu? — ele olhou para Jordan. — Com certeza não era um agente federal!

— Um policial? — Maddy indagou.

— Ele disse que era, mostrou um distintivo e uma foto da América. — Jordan contou. — Disse que ela está desaparecida e que o pai dela está a procurando.

— Ah, meu Deus!

— Ele mentiu. — Vinnie afirmou com muita certeza. — América, você se lembra de ter tirado essa foto? — ofereceu-me uma foto.

Sim, era eu ali. Estava sentada em um balanço do que parecia ser o quintal de uma casa. E eu estava completamente séria naquela foto, mas sabia que geralmente era melhor sorrir.

— Não. — neguei com a cabeça.

— O nome Cooper te faz lembrar alguma coisa? — Jordan perguntou.

Franzi a testa tentando sentir se aquela palavra me trazia algum tipo de sensação, mas nada aconteceu, então eu neguei novamente.

— E Maria? — foi a vez de Vinnie questionar.

— Maria... — indaguei comigo mesma. Aquilo sim parecia ser algo.

Um pomar de frutas, o cheiro doce de algo fresco e natural invadindo as minhas narinas. Agarrei aquela laranja de coloração forte com a minha mão e alisei a casca com o polegar. A coloquei junto às outras em minha cesta e continuei procurando por outras que estivessem prontas para a colheita.

— Obrigada por me ajudar com isso, Maria. — uma voz feminina doce disse não muito longe. — Adoro a sua companhia. — havia um carinho familiar em seu tom.

— Sim. — digo ao sair daquela memória. — Alguém me chamava assim, mas eu não lembro quem.

— Talvez Zyan Cooper? — Jordan sugeriu.

— Não. Eu lembro de uma mulher me chamar de Maria.

— Quem é Zyan? — Maddy perguntou.

— Aquele cara disse que era o pai dela. — Jordan disse.

— E ele estava mentindo. — Vinnie insistiu.

— Agora dá pra você considerar ir até a polícia? — Maddy pediu.