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AMÉRICA

Apesar de estar usando roupas que aqueciam bem o meu corpo, não consegui desgrudar do braço de Vinnie. Fiquei o caminho inteiro agarrada a ele até chegarmos a um lugar com várias outras casas. Aquele era o vilarejo do qual ele havia falado. Tinham outras pessoas ali e eles falaram conosco, nos saudando ao dizer "bom dia". Vinnie respondeu a todos eles, mas eu segui encolhida junto ao seu corpo.

— Está tudo bem. — ele disse acariciando minha mão que estava em seu braço. — Essas pessoas são legais.

— Você conhece todas elas? — olhei para ele.

— Não. Mas é uma forma de gentileza cumprimentar as pessoas quando passamos por elas.

Continuamos a caminhar e eu observei tudo o que pude. As construções eram diferentes entre si. As ruas eram pavimentadas com pedras que claramente haviam sido encaixadas ali propositalmente, deixando com um aspecto geométrico. Aquelas formas me eram familiares, mas eu não podia lembrar com exatidão onde ou quando as havia visto.

— São ladrilhos. — Vinnie explicou quando me viu olhando para o chão. — Tipicamente usados durante a idade moderna. Este vilarejo é bem antigo e manteve um pouco da geografia do século passado.

O olhei com atenção durante aquele ensinamento. Me sentia muito bem aprendendo coisas com ele e sempre queria saber mais.

— Sor-ve-te-ri-a — li pausadamente uma das placas de um lugar. — Sorveteria.

— Muito bem. — sorriu para mim. — Você quer um sorvete?

— Sim. — assenti. — Quero saber qual é o sabor.

— É muito triste não poder se lembrar do gosto de um sorvete. — começou a me guiar até a soverteria.

Quando ele empurrou a porta, alguma coisa ressoou acima de nós. Olhei para lá e observei um objeto dourado balançando depois de a porta estar fechada.

— É um sino. — Noah disse esquivando o seu rosto para perto de mim. — Serve para alertar os funcionários de que algum cliente entrou.

Creio que eu tenha feito tantas perguntas para ele que agora antes mesmo que eu pense em fazê-las, ele já estava sanando as minhas dúvidas como se soubesse o que eu estava pensando. Sorri fraco para ele e desejei que seu rosto pudesse continuar perto, me permitindo sentir o seu cheiro. Infelizmente, ele teve que se afastar novamente para andarmos até um amontoado de pessoas esperando umas atrás das outras para serem atendidas.

— Fila. — eu disse, recordando-me daquilo.

— Sim. — ele me olhou com aprovação.

Em nossa frente, um homem e uma mulher seguravam a mão um do outro. Ambos estavam mais livres para se mover, porém permaneciam se tocando, cientes de que o outro continuava perto. Pensei que talvez fosse ser mais confortável para o Vinnie se eu parasse de abraçar o seu braço, então eu deslizei minha mão para baixo e toquei os seus dedos.

— O que está fazendo? — ele olhou para mim no mesmo momento.

— Segurando a sua mão.

Um leve vinco se formou entre as suas sobrancelhas, mas logo seu rosto relaxou quando ele notou que eu estava fazendo aquilo por ter visto as pessoas em nossa frente fazerem.

— Eles são um casal. Por isso estão de mãos dadas. — sussurrou para que apenas eu ouvisse.

— O que é um casal? — sussurrei de volta.

— Um par. Duas pessoas que se unem para... Bem...

— Acasalar?

Ele soltou uma risada e cobriu sua boca com uma das mãos.

Survival ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora