Survival ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳ

24

VINNIE

Foi divertido assistir a America provando aquelas roupas. E nós não levamos apenas o vestido vermelho que ela escolheu para o jantar. Comprei cada peça que ela disse ter gostado apenas porque eu queria agradá-la. Estava fazendo escolhas baseadas no bem estar dela com muita frequência ultimamente. Jordan estava certo em dizer que eu a mimava, mas isso não era uma coisa ruim.

Também comprei alguns sapatos novos para ela e depois de ter tudo o que queríamos, eu a levei até a praça de alimentação.

— Esse lugar é incrível! — ela exclamou com a boca cheia de hambúrguer. — A gente vai voltar aqui mais vezes, não vai?

— Sim. — sorri para ela. — E que tal irmos à praia amanhã?

— Eu estou morrendo de saudades do mar! — animou-se. — Mas e o seu trabalho?

— Ah, não tem nada de muito importante amanhã. Outras pessoas podem resolver por mim.

Não era bem verdade. Eu tinha uma reunião importante para um acordo financeiro de milhões que já havia sido adiada quando a minha irmã faleceu. Apenas pensei que se já passou aquele tempo de espera, um dia a mais não iria doer em ninguém.

— O que acha de ir até um salão de beleza fazer o cabelo e a maquiagem? — sugeri.

— Existe um lugar só para isso? Eu achei que todo mundo fazia sozinho em casa.

— Você pode encontrar literalmente tudo nessa cidade por algum preço.

— Bem prático. Sim, eu quero fazer isso.

Depois de terminarmos os nossos lanches, eu a levei até um dos salões do shopping. A cabeleireira que a atendeu foi muito atenciosa e mostrou diversas sugestões de penteados e maquiagens para a América. Ela resolveu prender a lateral do cabelo depois de uma escova.

Geralmente eu não tinha paciência para acompanhar uma mulher em um salão, mas era fascinante ver a América feliz com aquilo e curiosa sobre tudo o que ainda não conhecia. Com ela eu jamais sentia tédio, por mais que estivesse fazendo algo para o qual eu com toda certeza diria não em dias mais comuns.

Enquanto aguardava, eu estava distraído em meu celular. Recebi uma mensagem de uma prima minha que não via há um ano. Cindy sempre foi muito próxima de mim e da Lin, mas teve que ir morar na Tailândia devido ao seu trabalho social. Lembro-me de ouvir os outros parentes a julgando durante o funeral de Lin por ela não estar presente, mas eu conhecia a Cindy melhor do que ninguém e sabia que era mais fácil para ela não encarar aquilo. Ela nunca gostou de ter que se despedir dos mortos, dizia que isso era como apagar a imagem em vida deles.

"Isso pode soar como uma coisa repentina, mas eu resolvi vir para cá ontem à noite e só comecei a avisar à família agora. Vou estar no jantar dos seus pais, espero te ver lá, sinto sua falta. Não nos falamos desde que tudo aconteceu, sinto que agora é o momento se também for para você. A Lin iria gostar de nos ver apoiando um ao outro. Até mais tarde, eu te amo."

Soltei um suspiro e respondi brevemente com um "Até. Eu também te amo."

Seria bom vê-la, mesmo que eu soubesse que ela iria me lembrar da minha irmã. Todos sempre disseram o quanto elas eram parecidas e isso era inegável. Até mesmo os trejeitos eram similares. Mas as suas personalidades se destoavam bastante. Lin era mais centrada, enquanto a Cindy vivia aprontando e sendo pega logo em seguida. Ela não conseguia evitar de estar em apuros e quase sempre eu era quem livrava a sua pele assumindo os erros dela.

— Vinnie? — ouvi América me chamar.

Ergui a cabeça e deixei meu queixo cair ao vê-la tão linda. Abri um sorriso satisfeito e me aproximei dela.