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AMÉRICA

Zyan me deu o seu celular para ligar para Vinnie quando chegamos ao aeroporto. O lugar era enorme, as pessoas caminhavam de um lado para o outro com muita pressa, mal parando para responder às saudações de bom dia. Nunca estive em um avião antes e nunca tive a oportunidade de descobrir como um transporte daqueles funcionava. Isso me deixou nervosa e eu precisava de Vinnie para me tranquilizar.

Enquanto Zyan falava com um dos funcionários e mostrava todos os nossos documentos, eu fiquei de longe ao celular.

— Alô? — ele disse ao atender.

— Ei, Vinnie, sou eu.

— América! Você está bem? Aconteceu alguma coisa?

— Eu estou bem. — sorri. — Só queria te ligar agora porque vou pegar um vôo e não sei como confiar que aquela coisa gigante não vai cair.

— Ah, sim. — soltou um suspiro aliviado. — Aviões são a forma mais segura e mais rápida de viajar, não se preocupe.

— Como um avião voa sendo tão pesado?

— É pura física. O formato das asas e as turbinas geram impulso para subir. E os caminhos que o ar percorre por todo o avião geram diferenças de pressão que permitem o vôo. Resumindo, é a força do vento que mantém o avião no alto. Como quando você corre e os seus cabelos são jogados para trás.

— Entendi. — assenti como se ele pudesse me ver. — Eu gostaria que você pudesse estar comigo nessa coisa nova.

— Eu também gostaria. — lamentou. — Mas nós vamos viajar muito juntos, eu prometo. Quero que você conheça o mundo todo e que veja os lugares mais lindos.

— Tenho certeza que vai ser a melhor experiência da minha vida. — não pude deixar de sorrir ao imaginar.

— Maria, já podemos ir. — Zyan disse ao voltar a se aproximar. — Nosso vôo sai em dez minutos.

— Vinnie, eu tenho que desligar. Te ligo assim que eu chegar lá.

— Estarei esperando. Eu te amo.

— Eu também te amo.

Depois de finalizar a ligação, devolvi o celular ao Zyan. O acompanhei até uma outra área do aeroporto onde tivemos que mostrar nossos cartões de embarque para passar. Zyan foi mais sucinto ao explicar as coisas que eu perguntava, parecia não ter tanto interesse em sanar as minhas dúvidas quanto o Vinnie tinha. Mas pelo menos ele não me ignorou sobre isso, só não esteve animado em responder as minhas inúmeras perguntas.

— Quanto tempo vai demorar para chegarmos? — perguntei depois de entrarmos no avião e nos acomodarmos nos assentos.

— Algumas horas. — ele disse apenas enquanto olhava algo em seu celular.

Após discar um número, Zyan colocou o aparelho contra a orelha e eu o observei atentamente.

— Olá. — fez uma pausa. — Sim, era mesmo ela. Estamos no avião, nos busque no aeroporto, avisarei quando pousarmos. — outra pausa. — Até breve. — guardou o celular em seu bolso.

— Quem era? — perguntei curiosa.

— O meu assistente. — sorriu fraco. — Estão todos ansiosos para rever você. — acariciou o meu cabelo.

Aquele vôo demorou mais do que eu esperava, mas eu pude assistir a um filme em uma pequena tela na poltrona da frente. Ao sairmos do avião, nós buscamos as nossas malas e Zyan me levou para o estacionamento.

— Maria, uma coisa antes de irmos até o meu carro. — ele parou no meio do caminho e ficou em minha frente. — Confie em mim. Sempre. Não importa o que você acha ou o que as coisas pareçam, eu estou do seu lado e sei o que estou fazendo. É melhor assim para todos.

Survival ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora