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VINNIE

— Olha, a gente pode ficar aqui o dia inteiro se eu quiser. — comecei a dizer. — Para todos os efeitos, estamos em uma viagem a trabalho e eu fui muito claro quando disse a todos que não queria ser incomodado.

Havia acabado de amanhecer. Jacob estava amarrado em uma cadeira, sendo interrogado por mim e Jordan enquanto Maddy dormia na cama ocupada por mim. Passamos toda a madrugada tentando convencer o Jacob a dizer algo que parecesse verdade, mas a partir das três da manhã ele resolveu apenas se calar ao invés de continuar repetindo que eu estava enlouquecendo.

— Cara, dá pra ver no seu rosto que você tem algo a esconder. — foi a vez de Jordan se pronunciar. — Está cansado, nada nervoso e desistiu bem cedo de se dizer inocente. O que você tem a ver com o sumiço da América?

Mais silêncio da parte dele.

— Jacob, eu juro que eu estou me controlando pra não te dar um soco. — cerrei os dentes. — Você tem uma numeração no seu pulso, ficou estranhamente agitado quando eu disse que o pai da America a tinha levado e sinceramente o seu interesse por ela não era só estranho por causa do meu ciúme, mas porque você tem alguma conexão com ela. Me diz agora o que é!

Ele respirou fundo e olhou para a janela, estreitando um pouco os olhos por causa dos raios solares. Quando tornou a me encarar, parecia que finalmente diria alguma coisa.

— Eu não posso dizer. — e nada útil saiu de sua boca.

— Ok, agora eu vou bater nele. — dei um passo à frente, mas  Jordan rapidamente me parou.

— Vamos com calma. — meu amigo disse apoiando a mão em meu ombro. — Por que você não pode dizer, Jacob?

— Se eu disser vou ser severamente punido.

— Por quem? — franzi a testa.

Silêncio.

Ele não podia falar.

— Pode me bater se quiser, Vinnie. Sua raiva emocional não vai ser nada pra mim. — Jacob estava neutro demais, de um jeito que eu nunca vi ele se comportar.

— Você sabe se a América está mesmo aqui? — Jordan questionou.

— Ela não está.

— Então você sabe onde ela está? — minha respiração ficou acelerada.

— Eu não posso te dar essa informação.

— Certo. — tomei ar. — Jacob, você trabalha para mim há anos. — mudei meu tom para um mais pacífico. — Somos amigos acima de tudo, eu sempre confiei em você de olhos fechados. Você sabe tudo sobre mim, até as minhas alergias e onde eu passei o verão aos treze anos. Minha família te trata como se você fizesse parte dela, você viu de perto o quanto eu fiquei abalado com a morte da minha irmã e sei que se abalou também. Seja lá o que você ache que eu possa fazer pra te prejudicar caso você me dê alguma informação confidencial, não vai acontecer. Se está com medo de alguma coisa, eu te protejo disso assim como quero proteger a América.

— Não se trata disso, Vinnie. Eu sei que você tem poder e sei que cumpre o que promete, mas não tem poder o suficiente para nos salvar. Se você for até a Doze, eles vão chegar até mim.

— Só me conta, por favor. — continuei a implorar. — Não precisa me dizer agora onde ela está, mas me conta de onde vocês vieram e o que fizeram com vocês. Eu estou me matando para saber se ela está bem.

Jacob pareceu pensar, mas enfim assentiu positivamente.

— Eu não sei se ela está bem. Eles têm maneiras bem diferenciadas de tratar os casos de rebeldia.

Survival ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora