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AMÉRICA

Me atrevi a dormir na cama de Vinnie enquanto ele não voltava da igreja. Os lençóis macios acariciavam a minha pele à medida que eu me movia sobre o colchão mantendo um sorriso satisfeito no rosto. O maior motivo desse sorriso era que o cheiro dele ainda podia ser sentido espalhado pela cama, tornando o meu sono profundo ainda mais prazeroso.

Fui acordada ao ouvir um resmungo dentro do cômodo. Abri os meus olhos lentamente e avistei Vinnie sentado na cadeira da escrivaninha com a luz da lanterna de leitura acesa. Ele estava olhando alguma coisa e fungava um pouco. Eu só notei que ele estava chorando quando passou a mão em seu rosto com o intuito de enxugá-lo. Levantei da cama imediatamente e comecei a caminhar até ele.

— Vinnie? — o chamei antes de apoiar as minhas mãos em seus ombros.

— Ah, oi. — sua voz estava trêmula. — Desculpe ter te acordado, América.

— Não tem problema. — notei que ele estava vendo fotos de família e em todas elas havia a sua irmã. — Você está bem? — perguntei mesmo já sabendo a resposta.

— É que eu achei que iria me sentir melhor hoje revendo a minha família e celebrando a vida da Lin. Mas não foi isso. Tudo de ruim que eu senti com a morte dela retornou e eu tive que me obrigar a ficar de pé e parecer forte porque todos estavam agindo assim. Eu não deveria ter ido. — soltou um suspiro.

— Acho que você deveria sim. — o abracei por trás, encostando o meu rosto no dele. — Não me lembro de ter tido que lidar com o luto, mas sinto que a melhor maneira é enfrentar ele. Com o tempo você vai lidar melhor com a dor e mesmo que ela não vá embora não será mais tão insuportável. É por isso que erguer a cabeça e viver esses momentos é importante para o processo.

— Você é tão sábia sobre coisas pelas quais não está passando. — acariciou o meu braço. — Ainda bem que você está aqui.

Ele segurou uma das minhas mãos e me fez dar a volta na cadeira para sentar em seu colo.

Olhei para ele e comecei a dizer com muita sinceridade:

— Acho que não tem um jeito de eu tornar as coisas melhores ou mais fáceis, mas eu posso estar aqui o quanto for preciso. Você tem a mim para desabafar, mas se quiser apenas chorar tudo bem também.

E foi exatamente o que ele fez. Ao voltar a chorar, Vinnie me abraçou, enterrando a sua cabeça em meu peito. Eu acariciei os seus cabelos e os beijei repetidas vezes, até começar a beijar o seu rosto também, sentindo as suas lágrimas molharem os meus lábios. Em um momento, ele segurou a minha face e beijou a minha boca.

Aquele beijo começou doce e suave, mas foi se tornando algo mais intenso e cheio de necessidade. Somando-se aos seus beijos, suas mãos passearam por todas as áreas possíveis do meu corpo. E como se aquele espaço fosse pequeno demais, Vinnie ficou de pé comigo em seu colo e caminhou até a cama. Depois de me deitar ali e se esquivar sobre o meu corpo, ele voltou com os beijos calorosos que pareciam querer dizer mais do que realmente eram.

A região entre as minhas pernas se agitou, começando a pulsar da mesma maneira de quando eu fui beijada lá embaixo por ele. Podia sentir ficar úmida também, junto a uma enorme necessidade de ser tocada.

Ao afastar-se brevemente de mim, ao invés de começar a retirar as minhas roupas como eu achei, Vinnie retirou a sua camiseta. Aquilo queria dizer que iríamos para o próximo passo? E se fosse melhor que eu aprendesse mais sobre o sexo antes de fazê-lo? Mas e se apenas o fato de querer fosse o suficiente para eu ter um passe livre nisso? Esperava que a segunda hipótese estivesse correta. Quando ele começou a abrir as suas calças, eu me senti ansiosa para saber como ele era completamente nu. Ao ficar somente de cueca, eu notei o volume na parte da frente e mordi o lábio inferior no mesmo instante. Então era aquilo o que fez pressão na minha intimidade da última vez? De repente, eu comecei a compreender as passagens literárias sobre sexo que eu li na minha leitura atual.

Survival ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora