𝖮𝖽𝖾𝗂𝗈 𝗍𝖾 𝗈𝖽𝗂𝖺𝗋 ☆ 𝖭． 𝖱𝗂𝗄𝗂， 𝖾𝗇𝗁𝗒𝗉𝖾𝗇．♡︎

~ Tinta

Eu sempre digo a mim mesma o quão burra e estúpida eu sou. Às vezes quando esqueço de me lembrar disso, Minji tá sempre lá pra ditar todas as cagadas que fiz no dia.

E hoje, não está sendo diferente.

Eu entendo ela, eu realmente entendo. Não sei porque caralhos que eu aceitei dar aulas para Nishimura. Mas fazer o quê? Eu precisava disso pela minha mãe e meu pai, pela minha família. Estávamos ganhando pouco, e como a mãe de Niki é super famosa nas redes sociais, não parecia uma péssima ideia. A divulgação dela pode mudar tudo para mim, para nós.

_ Isso é uma péssima ideia.. - Minji colocou sua destra em sua testa. Eu dei um suspiro pesado enquanto caminhava até a entrada, para assim deixá-la ir para sua casa.

_Eu sei mas, eu preciso pensar nos meus pais. Isso será o melhor para eles, Minji. - Vi a mais velha parar em seu caminho, logo olhando para trás e segurando meus ombros.

_ Por favor, não se machuque, tá? - Ela então me abraçou, e depois de eu ter assentido, ela saiu andando até sua casa, eu teria que ficar na escola novamente.

Último dia de detenção,e eu achei que seria uma pausa do Niki, mas estava enganada, agora vamos ter sessão de estudos todos os dias da semana. Eba. Graças a Deus que ela me poupou aos sábados e domingos, eu iria enlouquecer.

Não que eu já não esteja doida da cabeça por conta do Nishimura, eu estou já faz uns anos. Mas agora seria diferente, agora não seria eu e ele brigando como sempre, seria eu o ensinando uma linguagem nova, assim como antigamente.

Não me arrependo de ter ensinado o coreano para ele, afinal, ele precisava muito daquelas aulas, era melhor o ensinar naquela hora do que no futuro. Ele pegou rápido, aprendeu a ler coreano em uma semana, aprendeu a escrever em duas, e em três já estava conseguindo ter uma conversa digna. Espero que desta vez seja tão rápido quanto.

Nunca imaginei que faria isso de novo, eu não quero fazer isso de novo mas, eu preciso pela minha mãe e meu pai.

Eu andava lentamente pelo corredor, ainda repensando em minhas escolhas. Será que fiz a escolha certa?

Digo, ele me magoou muito, demorou muito tempo para eu me recuperar. Nem sei se me recuperei daquele dia, eu não vou esquecer nunca, mesmo que eu queira. Nunca vou esquecer de como ele me fez mudar.

Esperava isso da irmã dele, já que ela não gostava de mim, mas Niki? Não imaginava que ele chegaria naquele ponto, eu fiquei assustada.

Finalmente cheguei na sala em que ficaria novamente para a detenção, hoje nós teríamos que organizar a sala de artes, limpar os pincéis e colocar as coisas em ordem, porque o povo do primeiro não sabe deixar nada arrumado.

Estava indo avisar o japonês, mas quando iria entrar sair da sala para procurar ele, ele estava entrando. Olhou para mim, rolou os olhos e foi se sentar em uma cadeira. Eu apoiei minhas costas na porta, ainda olhando para o garoto, que parecia irritado, eu já imagino o porquê.

Não o culpo, também fiquei irritada na hora em que aceitei, mas não tenho que ficar irritada com ninguém além de mim, e ele, porque convenhamos, dele eu fico irritada até de longe.

_ O que foi? Vai ficar aí me olhando com essa sua cara de tonta, colombiana? Se continuar me olhando assim vou acabar ficando desidratado - Ele disse ao pegar um suco de caixinha que estava dentro de sua bolsa, o tomou lentamente enquanto olhava para seu celular.

Eu rolei os olhos.

_ Olha só, eu só vim te dizer o que a gente vai ter que fazer hoje, cabeção. - Ele me olhou indignado, e enfim deu aquele famoso sorriso sarcástico que vejo em média 30 vezes no dia.