𝖮𝖽𝖾𝗂𝗈 𝗍𝖾 𝗈𝖽𝗂𝖺𝗋 ☆ 𝖭． 𝖱𝗂𝗄𝗂， 𝖾𝗇𝗁𝗒𝗉𝖾𝗇．♡︎

~ bolinho

Muita gente me pergunta os motivos de eu odiar nishimura riki. Eu nunca listo todos, apenas o principal. Ele é muito irritante. Afinal, se você estivesse em meu lugar, duvido que não meteria a voadora igual estou fazendo nesse exato momento. Eu sabia que estudar em uma cafeteria não seria uma boa ideia, especialmente na cafeteria que tem o melhor cupcake de toda coreia do sul.

A cafeteria da tia avó de Sunoo é a melhor que já vi na vida. Não só porque eu ganho comida de graça (mas isso influencia sim no meu julgamento) mas também porque os bolos e cafés de lá são de dar água na boca.

Não demorou muito para o japonês acabar com todo o cupcake enquanto eu estou dando tapas nas suas costas e tentando alcançar meu amado bolinho, que bom... acabou. Nishimura me olhou com o rosto todo sujo de glacê, e deu um sorriso. Confesso que é a primeira vez que o vejo sorrindo assim em muito tempo, mas agora não dá para pensar nisso, só consigo pensar no cupcake que antes era meu na barrigona do Niki.

_ Cara. Eu vou te quebrar.

_ Igual quebrou o pulso? - Rolei os olhos novamente, cruzei os braços e fiz um bico.

_ Tantas coisas que você podia fazer nesse momento e você escolhe me irritar?

_ Você não é tão importante, Kim.

_ Nhe nhe, você sempre fala isso mas sempre vem ficar me enchendo o saco. -rolei novamente os olhos - eu só tô aqui por dois motivos e nenhum deles é você. Sua mãe me pediu pra te ensinar espanhol e eh isso que eu vou fazer, niki, voce querendo ou nao. - Disse olhando pro garoto, que agora não estava mais rindo. - Se você não estiver interessado, ok, eu vou continuar te passando materiais e deveres e se você não fizer o problema é teu. Eu vou ter feito o meu trabalho e eu vou receber por isso, beleza?

Nishimura olhou para mim, parecendo levemente surpreso com minha repentina seriedade. Seus olhos escuros se fixaram nos meus por um momento antes de ele soltar um suspiro resignado.

_ Ok, ok. Eu entendi, Kim. Vou me esforçar, está bem? - ele murmurou, parecendo um pouco desconfortável.

Eu arquei uma sobrancelha, meio cética.

_ Eh o que? O bolinho te fez mal?

_ Eu disse que vou me esforçar, ta? - Ele bufou baixo, e eu ainda fiquei surpreendida.

Eu o observei por um instante, tentando entender a mudança repentina em sua atitude. Nunca pensei que Niki levaria algo que estou fazendo a sério, mas novamente me lembro do motivo dele estar aqui.

Eu tenho medo de sua mãe, não vou negar. Ela era um dos motivos do porque não gostava de ir na casa dele, e porque só ia lá quando ela estava viajando. Isso nunca me incomodou muito, mas me incomodava um pouco, e se tem alguém que se sentia mais incomodado do que eu, era o filho dela.

Niki nunca teve coragem de respondê-la - pelo menos não na cara, porque ele falava pacas dela para mim . Sua mãe sempre foi muito rígida sobre imagem e reputação, um dos motivos pelo qual acho Niki tão arrogante hoje em dia.

E também um dos motivos pelo qual fiquei chocada quando ela pediu para eu o ensinar espanhol ao invés de um tutor ou professor.

_Bom... Isso eu não esperava. - Cocei a nuca, rindo de leve e o olhando novamente.

_ Se eu não passar na prova, meus pais pegam minha chave do carro. - Revirou os olhos e suspirou antes de apoiar as mãos na mesa e me olhar - Eu sei que eu não levo muitas coisas a sério, não precisa ficar me lembrando o tempo todo.

Ok, talvez eu me sinta um tanto culpada, ninguém merece ser desmerecido, mesmo se esse alguém seja o japonês atentado na minha frente.

_ Foi mal... Força do hábito. - Que merda foi essa? Isso não é uma coisa que se fale. - Vou fazer o seguinte então: Já que você aparentemente tem dificuldade se concentrando, eu vou ter que usar reforçamento positivo.

_ E isso seria...?

_ Toda vez que você acertar pelo menos 85% do dever que eu passar, eu te pago uma comida. - Eu sei. Levar ele pra comer? A pessoa que eu mais odeio na face da terra? Ele? O japonês ridículo que pega no meu pé por não fazer nada?

Ele?

Sim. Mas isso é pelo dinheiro que vou ganhar quando ele passar na prova, e isso eh pelos meus pais, então não importa agora. E se sorvete ou bolo ou sanduíche ajudar no processo, eu vou correr esse risco.

E também, é óbvio que ele não vai aceitar, ele me odeia e tem nojo de mim, porque ele aceitaria?

Nishimura olhou para mim, uma expressão indecifrável em seu rosto. Por um momento, pensei que ele recusaria a oferta, que rejeitaria qualquer forma de ajuda vinda de mim. Mas então, para minha surpresa, vi um lampejo de algo parecido com determinação em seus olhos.

_ Feito. - Ele respondeu simplesmente.

Fiquei sem palavras por um momento, completamente surpresa com sua aceitação.

_ Sério? - Perguntei, ainda incrédula.

_ Sim. - Ele assentiu, um sorriso de desafio brincando em seus lábios.

_ Porque?

_ Ue, porque não, carino? 

[Ps: Rezem por Rio Grande do Sul 🙏]