Capítulo 16

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A certa altura da tarde Giovanna ouviu alguns passos familiares no caminho que levava à propriedade e ela se levantou - Senhoras, por favor esperem aqui, acho que Nero está de volta

Ela abriu a porta para encontrá-lo. Alexandre caminhava com seu habitual passo de guerreiro como se precisasse abrir caminho entre uma multidão invisível. Ele parecia tão majestoso quando andava daquele jeito e por um segundo Giovanna pensou que ele devia ter origens nobres. Mesmo que ele fosse um rude. E possivelmente também um traidor. Bem, talvez esse não fosse o termo correto, já que não tinham nenhum compromisso de verdade, mas um mentiroso, ele poderia pelo menos tê-la informado. Não havia necessidade de contar a ela uma mentira sobre seus hábitos!

Alexandre olhou para ela com as sobrancelhas franzidas, como se estivesse pensando em alguma coisa. Se aproximou dela - Oi

- Você se divertiu em Siena? - Giovanna ergueu o queixo como de costume. Parecia uma acusação e ela percebeu quando ele olhou para ela com uma sobrancelha arqueada

- Não - Ele disse isso com um tom tão definitivo que Giovanna permaneceu em silêncio por um segundo

- Ah. Não foi do seu agrado? - Retrucou

- O que você está dizendo, mulher? - Alexandre perguntou confuso

Giovanna endireitou os ombros e abriu a boca para responder, mas ele a cortou e agarrou seu pulso para trazê-la para mais perto dele e delicadamente virou a palma da mão para cima. Ela olhou para ele surpresa e percebeu que as pontas das orelhas dele estavam vermelhas. Com um movimento rápido ele colocou uma caixa na mão dela - O que é isso Nero?

- Abra a caixa e você verá por si mesma - Alexandre deu de ombros e olhou para o lado

Giovanna olhou para ele por mais um segundo e abriu a caixa de madeira. Dentro dela havia uma flauta, muito parecida com a que seu irmão comprou para ela - Nero! - Ela gritou de felicidade

- Meu tio me disse que você sente falta de tocar então eu pensei - Alexandre murmurou. O coração dela se encheu de ternura e ela se viu jogando os braços em volta do pescoço dele que abaixou a cabeça para deixá-la rodear seu pescoço e murmurou - O que?

Então ela fez a coisa mais absurda que já tinha feito na vida, levantou a cabeça e deu-lhe um beijo na bochecha. Durou um segundo, mas foi o suficiente para perceber que ela gostava muito do fato de ele sempre cheirar a outono e de sua pele ser macia sob seus lábios. Ele claramente não esperava tal reação porque inclinou a cabeça em direção a ela e ela fez o mesmo e por um breve segundo eles se entreolharam timidamente.

- Você gostou? - Ele piscou para ela e sussurrou

- Muito! Vou tocá-la para sempre, Nero! - Giovanna sussurrou de volta

Ele olhou para ela atentamente e por um segundo ela viu algo em seus olhos... algo que lembrava fome e então ele sorriu para ela - Agora, gostaria de me explicar por que você estava me encarando com uma cara tão brava apenas cinco segundos atrás?

Giovanna lentamente retirou os braços do pescoço dele e trouxe sua nova flauta até o peito e tossiu envergonhada - eu? Não! Você deve ter interpretado mal minha expressão. Quer um pouco de chá? Ah! Temos convidados - Se virou envergonhada em direção à sala apenas a tempo de ver os rostos de Marina, Indira e Alessandra desaparecendo atrás deles.

Alexandre riu de suas amigas fofoqueiras e a seguiu para dentro - Por que tenho a sensação de que Giovanna estava brava comigo por causa de vocês?

As moças sorriram envergonhadas para ele - Quem diria que você é um homem tão romântico, Alexandre - Marina disse

A Bela e o BrutoOnde histórias criam vida. Descubra agora