Assim que a chuva parou por um tempo, Giovanna pegou a velha camisa de Alexandre e saiu para comprar algumas linhas para consertá-la. Percebeu que ainda segurava a flor dele na mão quando encontrou Ana Lúcia na volta do mercado
- Ele finalmente confessou? - A senhora olhou para a flor que ela segurava e sorriu com afeto
- Eu.. não sei - Giovanna corou
- Meu Deus! Vocês dois são estúpidos - Ana Lucia balançou a cabeça e convidou para tomar uma xícara de chá com ela.
Ela e a senhora Ana Lucia conversaram um pouco, enquanto Giovanna começou a trabalhar na camisa arruinada, ela se lembrou da vez em que consertou a capa dele dias atrás. Ele disse que gostou muito daquela capa e ela planejou costurar uma parecida para deixá-lo feliz.. Ela sorriu para o pedaço de tecido como uma idiota
- Ele foi gentil? - A pergunta a assustou e a cabeça de Giovanna se levantou
- Gentil?
- Na cama. Ele foi gentil? Você não parece assustada - Ana Lúcia sorriu
- Nós.. nós não.. nós não - As bochechas de Giovanna pegaram fogo, ela não parecia ser capaz de usar as palavras.
- Entendi - Ana Lucia piscou e bebeu seu chá olhando para a janela
- Quando ele me beijou eu achei -Giovanna baixou o olhar para a camisa e mordeu o lábio inferior nervosamente - mas ele parece que sabe... e é confuso e ontem - Giovanna estava ficando histérica - Parece que o mundo conspira para no interromper eu só quero que ele vá logo...
- Querida! Acalme-se, criança - A senhora sorriu para ela - ele estava beijando você? - Giovanna assentiu novamente e corou, lembrando da sensação dos lábios dele nos dela - Ele estava segurando você com força nos braços? - Giovanna se lembrou do momento selvagem em que ela se expôs e mordeu o lábio. Ana Lucia suspirou - Ele quer fazer amor com você, criança. Não precisa apressar nada, fazer amor é bem melhor do que apenas resolver isso logo - O coração de Giovanna saltou da caixa torácica e demorou um pouco para se recompor depois dessa descoberta.
Ana Lúcia insistiu para almoçarem juntas e ficou com ela o dia todo. Eles mudaram de assunto e conversaram sobre muitas outras coisas, mas a mente dela estava focada apenas nele. Ela esperava que ele estivesse bem e que não tivesse problemas na estrada. Quando ela voltou para casa, a chuva caía forte novamente. Uma terrível tempestade se aproximava e ela viu trovões no horizonte. Ela começou a entrar em pânico e rezou para que ele voltasse logo. Apesar dos trovões, ela permaneceu na varanda esperando por ele.
Alexandre finalmente chegou, com as roupas completamente encharcadas e o cabelo úmido. Ele caminhava com uma expressão feroz, como se quisesse espantar a chuva. Giovanna o achou lindo. Ele imediatamente gritou para ela - Volte para dentro!
Giovanna não se mexeu até que ele a agarrou pelo pulso e a jogou para dentro sem cerimônia, fechando as portas com força, com as duas mãos. Alexandre permaneceu imóvel, com as mãos na porta e o olhar resolutamente fixo nela. A princesa sentiu como se ele a estivesse ignorando de propósito e estava pronta para repreendê-lo quando um trovão atingiu muito perto e ela estremeceu. Quando abriu os olhos novamente, viu que ele finalmente estava olhando para ela. De todas as coisas que tinha para lhe dizer, escolheu a mais improvável - Estávamos fazendo amor - Não saiu como uma pergunta, saiu como uma afirmação
- Sim - Alexandre olhou para ela atentamente antes de balançar a cabeça seriamente
Ela se aproximou dele para olhá-lo nos olhos, seus olhos eram tão lindos quanto o céu e ela tinha certeza de que nunca tinha visto algo tão magnífico e emocionante em toda a sua vida - Por que você disse que eu deveria esperar para fazer isso com outra pessoa?
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A Bela e o Bruto
Historical FictionGiovanna é uma princesa mimada acostumada apenas com o lado bom da vida, Alexandre um guerreiro que cresceu com os horrores da guerra. Com os avanços da Áustria no reino de Piemonte os opostos serão forçados a conviver até que toda a terra seja unif...